O pré-candidato do PDT à Presidência da República
volta à cena política no seu estilo característico de soltar frases de efeito,
cujos estragos já se popularizaram, inclusive com o peso de contribuir para
perder as chances de vitória, como ocorreu em 2002, quando ele desandou a
proferir expressões estranhas e absurdas, chegando a bater boca com eleitores e
jornalistas.
Não obstante, ele se perdeu de vez, à época, quando
respondeu que a função de sua mulher, uma prestigiada atriz global, na campanha,
era “dormir com ele”, demonstrando
total desequilíbrio como pessoa, por desrespeito ao ser humano.
Voltando à cena política, agora, o político foi
alertado sobre a imperiosa necessidade de se conter, tendo até prometido que seria
comedido e meticuloso nas palavras, mas, ao contrário, prevaleceu a natureza do
seu estilo de sempre, com o veneno à solta na língua, a indicar que ele corre o
risco de se afogar novamente na grosseria de suas palavras, que estão cada vez
mais ferinas e mordazes como nunca e isso pode afetar seus planos na corrida ao
Palácio do Planalto.
A falta de controle da sua língua tem sido capaz de
externar sentimentos autoritários, um tanto quanto bastante perigosos para quem
quer ser o mandatário do país, a exemplo do que ocorreu por ocasião de
entrevista a uma emissora de TV, no Maranhão, quando ele afirmou que somente a
vitória dele daria chances de o petista sair da cadeia.
O pedetista afirmou que “O Lula tem alguma chance de sair da cadeia? Nenhuma. Só tem chance de
sair da cadeia se a gente assumir o poder e organizar a carga. Botar juiz para
voltar para a caixinha dele, botar o Ministério Público para voltar para a
caixinha dele e restaurar a autoridade do poder político”.
Diante da péssima repercussão de suas colocações,
como fazem normalmente os maus políticos, ele disse, no dia seguinte, que teria
sido mal interpretado, em idêntica desculpa dita em 2002, com relação à sua
então esposa.
Não há a menor dúvida de que não precisa de maior
esforço para se interpretar o real sentido do que disse, com todas as letras, o
candidato pedetista, que tem o real pendor de demonstrar a busca de soluções antidemocráticas,
em caso de vir a exercer o poder da República.
Nos termos da Constituição Federal, com base nas
competências institucionais próprias do Estado Democrático de Direito, o
presidente da República não tem competência para julgar, condenar, absolver,
prender ou soltar da prisão qualquer cidadão, porque é o Poder Judiciário que
detém essa competência institucional, não passando de grave estupidez um
candidato ameaçar as instituições da República, mandado recado autoritário e
totalmente fora do contexto, ante a normalidade democrática pelo qual se
encontram em funcionamento os três Poderes da República.
É bem de se ver que, em plena democracia, o Poder
Executivo vem exercendo o seu importante papel delimitado pela competência institucional,
sem qualquer possibilidade de ingerência no Poder Judiciário, que, por sua vez,
comanda com exclusividade o funcionamento das atividades do Judiciário, sem
qualquer interferência do presidente da República, por ser absolutamente
imprópria e descabida.
De igual modo tem sido a atuação autônoma do
Ministério Público Federal, que tem competência institucional, com base na
Carta Magna, de órgão independente de qualquer poder, por meio da sua
independência ele possui desvinculação dos poderes da República para atuar e fiscalizar
as matérias da sua competência, apenas em nome da sociedade.
No Estado Democrático de Direito, é preciso que
sejam respeitadas as competências institucionalizadas dos poderes da República,
de modo que caracteriza abuso de autoridade quem imagina que pode interferir
onde existe autonomia definida na Lei Maior do país, porque isso representaria
a inversão da ordem e a esculhambação com relação à independência da
competência institucional.
Nem
adianta prometer que vai se policiar, se conter, se civilizar, somente para dar
uma de bonzinho, a fim de conquistar o voto dos ingênuos, bestas e
desinformados, porque a sua índole de injurioso, violento, deseducado,
desrespeitoso, autoritário, prepotente não tem limites e somente para de
inocular seu veneno enquanto estiver consciente que isso pode prejudicar seus
planos políticos de conquista do poder.
Na
verdade, as declarações eleitoreiras, impensadas, descabidas e inoportunas do
candidato pedetista têm o condão de mostrar seus sentimentos impulsivos e
incontroláveis de agressividade e brutalidade, talvez como forma de querer
delimitar o próprio espaço de domínio autoritário que não condiz com as
práticas democráticas.
Aliás,
diante das boas e precisas lições de cidadania dadas pelos eleitores, no
passado, era de se esperar que esse cidadão se
tornasse sensato, de modo a se apresentar, agora, mais centrado no dever
cívico, com programa de governo equilibrado e moderno, que tivesse por
propósito contribuir para a solução dos gravíssimos problemas nacionais.
Ao contrário disso, o pré-candidato pedetista,
na ânsia de conquistar alianças com alas da esquerda, vem defendendo pessoas
condenadas à prisão pela Justiça, por prática de atos delituosos, com
insinuações e promessas de que, no seu governo, além de libertar criminosos, as
instituições incumbidas do combate à corrupção e à impunidade vão ter suas asas
literalmente cortadas e serão obrigadas a se recolherem à sua insignificância,
dando a entender que o Brasil voltará a ser o maravilhoso paraíso da
bandidagem, tendo o pleno domínio por parte da classe política decadente,
inescrupulosa e aproveitadora do poder e de suas influências.
Os brasileiros precisam, no âmbito da sua
responsabilidade cívica, se conscientizar sobre a falta de caráter de muitos
políticos que aspiram o poder não para representar o povo, com a dignidade que
ele merece e exige, mas sim para satisfazer seu ego de absoluta dominação das
instituições, da classe política e, enfim, da sociedade, de modo a se permitir que
o Brasil passe a ser transformado em verdadeira e absoluta republiqueta, em que
prevaleça a ideia retrógrada de homens públicos com mentalidades políticas
próprias da idade da pedra lascada, impedindo a prática das saudáveis e
modernas atividades políticas, capazes de contribuir para o aperfeiçoamento dos
princípios republicano e democrático. Acorda, Brasil!
Brasília,
em 29 de julho de 2018
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