quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Mercado avesso ao retrocesso

     Já está mais do que provado que os mercados financeiros não simpatizam nem um pouco as políticas econômicas do governo, por terem decidido reprovar a atuação da sua equipe econômica, à vista do comportamento sempre arredio da Bolsa de Valores de São Paulo, sempre provocando enorme queda quando a petista tem resultado positivo na preferência da sociedade, a exemplo da forte despencada depois da eleição, quando as ações da Petrobras tiveram queda de mais de 12%.
Não somente as políticas “intervencionistas” do governo são motivo de reprovação pelo mercado, mas também o relacionamento agitado da presidente com o mundo, que ficou ainda mais tumultuado depois da notícia de que a Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA grampeava o celular da mandatária brasileira.
As complicações com os investimentos estrangeiros no país têm relação direta com a insegurança e a instabilidade quanto à política externa brasileira, que praticamente é comandada pelo responsável pelos assuntos de políticas externas, que se opôs radicalmente ao regime militar, foi um dos fundadores do PT, coordenou as campanhas do ex-presidente da República e foi um dos organizadores do "Fórum de São Paulo", que reúne movimentos esquerdistas da América Latina e Caribe.
Em termos de política externa, o governo brasileiro tem sido zero à esquerda, por protagonizar as piores demonstrações no campo da diplomacia, a exemplo da falta de crítica à invasão russa na Ucrânia e à anexação da Crimeia e do aconselhamento da presidente brasileira ao diálogo com os bárbaros sanguinários do Estado Islâmico, perante a Assembleia-Geral da ONU, fato este que assombrou o mundo com tão despropositada sugestão, quando os países cônscios das suas responsabilidades sobre a paz mundial se uniam em esforços para atacar e combater a sanha dessa organização criminosa, que afronta a dignidade humana.
O mercado financeiro tem realmente motivos mais do que suficientes para se preocupar com a situação da política externa brasileira, que, de forma inexplicável, vem concedendo prioridade às relações com países de índole socialista, como a Rússia, Venezuela, Argentina e Cuba e muitos outros da mesma ideologia, fato que tem contribuído para completo afastamento do Brasil das nações desenvolvidas, cujas políticas externas são saudáveis, livres, que visam ao desenvolvimento econômico de seus países.
Não obstante, apesar das evidentes rejeições às fracassadas políticas econômicas petistas, a sociedade não quis nem saber se isso é bom ou ruim para os interesses nacionais, porque as razões sociais e assistencialistas têm merecido as principais prioridades do governo, o que vale dizer que as demais questões que se resolvam como possam, notadamente as econômicas e principalmente as relações externas.
Na realidade, trata-se de situação bastante complexa e ilógica, à luz da realidade mundial, visto que, historicamente, os governos em conflito com os mercados quase sempre têm dificuldade de continuar em pé, diante do desequilíbrio que a situação econômica provoca entre a sua capacidade de comandar o país, em razão da natural impopularidade que isso pode acarretar, e a falta de confiança dos investidores.
Infelizmente, essa ilógica funcional em benefício da petista, porquanto mais o mercado se declinou para o lado do candidato tucano, mais cresceu a preferência do eleitorado pela presidenciável petista, com o fortalecimento ainda mais da sua vitória, fato que não encontra explicação fácil e plausível, haja vista que o mercado é a força motriz capaz de contribuir para o desenvolvimento das nações.
O balanço das urnas foi favorável às políticas intervencionistas do governo, naturalmente por imaginar que algum dia elas ressurjam das cinzas e tragam a confiança não demonstrada pelo mercado, que, por certo, gostaria de ter mais liberdade para movimentar o capital, que jorra em abundância mundo afora e sempre será a mola capaz de impulsionar o desenvolvimento das nações. Acorda, Brasil!
 
          ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
          Brasília, em 28 de outubro de 2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário