Conforme notícia veiculada na mídia, o ex-governador do Ceará,
presidenciável pelo PDT, foi processado por 50 pessoas ofendidas por ele, nos
últimos 25 anos, em razão de calúnia, injúria ou difamação, após declarações
feitas pelo político.
Segundo
o jornal O Globo, o pré-candidato à
Presidência da República acumula quase cem ações e recursos em andamento, sendo
que oito delas já foram protocoladas no fluente ano.
De acordo com a notícia, os dados foram levantados junto aos sites dos
Tribunais de Justiça do Ceará, Distrito Federal, Rio de Janeiro e de São Paulo,
além do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal.
Também
consta da notícia que, em pelo menos seis dos casos, o ex-governador foi
condenado a pagar o valor de R$ 315 mil, em indenizações, enquanto os processos
que informam os valores das causas somam R$ 914,7 mil.
O
caso mais recente em que o político cearense se envolveu foi contra um vereador
paulista pelo DEM, que é o autor do processo que o presidenciável o chamou de
"capitãozinho do mato",
fato que, em princípio, não condiz com a dignidade ínsita do homem público, que,
na forma da liturgia ética, precisa respeitar seus pares, para também merecer
tratamento digno.
Em
princípio, o homem público precisa ter conduta retilínea e equilibrada nos seus
atos na vida pública, de modo que a sua atuação como representante do povo
seja, na medida do possível, modelo e exemplo de civismo e patriotismo.
Ao
contrário disso, parcela expressiva dos homens públicos sempre se acha o dono
da razão e que ninguém tem direito de contrariá-lo.
O
caso do político cearense serve de exemplo claro de homem público que sempre se
envolve em debate que contribui apenas para apequenar o seu histórico político,
conforme a notícia em comento, mostrando a sua completa intolerância e falta de
compreensão para com o próprio, quando se trata de discussão sobre questões
político-administrativas.
É
até possível que alguns simpatizantes dele concordem com essa forma de comportamento
transverso de se fazer política, mas certamente a maioria dos brasileiros
sensatos e lúcidos preferem apoiar políticos que demonstrem sensibilidade e
respeito aos sentimentos das pessoas, tendo em vista que, no Estado Democrático
de Direito ninguém é dono da razão, embora todos possam pensar livremente sobre
quaisquer assuntos, porque isso faz parte da evolução da humanidade e dos
direitos humanos.
Aliás,
as quase cem ações em tramitação na Justiça mostram, com absoluta precisão, o
verdadeiro caráter de intolerância de quem pretende comandar a nação que
ressente de homens públicos de sabedoria próxima da tolerância, os quais também
precisam demonstrar extrema sensibilidade e espírito compreensivo nas atividades
políticas, de modo que possam predominar a racionalidade e principalmente a
benevolência da compreensão e do respeito às opiniões sobre quaisquer assuntos,
porque a intolerância é forma condenável e repulsiva, diante da saudável
evolução da humanidade, que normalmente se aperfeiçoa pela demonstração de bons
exemplos de civismo e cidadania. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 2 de junho de 2018
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