segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Em defesa da democracia...

 

Uma senhora venezuelana disse que, em 1980, a velhice era algo muito distante e lembrou, com nostalgia, que "Eu tinha 27 anos, e dançava salsa com meu marido nas discotecas. Gostávamos muito do Oscar de León e da Célia Cruz (cantores latinos). Às vezes, comíamos comida chinesa em um restaurante, e nos fins de semana íamos à praia".

Essa venezuelana, de 67 anos, disse, em reportagem sobre a atual situação da Venezuela, que seus dias passam de maneira bastante diferente do que ela imaginava, tendo dito que a sua aposentadoria começou no valor equivalente a R$ 925 ao mês, mas agora ela representa apenas R$ 7,00, em razão da continuada desvalorização do bolívar, a moeda daquele país.

Ela disse que o sistema previdenciário da Venezuela está falido, diante da insignificância das contribuições dos trabalhadores, porque muitos deles, principalmente os mais qualificados, deixaram o país e, de modo geral, os salários são baixos, em razão da desvalorização do bolívar e boa parte das pessoas está no setor informal da economia, que não contribui para o sistema.

Naquele país, a principal fonte de renda é o petróleo, de onde vem nove em cada dez dólares que entram no país, mas, por falta de investimentos no setor, a extração do ouro negro foi reduzida de forma drástica, já há algum tempo, contribuindo para que o Estado tenha entrado em extremo colapso, ficando cada vez mais empobrecido, sem recursos, sem outras fontes de produção e ainda tendo a necessidade de encarar a maior inflação do mundo, que se tornou incontrolável.

O colapso econômico do país teve reflexo direito na qualidade de vida da população em geral, com enorme incidência no âmbito dos idosos, que não têm oportunidade de emprego e a sua vulnerabilidade cresceu assustadoramente, como no caso dessa aposentada que, recebe, por mês, dinheiro que não dar para comprar sequer um quilo de carne.

A mencionada venezuelana disse que, além do dinheiro da aposentadoria, ela também recebe adicional para aposentadoria, que é espécie de título distribuído pelo governo para tentar amenizar a deterioração, cujo somatório chega-se ao valor de R$ 27 por mês, o suficiente, agora, para comprar um quilo de carne.

Ela disse que o dinheiro que recebe se destina à compra de remédios para regular a pressão arterial, embora o governo também mantenha sistema de distribuição de medicamentos, mas nem sempre eles são entregues no prazo.

Mesmo assim, ela disse que "Não consigo comprar uma caixa cheia, mas pelo menos compro meia caixa, que dá 20 comprimidos".

Ela declarou que "Graças a Deus, estou sem remédio há apenas alguns dias. Às vezes, meu filho faz um esforço e compra para mim. Quando não tomo, não consigo dormir, fico assustada".

Ela disse que se alimenta graças às cestas básicas que o Estado distribui para as pessoas de baixa renda, conforme foi descrito por ela que "A cesta chega a cada mês e meio. A última veio com dois quilos de arroz, dois pacotes de farinha para fazer arepas (um tipo de panqueca), dois quilos de macarrão, alguns pacotes de grão de bico e café. Desta vez, não veio açúcar".

Em tom de amargura, a venezuelana disse que "Hoje vou comer um pãozinho de farinha no café da manhã, um café e um ovo que me deram. Ao meio-dia, grão-de-bico com um pouco de arroz e à noite de novo grão-de-bico. Faz muito tempo que não como carne, frango, leite. Nunca pensei que passaria fome na minha velhice e não estou sozinha, muitos no bairro são iguais".

Para piorar o que já é terrível, ela disse que "Quase sempre fico sem água dois dias por semana. Felizmente, quando meu marido era vivo, comprou uma caixa d'água de plástico que tenho no banheiro. Mas a água está ficando muito suja, amarela, por isso tenho que ferver.".

Por fim, a venezuelana disse que está resignada e sem expectativas de mudança que possibilite, ao menos, minimizar o seu sofrimento do seu dia a dia e sentenciou: "Não espero mais nada de bom, tudo é sempre pior.".

A deplorável história dessa sofredora senhora idosa, aposentada, doente, relegada ao submundo do desprezo, é o retrato fiel de parcela significativa dos venezuelanos, cuja administração do governo adota o regime socialista, que tem exatamente a sonhada, defendida e idolatrada igualdade social estampada na fronte da esquerda brasileira, na qual não existe nem rico nem pobre, exatamente para a harmonização da ideologia de sociabilidade igualitária.

A verdade irretocável, exatamente como mostram os fatos são nus e crus, é precisamente na maneira impingida aos venezuelanos pela truculência crueldade e desumanidade da ditadura reinante na Venezuela, no sentido de que a vida da sua população é apenas o conformismo com a atrocidade, a miséria, a crueldade, o sofrimento, o infortúnio e o ranger de dentes, à vista dessa amostra vinda à lume na melancólica história dessa desiludida venezuelana.

Adentrando-se no âmago de situação de extrema penúria como essa dos venezuelanos, fica-se a imaginar o tanto de insensibilidade e dureza no coração dos homens, quando ainda não se envergonham de fazer parte, de integrar, sem o menor sentimento de misericórdia, de grupos de defensores de drástico regime socialista, cuja filosofia, em tese, em teoria, até possa existir motivação plausível para que seres humanos tenham simpatia pela ideologia de que se trata, quando diz que é muito linda, maravilhosa a sociedade edificada no sistema da igualdade entre as pessoas, em que todos se elevam socialmente no mesmo nível, na mais perfeita compreensão de que essa é realmente a forma extraordinária da vida, tudo controlado por comando que possui como cetro a mão de ferro e, preciso, o açoite.

