quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Irresponsabilidade cívica

Ultimamente, muito tem se falado que a insegurança jurídica e o posicionamento político resultantes da administração petista poderão, em breve, causar sérios transtornos às políticas interna e externa e à administração dos negócios do Brasil, ante a maneira deletéria e prejudicial como a nação vem sendo comandada, por não estarem sendo observados, com o devido rigor, os princípios de eficiência e de eficácia e muito menos os conceitos da boa conduta na gestão dos recursos públicos.
Essas colocações se direcionam aos eleitores que assumiram a decisão pela reeleição da presidente da República, os quais não podem fugir da sua responsabilidade pela continuidade das desastrosas atividades político-administrativas que estão predominando na administração pública, cujas dificuldades na gestão do país deverão ser ainda mais sentidas pelos brasileiros em geral, indistintamente, não apenas por aqueles que tiveram a oportunidade de mudar os destinos da nação, mas preferiram privilegiar o processo deletério do retrocesso e do subdesenvolvimento acumulados em doze anos de precariedades na gestão pública, que tem reflexo notadamente na péssima qualidade da prestação dos serviços públicos, que, infelizmente, não foi levada na devida conta, que deveria ter sido feita justamente pelos beneficiários diretos dos citados serviços, fato que dá a impressão de que eles são os únicos a estarem satisfeitos com as evidentes mazelas que grassam impiedosamente no país.
Não há dúvida de que a mediocridade ou a inteligência de um povo pode ser aquilatada exatamente pelo seu sentimento democrático demonstrado nas urnas, pois é precisamente nesse momento de extrema importância de votação que o povo se manifesta pela escolha do seu representante no Executivo ou no Parlamento.
Infelizmente, nesta última eleição, faltaram aos brasileiros a sensibilidade e o bom senso quanto à grandeza pela opção de poder transformar para melhor o Estado visivelmente decadente e carente de bons princípios, à vista da nítida incompetência na condução, em especial, das políticas econômicas, permitindo que o país possa crescer, este ano, a nível bem próximo de zero, ou seja, quase nada, podendo causar sérios problemas com relação à desindustrialização, ai desemprego, à diminuição da renda dos trabalhadores, à redução da arrecadação tributária e à falta de investimentos público e privado; das corrupções endêmicas e predominantes na administração pública, comandadas, como no caso da Petrobras, pelo próprio partido do governo e por agremiações aliadas, conforme a presidente da República já reconheceu o desvio irregular de dinheiro da estatal por seus correligionários, prometendo punir os envolvidos e promover o ressarcimento dos prejuízos; das precariedades na prestação dos serviços públicos, que estão cada vez mais sendo sucateados e depravados aos desprezos comparáveis às republiquetas; do inchamento da máquina pública, com trinta e nove ministérios para servir senão de cabide de empregos para aliados, em troca de indigno apoio político, mediante o vergonhoso toma lá, dá cá, que é prática sebosa repudiada até mesmo nas piores republiquetas, mas, no país tupiniquim, o baixo nível desse procedimento precisa existir, sob o ônus dos otários contribuintes, para permitir o indecente fisiologismo no serviço público; do inaceitável aparelhamento de ministérios e empresas públicas com correligionários, aliados políticos, sindicalistas e demais assemelhados; da leniência com a impunidade, causa maior do incentivo às roubalheiras aos cofres públicos; entre uma série de outras deficiências que estão levando o país à situação de calamidade incontrolável e prejudicial ao interesse da nacionalidade.
Contudo, o governo logo poderá alegar que os condôminos do edifício Brasil chancelaram e convalidaram, com o seu voto, as mediocridades da administração petista, permitindo a sua continuidade por mais quatro anos, que certamente será o tempo suficiente para que a nação seja quebrada de vez, se distancie ainda mais dos países desenvolvidos e se aproxime perigosamente das nações comandadas por ditadores que desrespeitam os princípios democráticos e os direitos humanos, como verdadeiros princípios de reafirmação da decadência que tanto os brasileiros sensatos repudiaram com extrema veemência, no último pleito eleitoral. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
          Brasília, em 29 de outubro de 2014

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