Diante dos supostos comentários sobre a
possibilidade de se acabar o Bolsa Família, a candidata petista à reeleição afirmou,
de forma enfática, em fase anterior ao primeiro turno, que o programa de
transferência de renda corre o risco de ser extinto se seu adversário vencer a
eleição presidencial.
Na ocasião, a candidata petista disse que “Faltam poucos dias para a eleição. Neste
momento, o clima fica um pouco quente e nós sabemos que começa uma série de
mentiras e boatos falsos por aí. Para que eles fazem os boatos falsos? Para
conseguir convencer o povo, enganando o povo. Por exemplo, tem uns que dizem
que o Bolsa Família, nosso programa mais importante, o programa que nós consideramos
o programa mais forte para reduzir a pobreza e a desigualdade, junto com o
emprego e junto com o aumento de salário, vai acabar. Ora, vai acabar se eles
forem eleitos. Enquanto eu for presidenta da República, garantir emprego,
garantir direito trabalhista, garantir salário, eu vou garantir. Quero dizer
para vocês que agora isso vai começar a acontecer, mas nós temos uma arma
contra as mentiras e os boatos: a verdade”.
O Bolsa Família foi criado pelo governo petista em 2003,
com a finalidade de beneficiar famílias carentes, que totalizam, segundo dados
do Executivo federal, 13,9 milhões de famílias ou 56 milhões de pessoas
cadastradas, que recebem, de acordo com o governo, o valor médio da quantia de R$
170,00.
Com a finalidade de desmontar as insinuações da
petista, o candidato tucano nega, reiteradamente e de forma peremptória, que não
cogita extinguir o Bolsa Família, na hipótese de vencer a eleição, tendo
afirmado que dará continuidade à importante iniciativa da transferência de
renda de que se trata.
Não passam de argumentações desesperadas as
acusações governistas de que seu opositor irá detonar o Bolsa Família, por se tratar
exatamente do único programa fomentado pelo governo que, há doze anos, não
conseguiu apresentar outra novidade na administração do país, com status capaz até
mesmo de justificar a sua gestão, que não foi tão apagada em razão exatamente
do seu programa de transferência de renda.
As afirmações da candidata oficial demonstram situação
desesperadora de campanha, porque suas acusações são destituídas de fundamento,
sendo apenas fruto de ilações inconsistentes, apenas como forma de confundir a
opinião dos beneficiários, que já estão acostumados e acomodados com o
recebimento de benefício que deveria servir apenas para a dignificação do ser
humano.
Na verdade, o Bolsa Família vem sendo utilizado
como mero instrumento de degeneração social, quando o governo poderia aproveitá-lo
como programa de valorização social, notadamente com a capacitação dos
titulares, por meio da formação profissional que visassem à preparação deles
para assunção de empregos capazes de propiciar dignificação do cidadão, com a
representação do salário proveniente do seu trabalho, sem precisar da
assistência governamental, que funciona muito mais como medida de depreciação
do homem, por ser ele, nesse caso, colocado em situação de inferioridade e de
incapacidade para trabalhar e produzir normalmente como os demais brasileiros,
que não dependem da distribuição de renda que sabidamente funciona com a primacial
finalidade de vincular o beneficiário às maquiavélicas pretensões do governo de
perenidade no poder.
É induvidoso que existe implícita ligação dos
programas de distribuição de renda aos objetivos populistas do governo de garantir
a continuidade no poder, mediante a consciente manipulação dos programas
assistencialistas, que não deveriam servir para tal finalidade nitidamente
eleitoreira, à vista da diferenciação e prioridade conferida ao Bolsa Família,
até mesmo na majoração dos valores pertinentes, a exemplo do recente reajuste
de 10%, quando os demais aumentos são limitados aos índices oficiais, que não
são bem mais modestos, havendo nisso cristalino e inescrupuloso ferimento aos
princípios da dignidade e da honorabilidade na administração pública.
Além do Bolsa Família, o governo certamente vai
passar para a história republicana como aquele que mais conviveu com casos de
corrupções, que horrorizaram os brasileiros, pela contribuição nefasta à
completa desmoralização dos princípios da dignidade e da honestidade, cuja
decadência gerencial jamais deveria predominar na administração do país.
Com vista à serventia de objetivos eleitoreiros o partido
governista vem demonstrando completa capacidade de administrar o país, que
jamais deveria ser submetido às decadentes práticas fomentar programas com essa
finalidade.
É de se lamentar que ainda exista expressiva parcela dos brasileiros favorável
à continuidade da classe política dominante, cuja capacidade foi apenas
direcionada para consecução de programas de transferência de renda, com sua
nítida utilização para o respaldo de interesses pessoais e partidários.
A sociedade precisa se conscientizar, por força do
seu dever cívico e patriótico, sobre a urgente necessidade de se posicionar
contra a precariedade da administração do país, mediante a prática de
procedimentos que não condizem com a realidade brasileira, porquanto, salvo o
caso do Bolsa Família, há notória falta de priorização das políticas públicas, ante
a degeneração da prestação dos serviços públicos, o prestígio ao escrachado
fisiologismo ideológico, a banalização das corrupções, a leniência com a
impunidade, a precária condução das políticas econômicas, o descontrole da
inflação, das contas públicas, das dívidas púbicas e das taxas de juros, a
aproximação a países governados por ditadores e tantas precariedades gerenciais
dos assuntos relacionados com os interesses nacionais, que estão contribuindo
para incrementar a passos largos o subdesenvolvimento do país. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 22 de outubro de 2014
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