quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Fenômeno ou soberba?

Segundo informação de jornalista do site IG, em matéria publicada no dia 07 do corrente mês, o marqueteiro da candidata petista teria garantido, a portas fechadas, a seleta plateia de governistas que não há risco de a candidata petista perder a eleição. Nessa ocasião, ele afirmou que só um “fenômeno” poderia tirar a presidente da República do Palácio do Planalto.
Alguns participantes do encontro disseram que o marqueteiro teria explicado que a presidente entrou no segundo turno com 8 milhões de votos à frente do tucano, motivo pelo qual o oposicionista não possui as características capazes de provocar a virada da situação, que ele considera consolidada. Ele pontificou que “Só mesmo se o candidato de oposição fosse um fenômeno” para conseguir ganhar da petista, tamanha a confiança que foi transmita aos fiéis governistas.
Até parece que, com enorme convicção e absoluta certeza, o PT tem sob seu controle os mecanismos das eleições, em especial as urnas e demais componentes de apuração, pelo que se pode intuir, ante a extrema prepotência como o petista se atreveu a garantir o resultado a favor da candidata oficial, que depende senão da suprema vontade dos brasileiros, que anseiam por mudanças que o governo não teve iniciativa nem capacidade para promovê-las na sua gestão, a exemplo das inexistentes reformas.
À toda evidência, essas colocações insensatas e inoportunas não passam de condenável surto de extrema soberba, na tentativa de menosprezo às qualidades do candidato opositor, em cristalina demonstração de desgraciosa prepotência que somente contribui para apequenar o embate democrático.
Ao se referir que somente um fenômeno seria capaz de derrotar a candidata petista, o marqueteiro a promove a suprassumo das candidatas, com as qualidades inatingíveis e incomparáveis, estando ela em patamar inalcançável ou acima dos pobres mortais, predicados que ela ainda não conseguiu demonstrar possuir.
          É lamentável que, em pleno século XXI, ainda exista gente com mentalidade tão distanciada de civilidade e muito carente de sensibilidade humana, capaz de perceber que ninguém é melhor do ninguém, porque, se a candidata petista fosse tão imbatível assim, por qual motivo ela não liquidou a fatura no primeiro turno?
Trata-se, fora de dúvidas, de afirmações carregadas de leviandades e profundamente preconceituosas, que não condizem com a modernidade dos princípios democráticos, que se alicerçam, basicamente, nos fundamentos de respeito mútuo e da saudável observância à soberana vontade popular.
As colocações em apreço evidenciam o excesso de arrogância, que não constitui novidade no seio do partido que sempre menospreza a oposição e a opinião pública que não comungam com seus princípios ideológicos, constantes da sua cartilha.
Na realidade, desmerecer as potencialidades e qualidades do candidato oponente deverá ser a regra a ser observada até o término do segundo turno, em consonância com o costumeiro apego à extrema opulência sobre os adversários, em absoluta contraposição à realidade dos fatos, tendo em vista que, à toda evidência, a candidata petista não mostrou, até agora, atributos que a capacitam para ser considerada imbatível, porque, se assim fosse, ela, na qualidade de suprassumo como candidata, assim considerada pelo marqueteiro, teria sido eleita já no primeiro turno.
Não há dúvida de que o marqueteiro petista perdeu excelente oportunidade para ficar calado, porque suas avaliações demonstram, de forma cristalina, insensibilidade humana e falta de razoabilidade para supervalorizar a candidata que não foi capaz apresentar nenhuma novidade na sua gestão.
Aliás, é bom que se diga que ela foi incapaz de promover as reformas das tão carentes das estruturas do Estado, notadamente dos sistemas tributário, político, econômico, previdenciário e dos demais que pudessem contribuir para eliminar os gargalos crônicos que emperram o desenvolvimento do país.
A presidente não conseguiu resistir às indecentes coalizões firmadas à base do não menos vexaminoso e indigno fisiologismo no serviço público, que tanto contribui para apequenar a seriedade da administração do país, pelo evidente desprezo aos nobres princípios da ética, moralidade e legalidade.
Como entender que uma pessoa tão qualificada e diferenciada, como se assegura, foi capaz de conduzir o país para terrível crise econômica, com a experiência de baixíssimo crescimento da economia, quando ela não teve condições de controlar as taxas de juros, que são uma das maiores do mundo, as contas públicas, que estão contribuindo para a falta de investimentos em obras de impacto, as dívidas públicas, que são alarmantes, e a inflação, que se encontro acima do limite da meta oficial etc.
O que dizer do sofrível desempenho do Produto Interno Bruto, que tem sido desastroso nesse governo, a exemplo do seu resultado deste ano, que deverá ficar abaixo 0,5%, sendo um dos mais fracos da história do país, não condizente com as potencialidades econômicas brasileiras.  
Conforme as manifestações e os protestos das ruas do ano passado, o governo foi julgado como péssimo prestador de serviços públicos, ante as notórias precariedades e mazelas existentes na saúde, educação, segurança pública, infraestrutura etc.
As deficiências da administração do país ainda acenam para lastimáveis projeções de dificuldades na economia para o próximo ano, com sérias trovoadas e tempestades, tudo indicando que a competência da candidata petista não é tão forte a ponto de somente ser superada em caso do surgimento de um fenômeno, o que demonstra a infelicidade manifestada pelo marqueteiro, que deve ser regiamente remunerado para dourar a imagem dela, com base apenas nos princípios do marketing que foi e parece continuar sendo a marca do governo petista, que pouco ou nada realizou em benefício do país, mas ainda se julga o todo-poderoso da face da Terra, dando a entender que ninguém tem capacidade para avaliar, com sã consciência, a gestão desastrosa, ineficiente, com absoluta prioridade e predominância para as questões sociais e assistencialistas, com viés populista e eleitoreiro, como forma de garantir, a qualquer custo, não importando os fins para se atingirem os meios, a perenidade no poder, como primacial projeto de ideologia programática, em completo desprezo aos objetivos e interesses nacionais.
Este governo certamente vai passar para a história republicana como aquele que foi capaz de inventar a contabilidade criativa, com a finalidade de maquiar as contas públicas; de apoiar diálogo com os terroristas sanguinários, em contramão da dignidade humana; de se afastar de países desenvolvidos, como os EUA, mas se aproximou perigosamente de governos simpatizantes de regime socialista, muitos quais foram beneficiados com financiamentos para importantes obras, como a construção do moderno porto em Cuba, além do perdão do pagamento dos empréstimos a países africanos, em gesto de injustificável magnanimidade que não é seguido com relação aos devedores brasileiros; e, de tantas deficiências, não ter inaugurado uma obra de impacto no país, que pudesse servir de marco da sua administração.  
          Enfim, a avaliação do governo petista pelo marqueteiro não corresponde nem de longe à realidade das suas expectativas, à luz dos resultados e das realizações bastantes desmilinguidos mencionados acima, deixando evidente que suas afirmações têm pretensões eminentemente tendenciosas e merecedoras de repúdio e contestação, por serem injustas e antidemocráticas.
Os brasileiros precisam conhecer as colocações de extremo desprezo e de suprema prepotência do marqueteiro da candidata petista, para o fim de ter condições de avaliar o governo que prestigiou e valorizou o marketing na sua gestão, que certamente não teria atingido o pouco de credibilidade, em especial nas camadas menos informadas, não fosse o emprego intenso e expressivo de propagandas e publicidades, a preços milionários, com destaque para os programas assistenciais de transferência de renda, em completo desprezo à eficiência, qualidade e economicidade, com relação às políticas essenciais e prioritárias ao desenvolvimento do país. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 07 de outubro de 2014

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