domingo, 1 de julho de 2018

Inexistência de qualificação


A ex-presidente da República petista confirmou sua pré-candidatura ao Senado Federal pelo Estado de Minas Gerais, tendo afirmado, na ocasião, que "Não vou me furtar a participar de uma luta que eu julgava que não teria mais participação ativa eleitoral".
Ela enfatizou que "Estou me colocando ao Senado, fazendo uma consulta ao partido para avaliar as condições. Essas eleições são importantes porque podem interromper o processo do golpe".
Segundo a notícia, a candidatura da petista é, pasmem, considerada favorita em Minas Gerais, estado onde ela derrotou o seu arqui-inimigo senador tucano, nas eleições presidenciais de 2014, os quais poderão se enfrentar novamente nas próximas eleições, caso ele também resolva se candidatar ao Senado Federal. 
Um deputado estadual do PT já havia dito que "Ela é candidatíssima e para ganhar. A decisão já havia sido tomada por Lula e pela direção nacional e ela já tinha aceitado".
O pré-candidato tucano ao governo de Minas afirmou que o estado "não admite aventureiros e muito menos paraquedistas", em clara alusão à candidatura da petista, que até então tinha residência eleitoral em Porto Alegre, mas resolveu, de última hora, arriscar a sorte nas urnas por Minas.
Um político tucano teceu duras críticas à atitude da petista, ao mostrar o tom que pode ser dado à campanha eleitoral, quando ele afirmou: "A história dela foi construída no Rio Grande do Sul. Esse negócio de candidatura arrumada de última hora não funciona aqui. Aqui não é Amapá, não é nenhuma senzala, nenhum curral eleitoral", fazendo referência ao ex-presidente da República, chefe do clã político maranhense, que mudou o domicílio eleitoral para o referido estado e lá obteve vaga no Senado, até encerrar a carreira política. 
O político tucano foi bastante enfático, ao classificar a ida da petista para Minas como gestos de oportunismo e agressão à inteligência do povo daquele estado, nestes termos: "A vida política tem que ser feita por princípios e não por conveniência. O mineiro vai rechaçar isso com veemência. Mineiro vai eleger o mineiro". Com informações da Folhapress. 
É preciso que os mineiros compreendam o verdadeiro sentido da moralização que o país exige e o fato de a política ter sido afastado do cargo de presidente do país, em processo absolutamente legítimo, por ter sido placitado pelo Supremo Tribunal Federal, já é mais do que sintomático para que essa pessoa se consciente de que a sua candidatura a qualquer cargo público não pode ser levada a sério, embora neste país a prática das atividades político-partidárias tem muito a ver com nenhum sentimento de retidão e de respeito aos princípios republicanos, no estrito e exato sentido do termo, principalmente quando se imaginava que o povo havia aprendido um pouco sobre o que seja moralidade e respeito à coisa pública.
Não é crível que a petista possa afirmar que "Não vou me furtar a participar de uma luta que eu julgava que não teria mais participação ativa eleitoral", mas à luz dos acontecimentos, não há a menor dúvida, de que ela não somente deve como pode se furtar sim à luta, como forma de dar oportunidade a quem possa mostrar realmente competência para representar o povo, com a devida dignidade, sem correr o risco de responder a processo de impeachment, por crime de responsabilidade, porque isso não tem nada a ver com golpe, mas sim com desrespeito às normas de administração orçamentária e financeira, quando há indiscutível rombo nas contas públicas, onde as despesas superaram as receitas, em clara demonstração de descontrole do Orçamento da União e isso é fato concreto demonstrado pelo déficit das contas públicas, sendo que os brasileiros, em especial os mineiros, precisam compreender que o seu estado tem político em excelentes condições de representá-los no Senado, evitando que aventureiros exerçam esse papel político da máxima importância para o pais.
Não há a menor dúvida de que é preciso que a petista se furte à luta a que ela se refere, porque o cargo por ela pretendido diz respeito não somente à representação dos mineiros, mas sim dos brasileiros e estes, na sua expressiva maioria certamente não gostariam que ela retornasse nunca mais ao cenário político nacional, ante o seu desastroso legado de péssima gestora dos recursos públicos, à vista dos estragos causados na economia, com destaque para a recessão, o desemprego, as altas inflação e taxas de juros, entre outras mazelas difíceis de se apagar da memória.
Os mineiros encontram na candidatura de alguém que foi defenestrada do principal cargo da República em razão da prática do crime de responsabilidade, que exige, com consequência, a pena vinculada de inelegibilidade por oito anos, mas isso não ocorreu por força de manobra orquestrada pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal e presidente da Comissão de Impeachment do Senado Federal, importante e especial oportunidade para se fazer, agora, a devida justiça nas urnas, como demonstração de vergonha na cara e caráter cívico-patriótico de não eleger candidata sem os devidos mérito e qualificação para representar o povo daquele estado, que precisa ter a consciência sobre o que é melhor para o país e os brasileiros. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 1º de julho de 2018

Nenhum comentário:

Postar um comentário