No
momento em que se aproxima o importante dia da votação do segundo turno para a
escolha do presidente da República, salvo a última revelação da revista “Veja”
de que o ex-presidente da República petista e a sua sucessora sabiam das
tenebrosas falcatruas na Petrobras, mas, no seio da imprensa e dos eleitores, quase
não se houve mais falar sobre as graves irregularidades constatadas na estatal,
que envergonharam as pessoas honestas deste país e nodoaram de negro a imagem que
já não era muito limpa do Brasil no exterior.
É
bem verdade que, para a candidata petista à reeleição, as terríveis denúncias
de corrupção não passaram de meros malfeitos, apenas desvio de conduta de
alguns diretores inexpressivos, que a oposição teria aproveitado os fatos para
destruir a conceituada estrutura da mais importante empresa brasileira, posição
esta que foi modificada tempos mais tarde, em razão do peso das revelações
sobre os rumos da campanha, quando a petista os reconheceu como verdadeiros,
sem alterar sua conduta de mandatária do país, em termos da adoção de enérgicas
medidas administrativas da sua alçada, principalmente pelo afastamento dos
cargos dos servidores denunciados.
A
persistente teimosia governamental custou a se render à realidade dos fatos,
que apontavam para a maior bandalheira que se tinha notícia na história republicana,
com a constatação do crime institucionalizado dentro da empresa, consistente no
desvio de recursos provenientes de contratações com preços superfaturados,
justamente para o acréscimo da vergonhosa e espúria quota destinada a partidos
do governo e de políticos aliados a ele.
Na
época, o candidato tucano disse que "Ninguém
no Brasil pode achar que é normal, que é aceitável, esse conjunto de ações
nefastas e perversas que virou rotina e se introduziu na máquina pública
brasileira. Não é a oposição que está denunciando. É um diretor que atuava
dentro desse esquema alimentava diretamente o partido que está no governo".
Realmente,
é completamente inconcebível que políticos tenham a indignidade de aparelhar a
máquina pública para, sob indecente e indigno esquema de ladroagem se organizar
com imaginável eficiência para desviar recursos públicos para o abastecimento
de caixa de partidos políticos e o mais grave ainda é que os operadores, que
estão presos, denunciaram os nomes dos políticos dos partidos que negociavam as
propinas, mas, pasmem, nada de anormal aconteceu com eles, como se nada tivesse
havido no reino petista e no dos asseclas, ou seja, o tesoureiro do partido
continua exercendo esse cargo, inclusive desempenhando importante cargo como
conselheiro de multinacional.
No
entanto, a candidata à reeleição garante, com inacreditável seriedade, diante
das câmaras da televisão, que não tolera corrupção e que mandou apurar os fatos
denunciados, ou seja, tudo não passa de falácia vazia e sem nenhum efeito
prático, porque os envolvidos e denunciados pelo ex-diretor da estatal e pelo
doleiro continuam prestigiados nos cargos, as apurações não revelam nada, por
enquanto, e, enfim, nenhuma medida efetiva foi adotada, estando, como o velho ditado popular, "tudo está como dantes, no quartel de Abrantes".
Na
verdade, a falta de efetivas providências do governo para investigar os fatos danosos
e até mesmo a falta de qualquer medida preventiva contra as falcatruas na
administração pública se coadunam perfeitamente com o histórico da realidade e
das realizações do governo, que se proclama campeão de investigações dos casos
de corrupção, que deve ter também a primazia de ser o maior levantador de taças
por incidência de irregularidade com dinheiro dos contribuintes, em tão curto
período de gestão, mas, de concreto, nenhum resultado foi comprovado, como
forma de justificar a efetividade das apurações implementadas e o saneamento
dos fatos denunciados.
O
caso mais emblemático desse governo diz respeito ao famigerado mensalão, cujo
processo foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal, que condenou os réus envolvidos,
com base nas robustas provas documentais, periciais, testemunhais e demais
elementos legalmente válidos, mais a cúpula do partido pivô das irregularidades
não promoveu nenhuma punição aos mensaleiros, então líderes da agremiação, o
que teria sido normal se eles tivessem sido expulsos, em razão dos crimes por
eles protagonizados, mas, de forma complacente, o partido os elegeram como
verdadeiros baluartes de uma “batalha” extremamente triste para a história do
país, consistente no pagamento de propina a parlamentares, com dinheiro sujo de
empréstimos fraudados, em evidente demonstração de indiferença aos salutares
princípios da ética, do decoro, da moralidade e da dignidade.
Diante
desses fatos lastimáveis e deploráveis ocorridos não somente na Petrobras,
convém que a sociedade, no âmbito do seu dever cívico e patriótico, tendo em
vista os elevados interesses nacionais, quanto à necessidade de mudanças na
mentalidade político-administrativa, façam rigorosa avaliação sobre o
desempenho da candidata à reeleição, de modo que seja possível se aquilatar as
suas verdadeiras capacidade e competência para continuar ou não administrando o
país sob as comprovadas deficiências dela na condução das ações pertinentes à
economia; à política; às relações internacionais, ante seu distanciamento das
grandes potências e sua aproximação a governantes socialistas; ao inchamento da
máquina pública, com vistas à distribuição de cargos púbicos em troca de apoio
político; às precariedades na prestação dos serviços públicos; e tantas mazelas
que, à luz da racionalidade e bom senso, não aconselham a sua permanência no comando
dos destinos dos brasileiros, sobretudo em razão da salutar alternância do
poder, com vistas a possibilitar o vislumbre de novos horizontes quanto à
consecução das atividades político-administrativas saudáveis e em benefício do
país e do seu povo. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 23 de outubro de 2014
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