Um
dos ministros do Supremo Tribunal Federal considera a operação Lava-Jato como
sendo tratada de forma desequilibrada pela sociedade e pela imprensa brasileira,
tendo sido criticada por ele, em um evento jurídico em Londres, quando ele chamou
de “canonização” da investigação. A
informação é do jornal O
Estado de São Paulo.
O
ministro, em avaliação, disse que “Em um
momento houve a canonização da Lava Jato. Então, qualquer decisão contra a ação
do (juiz) Moro era
considerada antirrepublicana, antipatriótica ou ‘antiqualquercoisa’, o que é
uma bobagem”.
Em
seguida, o magistrado criticou também a crença de que a operação é
infalível, tendo afirmando que “A Lava
Jato começou a pensar que era uma entidade, quis legislar, mudar habeas
corpus e outras coisas. Depois se viu que eles eram suscetíveis a problemas
sérios e que a corrupção estava ali perto, como o caso (do
ex-procurador) Miller”.
Tem
sido comum, nos últimos tempos, o Supremo Tribunal Federal ter sido epicentro
da crise política que, desde 2016, grassa no país e, nos últimos dias,
ministros da corte se revelaram em público para responder críticas e pressões dirigidas
à Excelsa Corte da Justiça do país.
Um
dos ministros fez bombásticos comentários contra seus pares que desandaram a
conceder habeas corpus para criminosos de colarinho branco, embora ele seja alinhado
a pautas progressistas como a descriminalização do aborto e das drogas, mas é considerado
apoiador dos procedimentos da operação Lava-Jato no Supremo.
O
citado ministro fez críticas duras, ao apontar o que, para ele, as questões
pertinentes à Operação Lava-Jato são os principais problemas do Supremo, tendo
dito ao jornal Folha
de S.Paulo que, em referência a quem discorda do combate à
corrupção, que “É juiz que faz favor e
acha que o poder existe não para fazer o bem e a justiça, mas para proteger
amigos e perseguir inimigos”.
À
toda evidência, o aludido comentário pode ser interpretado como indireta a um
dos ministros contrários à Lava-Jato, os quais já protagonizaram momentos
tensos no plenário do Supremo, com ataques grosseiros e contundentes de ambos
os lados.
Nas
últimas semanas, o ministro contrário ao trabalho da Operação Lava-Jato
abriu a caixa de críticas a procuradores e mandou soltar diversos
empresários e políticos envolvidos na criminalidade investigada por essa operação,
em demonstração de total contrariedade ao sentimento da opinião pública.
É
extremamente lamentável que magistrado do nível de ministro do Supremo Tribunal
Federal possa acomodar mentalidade tão diferenciada da opinião pública,
principalmente dos brasileiros que defendem a moralização do país e estão
absolutamente em harmonia com as medidas adotadas pela Operação Lava-Jato, que
tem por base o combate implacável à corrupção e à impunidade, tudo em
consonância com o sentimento de repúdio aos criminosos de colarinho branco, que
tem sido alvo da proteção de quem critica o trabalho exemplar e tem sido modelo
de justiça praticada estritamente sob às luzes do ordenamento jurídico.
Há
que se notar que as decisões tomadas pela Operação Lava-Jato estão sendo quase
cem por cento confirmadas pelas instâncias superiores, enquanto o trabalho
desse magistrado vem sendo criticada com dureza pela sociedade e principalmente
por seus pares, por entenderem que não é normal que ladrões dos cofres públicos
mereçam liberdade e condescendência da Justiça, que tem sido concedida de forma
costumeira e sempre acompanhada de crítica aos juízes que decretaram as prisões
desses bandidos repugnáveis, inexplicavelmente protegidos pelo ministro.
Causa
espécie que esse ministro não tenha interesse em perceber que ele está na
contramão do sentimento primário dos brasileiros, que clamam por combate
ferrenho à criminalidade, como forma de se buscar, a todo custo, a moralização do
país, que tem sido frustrada pelo trabalho claramente divergente daquele que
vem sendo implementado com competência pela Operação Lava-Jato, absolutamente
transparente e indiscutivelmente em sintonia com o interesse público.
Induvidosamente,
as decisões do ministro falam por si sós, mostrando a sua verdadeira
personalidade de extrema atenção aos pedidos de habeas corpus formulados por
bandidos dilapidadores dos cofres públicos, devidamente qualificados pela
Justiça, que ele simplesmente ignora numa boa, como se isso fosse normal em um
Estado Democrático de Direito, em que os delinquentes precisam pagar por seus
pecados.
Esse
fato, por ser de extrema gravidade, fere de morte os princípios da dignidade,
moralidade e honorabilidade e são diametralmente contrários ao profícuo trabalho
desempenhado pela conceituada Operação Lava-Jato, que é por ele inconcebível e
injustificadamente criticado, dando a entender que ele é um único certo nessa seara
de mobilização contra a corrupção, enquanto ele vem atuando em clara defesa da
criminalidade, conforme mostram os fatos, ricamente noticiados pela mídia.
Possivelmente,
essa forma de descentralização de entendimento sobre as interpretações das leis
e as autonomia das decisões absolutamente em harmonia com sentimento pessoal,
com o poder absoluto da soltura de criminosos da prisão, visivelmente sem
direito à liberdade, diante da gravidade de seus crimes, e ainda com a
arrogância das críticas contra quem produz trabalho de mérito em combate à
corrupção e à criminalidade, somente pode ser fruto da inexistência de
mecanismos de contrafreios e avaliação sobre os trabalhos dos magistrados, que
imaginam que são incensuráveis e onipotentes, à luz das garantias
constitucionais de vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de
vencimentos, ex-vi do disposto no art.
95, I, II e III, da Lei Maior.
A
verdade é que entre o trabalho da Operação Lava-Jato e o do ministro opositor a
ela, o que realmente merece ser canonizado, se isso fosse possível, seria, sem
dúvida alguma, aquele realizado por quem tem demonstrado total harmonia com os sentimentos
dos brasileiros honrados, que anseiam pela verdadeira moralização da
administração do país, justamente em ação favorável à prisão dos criminosos,
enquanto o trabalho do magistrado crítico tem sido inversamente, quando vem
sistematicamente libertando da cadeia criminosos de colarinho branco, conforme
mostram os fatos, em contestação às declarações absolutamente fantasiosas e infundadas
de quem tenta justificar seus atos contrários aos princípios moralizadores. Acorda,
Brasil!
Brasília, em 31 de julho de 2018