quarta-feira, 18 de julho de 2018

Cadê o presidente ideal?


O amigo de turma de Escreventes da Escola de Especialistas de Aeronáutica, João Tebaldi, declarou que seu candidato presidencial é o deputado federal carioca ultradireitista, que vem liderando as pesquisas de intenção de voto, e que não abriria mão desse seu projeto eleitoral, diante do atual quadro, como forma de afastar do poder os comunistas, que tanto mal causaram à nação.
Ele justificou a sua preferência dizendo que o discurso do candidato tem sido o de que ele mesmo reconhece a sua incapacidade de resolver os problemas do Brasil, mas tem forte desejo de aglutinar forças com pessoas capazes de fazer o melhor, seja com apoio de militares competentes, seja com civis capacitados.
Meu amigo disse que “Por falta de melhor opção, com reais condições de chegar ao poder, me apego a ele, na esperança de quebrar a coluna dessa praga chamada comunismo-socialismo, impregnada em todos os flancos da nossa administração pública, agravada pela corrupção sistêmica, também instalada nas três esferas de governo, nos três poderes. Me apego a essa única saída - não consigo vislumbrar outra no momento -, para retomar o caminho da moralização do nosso povo.”.
De forma bastante contundente, eu reagi dizendo a ele algumas coisas que sinto acerca desse político, evidentemente com o propósito de não fazê-lo demover da sua segura intenção de mudar os rumos da história, mas apenas de mostrar os riscos que corre o Brasil sendo comandado por quem precisa muitíssimo colocar os pés no chão e a cabeça centrada no bom senso e na racionalidade, como forma de capacitá-lo a entender o mínimo possível sobre o que seja democracia, como centro da vontade popular e da maior razão do governo voltado para o povo.
Eu disse esperar que ele fosse muito feliz com o candidato escolhido, mas, embora percebesse que ele tem boas e reais chances de ser vitorioso nas urnas, não nutria o mínimo de esperança no governo dele, caso ele se eleja, porque penso que naquela cabeça falta o principal parafuso: o que controla o princípio da racionalidade.
Nenhum homem público terá sucesso se não pensar antes até 100 ou 1000 para decidir, porquanto o deputado ultradireitista é daqueles que não conseguem pensar, sem antes contar nem até 1, quanto mais 100.
Esclareci que já havia escrito algumas crônicas mostrando casos em que o parlamentar carioca poderia ter resolvido os problemas de outra forma mais satisfatória, mas ele se compraz com a maneira pessoal que não condiz com o espírito de verdadeiro estadista, que precisa medir as consequências para solucionar as questões da maneira mais racionalmente possível.
É claro que todos gostariam muito que o Brasil pudesse ter presidente que entendesse melhor o verdadeiro espírito de democracia, que tem por cerne a vontade popular, principalmente porque os problemas precisam ser solucionados com o apoio e a participação popular, sem a imposição unilateral e abrupta de governo totalitário e arbitrário.
Se a vontade popular decidir pelo candidato ultradireitista, na forma como ele se apresenta na atualidade, sem nenhum contrafreio, será certamente verdadeiro desastre para o país e os brasileiros, que não estão acostumados com governo totalmente destemperado e agressivo, que pode pensar que dirigir uma nação com as grandezas do Brasil seria a mesma coisa do que ser parlamentar, quando nele não teve a necessária compostura para respeitar os comezinhos direitos humanos, notadamente quando foi destratado, que procurou retribuir com a força desproporcional da ignorância e do desprezo ao ser humano, conforme mostram casos em tramitação na Justiça.
Embora não seja pessimista, a minha experiência de escriba me autoriza a dizer que, em vaticínio pessoal, se o deputado fluminense for eleito e continuar com seu pensamento autoritário e agressivo, certamente não terminará o mandato, frise-se, nas condições por ele apresentadas no momento, a exemplo como ocorreu com presidente, no passado.
Para quem tem o sentimento realista, é perceptível que o Brasil não merece presidente com pouquíssimas qualidades de homem público e de estadista de verdade, presentes no parlamentar carioca, que tem demonstrado ser apenas zero à esquerda como parlamentar, porque ele foi incapaz de ter aprovado um projeto expressivo sequer em benefício da sociedade, como forma de mostrar a sua vocação como homem público com capacidade de realizar alguma coisa em beneficio social.
Outro fato preocupante diz respeito aos processos que o parlamentar responde na Justiça, justamente por ter sido explosivo e agressivo com pessoas e isso não condiz com atitudes de estadista, que não precisa ser senão contemporizador, cordato, compreensível com as causas sociais, amável com o ser humano, enfim, o histórico dele não passa de interrogação que não serve para o futuro, salvo se ele conseguir, em pouquíssimos dias, se transformar de água para vinho, mas isso é absolutamente impossível, porque ele se acha o suprassumo e o dono da razão e faz questão de ser assim exatamente como é.
Embora o deputado carioca tenha enormes chances de se sentar no principal trono da República, porque muitos brasileiros já perderam a esperança de que este país não tenha mais jeito e loucura por loucura, o político que for mais agressivo e mais esperto certamente conseguirá chegar na dianteira dos demais, mesmo que ele esteja a ano-luz do presidente ideal para compreender as verdadeiras ansiedades dos brasileiros, que torcem por mudanças radicais nas estruturas do Estado.
É bem provável que o deputado carioca, sendo eleito, deverá priorizar cuidados com a segurança pública, que também disso ele não manja absolutamente nada, à vista de seu pobre e diminuto histórico de parlamentar, que não conseguiu aprovar unzinho projeto em benefício do sistema segurança pública e, de resto, de nada, em toda a sua vida inútil de congressista, que não tem sido diferente dos demais companheiros, à vista dos resultados legislativos.
É evidente, como brasileiro ávido por profundas mudanças dos rumos e destinos do país, tenho esperança de que meus prognósticos estejam completamente errados e que o futuro presidente do Brasil seja o estadista que tenha reais condições de auscultar as pulsantes e vivas ansiedades do povo e procure realizar administração completamente diferente da que foi vista nos últimos governos, procurando pôr em prática exatamente tudo ao contrário do que já foi implementado, tendo como propósito a extinção das sebosas coalizões e dos abomináveis loteamentos de ministérios e empresas estatais em troca de espúrio apoio político no Congresso Nacional; a valorização dos sistemas do mérito e da eficiência na administração pública; o enxugamento da máquina pública; a modernização da administração do país; enfim, a valorização dos princípios concernentes ao interesse público, como forma de melhoramento das condições de vida da população, mediante a prestação com qualidade dos serviços da incumbência do Estado, além da priorização dos componentes necessários ao desenvolvimento socioeconômico. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 18 de julho de 2018

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