quinta-feira, 26 de julho de 2018

A extraordinária mudança do nada


A Assembleia Nacional de Cuba decidiu abolir a palavra comunismo da Constituição, vigente há quase sessenta anos, tendo esse verbete por base, quando ela foi aprovada, justamente em seguimento ao regime da era soviética.
Não obstante, continua na ilha caribenha o Partido Comunista, ainda chefiado pelo general ditador que passou o cargo de presidente do país para quem não manda absolutamente nada, uma vez que a ilha continua sendo comandada pelo presidente anterior, na mesma linha da força motriz do sistema de partido único, que vigora em Cuba há mais de meio século, ou seja, o regime cubano anuncia reformas, mas nada muda, porque tudo permanece intocável na sua essência.
O esboço da nova Constituição formaliza a propriedade privada, para autorizar a abertura, de restaurante pela iniciativa privada, mas o regime deixa claro que não haverá abertura para fora de seus princípios e seus ideais ideológicos e seguirá no antigo e já andado caminho do ferrolho de sempre, em direção ao rumo que o presidente do Parlamento denominou de socialismo sustentável, enquanto o novo presidente deixou bastante claro que o país não fará qualquer giro rumo ao capitalismo.
Para analistas financeiros, a economia cubana teve significativas perdas em razão da crise que atingiu profundamente a Venezuela, que vinha sendo seu principal parceiro, e, em 2016, registrou a primeira recessão em 20 anos, sendo obrigado a reduzir drasticamente seus investimentos na ilha.
A economia cubana clama por abertura de mercado, mas essa brecha vem sendo dificultada ao extremo, em razão do rigoroso controle da economia pelo Estado, fato que contrapõe a entrada de capital bastante escasso na ilha, que precisa de facilidades e incentivos para os investimentos estrangeiros, no sentido da garantia da oxigenação de capital até mesmo para a sobrevivência econômica da ilha.
O atual presidente cubano, que tomou posse recentemente, vem seguindo rigorosamente a cartilha e as diretrizes de seu mentor, dando fiel continuidade às políticas dele, inclusive nas instituições públicas e com relação aos seus titulares, talvez para não o contrariar nem o aborrecer, evidentemente sob pena de perder a confiança do todo-poderoso e cair em desgraça, sabendo-se que a queda do poder ali só depende de pequeno deslize.
Sob a nova Constituição, o presidente passará a chefiar um Conselho de Ministros e não mais um Conselho de Estado, sendo instituída a figura do primeiro-ministro, também subordinado ao mandatário do país.
Diante das terríveis dificuldades, principalmente econômicas, não passa de extrema dissonância com o mundo real, a afirmação feita por um dirigente revolucionário de que não pode haver abertura do sistema para que isso não seja capaz de contribuir para a desestruturação do “socialismo sustentável”, que deve ser no sentido de sustentável da decadência, do atraso e principalmente da incompetência, em termos de sentimentos de desrespeito dos princípios humanitários, diante da negação das plenas liberdades individuais e da impossibilidade da livre iniciativa de expressão, pensamento, locomoção, mobilidade e tudo o mais que as pessoas possam ser tratadas em consonância com os princípios humanitários e de civismo, em ambiente próprio e arejado para a mente humana se desenvolver em plenas condições de criação, imaginação e produção do que bem quiser, sem o controle totalitário e restritivo que não condiz com os sentimentos humanitários e democráticos.
Há que se notar que a “importantíssima” retirada da palavra comunismo da Constituição, como demonstração altruísta do regime socialista - não mais comunista -, não poderia ter sido, em termos estratégico e depois de quase sessenta anos de Revolução, medida com o simbolismo extremamente revolucionário, exatamente porque isso se coaduna muito precisamente com a ideologia ultraretógrada cubana de ser, tendo em conta que o regime sanguinário, totalitário e desumano vai continuar exatamente tal e qual, em que os direitos humanos e os salutares princípios democráticos vão permanecer como dantes no quartel de Abrantes.
O certo é que, apesar dessa extraordinária e revolucionária medida que o regime socialista cubano conseguiu promover, depois de mais de meio século, diga-se de passagem, com a retirada da palavra “comunismo” da sua Constituição, os ilhotas vão continuar tendo o mesmo padrão revolucionário de sempre, com o velho e conhecido massacre da população sob o regime socialista.
 Ou seja, sob a égide do regime revolucionário, não há perspectiva de nenhuma diferença quanto à péssima qualidade de vida, exatamente para o bem geral  dos revolucionários, que se satisfazem com o povo sendo submetido à miséria, ao racionamento de alimentos sob cadernetas e totalmente privação de suas relações com o mundo desenvolvimento, moderno e civilizado, em completo e longevo atraso que já perdura por décadas a fio, em sofrido descompasso com o mundo já acostumado com outra mentalidade humana e desenvolvida, e o pior de tudo isso é que não há a menor chance de mudanças senão para algo ainda mais drástico e desumano, distanciado da realidade do mundo iluminado e próspero, que já ultrapassou a barreira do som, se comparado à penúria de subdesenvolvimento vivenciado na ilha castrista.
Os fatos mostram para o mundo de outra civilidade, livre e desenvolvido, o quanto ainda têm nações que estão a ano-luz da clarividência e dos avanços da humanidade, em termos dos avanços da ciência e da tecnologia, em demonstração do que seja possível penalizar uma nação e seu povo, em nome do desumano e cruel regime socialista, que tem como princípio, pasmem, a igualdade social, em que a escória tem o único direito de permanecer em silencio diante da privação dos direitos humanos e das liberdades democrática e humanitária,
Os brasileiros precisam projetar para seus sentimentos o quanto seja terrível e desastroso a execução do regime socialista/comunista tão bem e de forma eficientemente colocados em marcha, em especial, pelos governos ditatoriais de Cuba e Venezuela, tanto quanto ao desprezo pelos sentimentos e princípios humanitários, em que as liberdades individuais, de expressão, pensamento e iniciativa particular são mandadas literalmente para o espaço sideral, como ao apego à incompetência administrativa, onde os princípios econômicos são eternamente maltratados e abusados e as consequência para a população é vista sob a forma da miséria, da falta de alimentos, remédios e tantas outras terríveis agruras que obrigam o povo a imigrar, quando pode (na ilhota não pode), para fugir do inferno proporcionado por tão perverso e desumano regime socialista, que ainda tem sido estranhamente defendido a distância pela insensata esquerda tupiniquim. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 26 de julho de 2018

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