Não obstante, essas cabeças extremamente intelectualizadas, com a “evolução” ano-luz de sabedoria, inteligência, onisciência mesmo, não têm a mínima consciência com capacidade para perceber a síntese sobre a mediocridade que se encerra na realidade prática do regime socialista, como o que acontece em todos os países que adotam essa famigerada e abominável ideologia, que realmente tem o gigantesco poder de transformar homens livres, independentes, saudáveis, em medíocres e desprezíveis subespécie humana, manipulável pelas piores mentes criadas na face Terra, por serem dominadas pela maldade, crueldade, bestialidade e desumanidade.  

Convém se ressaltar que a aparente insensatez da esquerda que defende os princípios do regime socialista, como forma de governo, é realmente aparente, porque, em tese, os principais mentores e intelectuais jamais vão se integrar senão à classe dominante, que usufrui o banquete e o filé próprios das lideranças, que nunca serão abrangidos pela ideologia da apregoada igualdade social, por eles defendida antes da dominação do poder, ou seja, os principais disseminadores e defensores não estão nada interessados em propiciar benefícios para o povo, porque para este está reservado os piores presentes de grego, como a perda da liberdade e dos direitos humanos, recebendo em troca a cesta básica e a falta dos serviços públicos, em especial os serviços médico-hospitalares, porque eles são os piores do mundo, no caso especial da Venezuela.

As lideranças serão incumbidas de funções nobres no âmbito da ditadura, bem diferente do tratamento reservado para a população, que será contemplada realmente pelo que de pior integra a chamada igualdade social, que nada mais é do que a forma mais absurda e abusiva praticada contra o ser humano, que nunca ela será discutida com a sociedade em fase anterior à dominação, de maneira leal e transparente, como precisa e deveria, porque a evolução da humanidade exige que haja informação clara sobre os fatos da vida, mas, nesse caso do socialismo, nada se esclarece sobre as desgraças e os transtornos que estão se acumulando, dia a dia, sob o jugo da abominável Revolução Bolivariana.    

Brasileiros que se amam e idolatram o Brasil, pensem não na possível beleza da mera igualdade social disseminada pela dita maravilhosa ideologia socialista, mas sim no que realmente essa filosofia significa de horrível na prática, em que o povo passa imediata e irremediavelmente a ser muito menos do que instrumentos submetidos à vaidade de homens rudes, doentes, desequilibrados, insensíveis e desumanos, que fazem tudo para permanecerem no poder, que se resume apenas na consolidação da vontade de dominação predominante dos tiranos, ditadores e déspotas responsáveis pela destruição dos princípios humanitários.

Enfim, causa perplexidade que os esquerdistas brasileiros não se dignam à defesa do regime socialista tendo por base os resultados das práticas adotadas nos países onde tem o seu domínio, onde há exatamente a mesma situação de deplorabilidade e degeneração do ser humana, que é literalmente transfigurado em algo inútil, desprezível e insignificante, depois perder o direito à liberdade, a individualidade e a personalidade, além da retirada da sua propriedade e dos direitos democráticos, ou seja, o que antes era pessoa, possuidora da capacidade de agir e atuar como ser pensante, depois simplesmente passa a ser absolutamente nada, porque tudo que lhe pertencia passa para o domínio do Estado, que, no regime socialista, controla até o pensamento que existia no passado, permitindo apenas que as pessoas ainda possam respirar e mais nada.

Ante o exposto, alerto para a consciência dos verdadeiros brasileiros, que vivem em país fantástico, que oferece amplas condições de liberdade e opção de vida saudável, com o usufruto de plenos direitos humanos e todas as liberdades de manifestação, expressão e individualidade democrática, sobre a necessidade de repensar se lhes convém continuar sonhando com as “maravilhas” da ideologia do regime socialista, enquanto teoria, ou se preferem atentar para as preocupações decorrentes dos seus resultados de absoluto controle do ser humana, que somente tem o direito na igualdade social do recebimento da cesta básica, com a alguns quilos de arroz, pacotes de farinha de trigo, pacotes de macarrão, alguns pacotes de grão de bico, café e, quiçá, açúcar, sem mais nada, salvo se conseguir se aposentar, que passa a ter direito a proventos no valor de R$ 7,00 por mês, conforme modelo da ferrenha ditadura venezuelana, à vista de depoimento de triste e coitada senhora.

Ou seja, quem tiver amor a si próprio jamais pensaria em defender a filosofia do regime socialista, mais precisamente em razão da truculência e da desumanidade a que se referem as suas práticas, que não são recomendáveis para os mais insensíveis seres humanos, de modo que o bom senso e a racionalidade aconselham que jamais votem em homens públicos que adoram e defendem a ditadura da Venezuela e de outros países socialistas, por eles somente pensarem na própria felicidade, porquanto, para os brasileiros, a única salvação é realmente a intransigente defesa da democracia, que garante todas as formas de liberdade e dos diretos humanos como de ampla justiça para quem realmente pretende viver em permanente estado de graça e bem-estar.

Brasília, em 23 de novembro de 2020

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