Já está mais do que provado que os mercados financeiros
não simpatizam nem um pouco as políticas econômicas do governo, por terem decidido
reprovar a atuação da sua equipe econômica, à vista do comportamento sempre
arredio da Bolsa de Valores de São Paulo, sempre provocando enorme queda quando
a petista tem resultado positivo na preferência da sociedade, a exemplo da
forte despencada depois da eleição, quando as ações da Petrobras tiveram queda
de mais de 12%.
Não somente as políticas “intervencionistas” do
governo são motivo de reprovação pelo mercado, mas também o relacionamento
agitado da presidente com o mundo, que ficou ainda mais tumultuado depois da
notícia de que a Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA grampeava o
celular da mandatária brasileira.
As complicações com os investimentos estrangeiros
no país têm relação direta com a insegurança e a instabilidade quanto à política
externa brasileira, que praticamente é comandada pelo responsável pelos
assuntos de políticas externas, que se opôs radicalmente ao regime militar, foi
um dos fundadores do PT, coordenou as campanhas do ex-presidente da República e
foi um dos organizadores do "Fórum de São Paulo", que reúne movimentos
esquerdistas da América Latina e Caribe.
Em termos de política externa, o governo brasileiro
tem sido zero à esquerda, por protagonizar as piores demonstrações no campo da
diplomacia, a exemplo da falta de crítica à invasão russa na Ucrânia e à
anexação da Crimeia e do aconselhamento da presidente brasileira ao diálogo com
os bárbaros sanguinários do Estado Islâmico, perante a Assembleia-Geral da ONU,
fato este que assombrou o mundo com tão despropositada sugestão, quando os
países cônscios das suas responsabilidades sobre a paz mundial se uniam em
esforços para atacar e combater a sanha dessa organização criminosa, que
afronta a dignidade humana.
O mercado financeiro tem realmente motivos mais do
que suficientes para se preocupar com a situação da política externa
brasileira, que, de forma inexplicável, vem concedendo prioridade às relações
com países de índole socialista, como a Rússia, Venezuela, Argentina e Cuba e
muitos outros da mesma ideologia, fato que tem contribuído para completo
afastamento do Brasil das nações desenvolvidas, cujas políticas externas são
saudáveis, livres, que visam ao desenvolvimento econômico de seus países.
Não
obstante, apesar das evidentes rejeições às fracassadas políticas econômicas
petistas, a sociedade não quis nem saber se isso é bom ou ruim para os
interesses nacionais, porque as razões sociais e assistencialistas têm merecido
as principais prioridades do governo, o que vale dizer que as demais questões
que se resolvam como possam, notadamente as econômicas e principalmente as
relações externas.
Na
realidade, trata-se de situação bastante complexa e ilógica, à luz da realidade
mundial, visto que, historicamente, os governos em conflito com os mercados
quase sempre têm dificuldade de continuar em pé, diante do desequilíbrio que a
situação econômica provoca entre a sua capacidade de comandar o país, em razão
da natural impopularidade que isso pode acarretar, e a falta de confiança dos
investidores.
Infelizmente,
essa ilógica funcional em benefício da petista, porquanto mais o mercado se
declinou para o lado do candidato tucano, mais cresceu a preferência do
eleitorado pela presidenciável petista, com o fortalecimento ainda mais da sua
vitória, fato que não encontra explicação fácil e plausível, haja vista que o
mercado é a força motriz capaz de contribuir para o desenvolvimento das nações.
O
balanço das urnas foi favorável às políticas intervencionistas do governo,
naturalmente por imaginar que algum dia elas ressurjam das cinzas e tragam a
confiança não demonstrada pelo mercado, que, por certo, gostaria de ter mais
liberdade para movimentar o capital, que jorra em abundância mundo afora e
sempre será a mola capaz de impulsionar o desenvolvimento das nações. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 28 de outubro de 2014
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