quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Mobilização pelo Brasil

Vem circulando, com bastante intensidade, nas redes sociais e na mídia, bem criativa, importante e apropriada ao momento político, campanha contra a reeleição da presidente da República, que consiste na mobilização dos eleitores de outros candidatos para se vestirem de roupa verde-amarela, por ocasião da votação no próximo domingo.
Não há dúvida de que essa mobilização tem tudo para pegar e poderá resultar em exitosa, pelo menos com relação às pessoas que têm o mínimo de sensibilidade e consciência cívica e patriótica, que não concordam com a desmoralização dos princípios da ética, moral e dignidade na administração pública, que gostariam de expressar, de forma clara e objetiva, sua indignação contra a banalização da corrupção com recursos públicos e a leniência com a impunidade.
Os verdadeiros brasileiros, os que ainda têm caráter e vergonha na cara, certamente hão de apoiar essa iniciativa, à vista da necessidade de demonstrar o propósito de se passar o país a limpo e se manifestar com absoluta consciência sobre a premência das mudanças na administração do Brasil, ante a constatação da sua destruição e da degeneração dos princípios da dignidade e honestidade na gestão das verbas públicas, porque, à toda evidência, esse governo já esgotou sua cota de deficiências e precariedades com relação à prestação dos serviços públicos e à gestão dos recursos dos contribuintes, que se sacrificam, anos após anos, para perceber que o único programa que ainda tem um pouco de consistência é o Bolsa Família, naturalmente com nítido viés eleitoreiro e capaz de contribuir para formação do curral eleitoral do partido governista, como se ele fosse o dono do dinheiro que paga os beneficiários dos programas assistencialistas.
          É evidente que os demais programas governamentais padecem em razão da precariedade e da incompetência gerenciais, a exemplo das políticas econômicas, cujo fracasso é patenteado por meio do pífio desempenho do Produto Interno Bruto, que apresentou crescimento negativo no primeiro semestre deste ano e deverá atingir 0,7% no final deste ano, conforme previsão oficial. Não tem sido possível controle da inflação, das contas públicas, das dívidas públicas e das taxas de juros, que são fatores que contribuem para forte restrição aos investimentos públicos e privados.
No conjunto da administração, o governo coleciona montanhas de resultados desastrosos e bastantes prejudiciais ao país, em especial no que tange ao desarranjo e desprezo ao cumprimento dos princípios da moralidade, honestidade e dignidade, ante o gerenciamento do país com o enfrentamento permanente de inúmeras irregularidades e corrupções com recursos públicos, a exemplo das assombrosas fraudes causadoras dos rombos no patrimônio da Petrobras, que tiveram a participação indireta do Palácio do Planalto, em virtude de as nomeações dos ex-diretores corruptos terem sido da competência da presidente da República, cuja responsabilidade ela não pode, na forma da lei, abdicar e muito menos descartar, como se não tivesse nada com isso.
O governo não pode negar a sua paternidade nos indignos esquemas que fortaleceram e nutriram o espúrio fisiologismo na administração pública, permitindo que fosse relegada a sua eficiência, em virtude da entrega da direção dos órgãos e das entidades a políticos integrantes da coalizão de governabilidade, sem nenhum compromisso com a dignificação e moralização dos princípios da administração pública.
Também não podem ser olvidados os indevidos e injustificáveis investimentos brasileiros no moderno porto de Cuba e noutros países igualmente governados por ditadores que menosprezam os direitos humanos e os conceitos democráticos, quando são parcos os investimentos no Brasil, por escassez de recursos.
Por sua vez, constitui indiscutível excrescência o perdão de dívida de países africanos, cujos recursos se destinaram a obras tocadas por empresas nacionais responsáveis por suntuosos financiamentos de campanhas de políticos governistas.
Por esses casos e por outras irreverências à liturgia ao cargo de mandatário do país, os brasileiros precisam empunhar, com urgência, a bandeira de repúdio às práticas desonestas e desmoralizantes na administração do país e vestir roupas verde-amarelas, em estrito sentimento de brasilidade, para exigir as mudanças ansiadas pelo povo, com vistas à implantação de práticas saudáveis de competência, eficiência, dignidade e honestidade na gestão dos recursos públicos, a par da promoção das reformas estruturais tão reclamadas para o desenvolvimento do país.
O momento da eleição é indiscutivelmente ideal para a sociedade manifestar a sua insatisfação com as atividades político-administrativas vigentes e decidir, de forma efetiva, pela mudança que poderá livrar o país das maldades causadas ao povo, em especial pela precária prestação dos serviços públicos e pelas limitações gerenciais de apenas cuidar de programas assistenciais, quando os programas essenciais foram menosprezados, a exemplo das políticas econômicas e outros indispensáveis ao progresso do país. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 1º de outubro de 2014

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