À toda evidência, os resultados
parciais das apurações mostram que a principal residência dos Estados Unidos
será ocupada por novo inquilino, que deverá imprimir novo modelo de governo com
ares de moderação mais apropriado ao estilo da nação acostumada ao equilíbrio e
à racionalidade.
As urnas mostraram, sem
sombra de dúvida, que os norte-americanos reprovaram o projeto ultradireitista
do governo republicano, que teve desempenho pouco convincente para os padrões da
principal potência mundial, em termos econômicos e sociais.
O presidente
republicano se imaginava imbatível, diante dos bons índices de crescimento econômico,
à vista da queda da taxa de desemprego, mas os resultados não chegaram a
impressionar, porque eles não conseguiram superar os indicadores apresentados
no governo do seu antecessor.
O balanço
socioeconômico mostra que o país mais rico do mundo abriga mais de 40 milhões
de pessoas situadas abaixo da linha da pobreza, consistente, na maioria, de população
negra e latina, exatamente por decorrência de políticas sociais incompatíveis
com as carências dessa faixa populacional.
O atual governo
norte-americano não se preocupou em priorizar as políticas sociais, de modo a
tentar erradicar a tragédia social que se abate sobre a pobreza daquele país,
tendo mantido os programas referentes à alimentação e ao seguro-desemprego,
evidentemente nos mesmos níveis do governo anterior.
A pandemia do novo
coronavírus praticamente mereceu tratamento de ironia e negligência pela
insensibilidade do presidente, diante da gravidade do problema de saúde
pública, quando ele se insurgiu contra as orientações da Organização Mundial da
Saúde, fato que colocou o país no topo mundial da quantidade de infectados e óbitos
pela Covid-19, cujas ocorrências continuam em ritmo preocupante, causando
enorme estragos na população.
Outra chaga social que
passou ao largo pela visão presidente foi o racismo institucionalizado, que
contou com o estilo antipacificador do magnata, quando ele foi incentivador do
conflito étnico-racial, além de demonstrar rejeição aos afro-americanos, à
vista do seu evidente comportamento à frente da execução de um negro por
policiais brancos de Minneapolis.
Também ficou evidente o
descaso do presidente com a tendência mundial, em termos da economia
sustentável e da eficiência dos organismos multilaterais, talvez por entender
que a globalização seja apenas corpo celeste com gravitação exclusivamente
sobre o redor dos Estados Unidos, com total exclusão do resto do planeta, por não
ter a menor importância no contexto mundial, a exemplo da retirada daquele país
ao Acordo de Paris, que tem preocupação com a preservação do meio ambiente
mundial.
O certo mesmo é que
nunca os Estados Unidos tiveram governo com tantas prepotência, arrogância e
mentalidade retrógrada como foi o do republicano, que conseguiu angariar fortes
rejeições e antipatias, além de ter semeado inconciliáveis conflitos, por meio
de mentiras e fake news, em ambiente completamente antagônico aos princípios
civilizatórios e democráticos, que são indesejáveis pelos povos evoluídos
daquela rica nação.
Enfim, o resultado das
urnas mostra exatamente o que realmente é o governo republicano dos Estados
Unidos, que tem por base as políticas excludentes e os privilégio ao capital,
em contrariedade aos direitos humanos e ao desenvolvimento socioeconômico.
O presidente dos
Estados Unidos da América, que acaba de ser abatido nas urnas, foi a síntese do
descaso com as mudanças da sociedade e os valores sociais do século que prima pelo
sentimento de evolução dos conhecimentos e do aprimoramento da sociedade, de
modo a se materializar a certeza de que a ignorância a essas saudáveis condutas
de valorização humana somente merece o “prêmio” da derrota.
Brasília, em 7 de novembro
de 2020
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