Vem
circulando, com bastante intensidade, nas redes sociais e na mídia, bem
criativa, importante e apropriada ao momento político, campanha contra
a reeleição da presidente da República, que consiste na mobilização dos
eleitores de outros candidatos para se vestirem de roupa verde-amarela, por
ocasião da votação no próximo domingo.
Não
há dúvida de que essa mobilização tem tudo para pegar e poderá resultar em
exitosa, pelo menos com relação às pessoas que têm o mínimo de sensibilidade e
consciência cívica e patriótica, que não concordam com a desmoralização dos
princípios da ética, moral e dignidade na administração pública, que gostariam
de expressar, de forma clara e objetiva, sua indignação contra a banalização da
corrupção com recursos públicos e a leniência com a impunidade.
Os
verdadeiros brasileiros, os que ainda têm caráter e vergonha na cara, certamente
hão de apoiar essa iniciativa, à vista da necessidade de demonstrar o propósito
de se passar o país a limpo e se manifestar com absoluta consciência sobre a
premência das mudanças na administração do Brasil, ante a constatação da sua
destruição e da degeneração dos princípios da dignidade e honestidade na gestão
das verbas públicas, porque, à toda evidência, esse governo já esgotou sua cota
de deficiências e precariedades com relação à prestação dos serviços públicos e
à gestão dos recursos dos contribuintes, que se sacrificam, anos após anos,
para perceber que o único programa que ainda tem um pouco de consistência é o
Bolsa Família, naturalmente com nítido viés eleitoreiro e capaz de contribuir
para formação do curral eleitoral do partido governista, como se ele fosse o
dono do dinheiro que paga os beneficiários dos programas assistencialistas.
É evidente que os demais programas
governamentais padecem em razão da precariedade e da incompetência gerenciais,
a exemplo das políticas econômicas, cujo fracasso é patenteado por meio do pífio
desempenho do Produto Interno Bruto, que apresentou crescimento negativo no
primeiro semestre deste ano e deverá atingir 0,7% no final deste ano, conforme previsão
oficial. Não tem sido possível controle da inflação, das contas públicas, das
dívidas públicas e das taxas de juros, que são fatores que contribuem para
forte restrição aos investimentos públicos e privados.
No
conjunto da administração, o governo coleciona montanhas de resultados
desastrosos e bastantes prejudiciais ao país, em especial no que tange ao
desarranjo e desprezo ao cumprimento dos princípios da moralidade, honestidade
e dignidade, ante o gerenciamento do país com o enfrentamento permanente de inúmeras
irregularidades e corrupções com recursos públicos, a exemplo das assombrosas fraudes
causadoras dos rombos no patrimônio da Petrobras, que tiveram a participação
indireta do Palácio do Planalto, em virtude de as nomeações dos ex-diretores
corruptos terem sido da competência da presidente da República, cuja
responsabilidade ela não pode, na forma da lei, abdicar e muito menos descartar,
como se não tivesse nada com isso.
O
governo não pode negar a sua paternidade nos indignos esquemas que fortaleceram
e nutriram o espúrio fisiologismo na administração pública, permitindo que
fosse relegada a sua eficiência, em virtude da entrega da direção dos órgãos e
das entidades a políticos integrantes da coalizão de governabilidade, sem
nenhum compromisso com a dignificação e moralização dos princípios da
administração pública.
Também
não podem ser olvidados os indevidos e injustificáveis investimentos
brasileiros no moderno porto de Cuba e noutros países igualmente governados por
ditadores que menosprezam os direitos humanos e os conceitos democráticos, quando
são parcos os investimentos no Brasil, por escassez de recursos.
Por
sua vez, constitui indiscutível excrescência o perdão de dívida de países
africanos, cujos recursos se destinaram a obras tocadas por empresas nacionais
responsáveis por suntuosos financiamentos de campanhas de políticos
governistas.
Por
esses casos e por outras irreverências à liturgia ao cargo de mandatário do
país, os brasileiros precisam empunhar, com urgência, a bandeira de repúdio às
práticas desonestas e desmoralizantes na administração do país e vestir roupas
verde-amarelas, em estrito sentimento de brasilidade, para exigir as mudanças ansiadas
pelo povo, com vistas à implantação de práticas saudáveis de competência,
eficiência, dignidade e honestidade na gestão dos recursos públicos, a par da
promoção das reformas estruturais tão reclamadas para o desenvolvimento do
país.
O
momento da eleição é indiscutivelmente ideal para a sociedade manifestar a sua
insatisfação com as atividades político-administrativas vigentes e decidir, de
forma efetiva, pela mudança que poderá livrar o país das maldades causadas ao
povo, em especial pela precária prestação dos serviços públicos e pelas
limitações gerenciais de apenas cuidar de programas assistenciais, quando os
programas essenciais foram menosprezados, a exemplo das políticas econômicas e
outros indispensáveis ao progresso do país. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 1º de outubro de 2014
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