A última pesquisa de intensões de voto divulgada
pelo Datafolha indica, pela primeira vez, que a candidata petista lidera a
disputa eleitoral, com 52% contra 48% do candidato tucano, cujo resultado
revela que os dois presidenciáveis estão tecnicamente empatados.
Não constitui nenhuma surpresa a presidenciável
petista despontar agora na dianteira do senador mineiro, pois o resultado da
pesquisa pode refletir o tanto de elementos arranjados que foram levantados e
veiculados nos programas e nos debates entre ambos, com o propósito de
desconstruir a imagem do tucano, nos moldes da deselegância já utilizada pelo
PT contra a ambientalista, o que mostra a face perversa de partido que não tem o
menor escrúpulo nem ética para se apoderar de meios indignos para tirar proveito
político, quando, em se tratando de campanha eleitoral, o mais apropriado teria
sido a utilização do resultado da sua gestão, para mostrar, caso houvesse, as
realizações em benefício da população, como forma até mesmo de justificar a
aplicação dos recursos públicos.
É incrível como a sociedade demonstra gigantesco menosprezo
à evolução da humanidade e a modernidade política, por aceitar essa forma
esdrúxula da prática de politicagem, por mera tentativa de liquidar o
adversário, a qualquer custo, com inverdades, mentiras e acusações sabidamente
incompatíveis com o embate político-democrático, demonstrando evidente
involução dos princípios de civilidade e de dignidade, que não são usuais nem
mesmo nas piores republiquetas, que já se encontram em estágio avançado cultural,
político e democraticamente.
A vontade do brasileiro é incontestável, apenas é
inconcebível que a sociedade não atente para a falta de qualidade e competência
do homem público, ante os resultados político-administrativos, que não deixam
dúvidas quanto à nítida falta de benefício para a população e o país.
Nunca
na história deste país um ditado popular pode ser tão adequado ao momento
político, segundo o qual o povo tem o governo que merece.
Ou
seja, o povo demonstra conformidade com a precariedade da situação atual e ainda
considera normal e excelente o governo que foi capaz de se aliar aos piores
políticos tidos por picaretas, corruptos e outros deprimentes adjetivos pelo PT;
de transformar a administração pública numa verdadeira estupidez de 39
ministérios, muitos dos quais sem a menor utilidade senão pela importância de
manter no governo os aliados com a mesma ideologia fisiológica, em troca de
alguns minutos no horário eleitoral e de apoio aos projetos do governo no
Congresso Nacional, em conformidade com o espúrio sistema do toma lá, dá cá; de
permitir a banalização da corrupção na administração pública, justamente pela
incapacidade de implantar sistemas eficientes de controle e fiscalização sobre
a aplicação dos recursos públicos; de não controlar as contas públicas, as
dívidas públicas, as taxas de juros e a inflação; de administrar a economia da
pior forma possível, a ponto de o crescimento econômico se aproximar, este ano,
de zero, apesar das potencialidades e pujantes riquezas brasileiras, que
certamente seriam transformadas em progresso caso elas fossem gerenciadas com
competência e eficiência; de resistir às reformas estruturais que tanto o país
precisa, de modo a possibilitar a racionalização da carga tributária, a
modernização e o aperfeiçoamento do arcaico e perverso sistema político, e, de
resto, dos outros ultrapassados sistemas previdenciário, trabalhista, fiscal,
econômico, administrativo, de planejamento, de infraestrutura etc., que estão
servindo como adjunto ao fortalecimento do subdesenvolvimento do país,
principalmente para robustecer o custo Brasil, que tem sido verdadeiro entrave
à ampliação e à modernização do parque industrial, além de contribuir para
aumentar a falta de competitividade da produção nacional.
Na
verdade, os fatos mostram a real incapacidade de o governo promover qualquer
medida que leve à modernização do país, porque quem deseja enganar o povo e
governá-lo em proveito próprio tem interesse em mantê-lo na ignorância e nos
padrões de retrocesso e de atraso, para que não seja possível identificar facilmente
as mazelas e as deficiências administrativas.
A
sociedade tem o dever cívico e patriótico de se conscientizar e se sensibilizar
para o importante momento da história do país, que precisa com urgência de
verdadeiras e saudáveis mudanças, como forma de possibilitar a transformação do
marasmo político-administrativo de priorização apenas e tão somente de questões
sociais e mesmo assim de forma deficiente, em detrimento das demais políticas
de governo, como economia, serviços públicos de qualidade, maciços investimentos
em obras de impacto e infraestrutura e outras ações igualmente importantes e
prioritárias para o desenvolvimento do país.
Não
há a menor dúvida que causa a maior perplexidade se verificar que parcela
significativa da sociedade ou dos eleitores não tenha condições de perceber as
distorções existentes entre o governo que vem administrando o país com o
exclusivo propósito de dominação das classes políticas e massa menos
aquinhoada, tendo por objetivo exclusivo a perenidade no poder, e o governo que
deve se preocupar tão somente com a consecução das políticas públicas visando
ao atendimento do interesse público e do progresso da nação. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 21 de outubro de 2014
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