A
presidente da Croácia, país de pouco mais de quatro milhões de habitantes, se
destacou na Copa da Rússia por suas modéstia e simplicidade, em ter se passado como
pessoa comum do povo, nos jogos da seleção de seu país, que foi uma das
finalistas, tendo conseguido o vice-campeonato.
Ela
chamou a atenção da imprensa por fazer parte, no popular, da galera das
arquibancadas, torcendo, como qualquer fã de futebol, junto com os demais
torcedores de seu país, deixando de lado a sua posição relevante de mandatária
de seu país.
Após
a classificação inédita para a final da Copa, ela postou em seu Facebook uma
foto dela, acompanhada da seguinte frase: Svi kao jedno za Hrvatsku (todos como
um só pela Croácia, em tradução livre).
Ela
demonstrou sua paixão pelo Futebol, tendo acompanhado, nos estádios, os jogos
da seleção croata, sem se importar com a liturgia dos protocolos oficiais,
porque ela prefere as arquibancadas aos camarotes, sempre muito bem
uniformizada com o tradicional quadriculado da aguerrida seleção de seu país.
Após
a classificação da Croácia à semifinal, em que eliminou nos pênaltis a anfitriã
Rússia, a presidente croata foi flagrada comemorando com jogadores e membros da
comissão técnica, aos pulos e entoando, junto com eles, o cântico "chame, apenas chame/todos os falcões/eles
darão a vida por você" (em tradução livre).
Além
da demonstração de simplicidade de se agrupar ao público para torcer, ela vem
se destacando também pela dispensa do dinheiro público para custear as despesas
pessoais com os transportes e os ingressos, ou seja, ela apenas demonstra, o
que é normalíssimo sobre a importância e o real valor do dinheiro público.
Por
sua vez, considerando que a viagem não é a trabalho, a presidente croata providenciou
desconto de seu salário com relação aos dias de afastamento do trabalho.
Na
foto que foi compartilhada na sua página na internet, em que apareceu no avião comercial
ao lado de vários torcedores, ela escreveu: "Vamos para a vitória" e, desta vez, a seleção da Croácia
venceu a Dinamarca.
Um
dos torcedores com quem ela viajou comentou o fato à agência de notícias Tass,
da Rússia, que “ela gosta do esporte, e o
que ela está fazendo é algo normal para um presidente. Ela pegou um voo com
pessoas comuns, cumprimentou a todos. Eu gosto disso. Somos um país pequeno,
mas é como um time.”.
Na
partida contra a Seleção da Rússia, a presidente croata foi identificada nas
arquibancadas e imediatamente levada para a tribuna de honra da Fifa, onde
estava o presidente da entidade e outras autoridades, tendo comemorado
normalmente a vitória da seleção de seu país.
De
tão espetacular e extraordinário para o país tupiniquim, a reportagem em comento
até que poderia ser bem-vinda para cá e poderia ser leitura obrigatória de todos
quantos ocupem cargos públicos eletivos no Brasil, para perceberem como é comum
e normal que os políticos possam se despojar de suas vaidades e opulências e
simplesmente se tornarem pessoas realmente
comuns, que têm dignidade e humildade de ser apenas o que precisam ser pessoas
do povo, com os mesmos pensamento e sentimento iguais aos dele, evidentemente
guardadas as proporções quanto à liturgia da importância dos cargos que ocupam
no governo, que nem por isso elas precisam ficar metidas a besta como ocorre normalmente
no país tupiniquim, em que os políticos tão logo se elejam se tornam autoridades
e se acham os donos não somente do poder, mas em especial do erário, exigindo
não somente exagerados respeito e tratamento de Vossa Excelência, mas todas as
benesses, vantagens e mordomias absolutamente injustificáveis pelo tão pouco
que fazem em benefício do povo, como se eles fossem verdadeiros suprassumos e
ocupassem outro planeta.
A
atitude da presidente da Croácia se coaduna tão somente com a cultura de país
sério, civilizado e evoluído, em termos culturais, políticos e democráticos, em
que o povo se sente muito bem com a forma natural e normal do seu mandatário,
se passando por pessoa comum e igual a ele, que não poderia ser de outra forma,
porque o poder emana dele.
No
caso, a diferença que precisa ser observada é que o exercício do cargo público
conta com a vontade popular, para a prestação de serviços para o povo e, por
isso, não pode cometer o suicídio de achar que é superior a ninguém e muito
menos reivindicar benefícios, privilégios e vantagens absurdas, injustificáveis
e abusivas, como fazem desavergonhadamente muitos políticos brasileiros, que
deveriam ter o mínimo de sensatez e sensibilidade para enxergarem que o bom servidor
público é aquele que exerce o seu cargo eletivo nada mais como agente que
trabalha para bem do serviço do público, prestando serviços para a população,
apenas mediante o recebimento da remuneração básica, justa e compatível com a
relevância dos cargos ocupados por eles, sem o menor cabimento do acréscimo de
verbas de representação, auxílios, ajudas e outros agregados e penduricalhos absolutamente
indevidos e injustificáveis.
A
conduta digna e exemplar da presidente da Croácia apenas ajuda a compreender o
quanto o Brasil está atrasadíssimo, em termos de administração pública, e ainda
precisa que o seu povo se esforce bastante para avançar o necessário para se atingir
o nível dos países sérios, civilizados e evoluídos, em relação ao sentimento de
verdadeiro patriotismo e valorização da coisa pública, que, como o próprio nome
já diz, precisa ser realmente patrimônio público, mas muitos políticos
tupiniquins o confundem descarada e propositalmente como sendo propriedade
particular, que pode ser abusado sem controle e sem limite, já que é coisa do
público. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 15 de julho de 2018
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