Os principais veículos da imprensa norte-americana, como o NBC, o The New York Times e o Washington Post projetaram vitória do democrata no estado da Geórgia, e do republicano na Carolina do Norte, com a projeção de que o resultado final será de 306 a 232 delegados com vantagem para o democrata, que já vem sendo, há dias, considerado o novo presidente dos Estados Unidos da América.
A
agência Associated Press ainda não declarou os resultados nos referidos estados,
embora, de qualquer maneira, seja qual for o resultado anunciado ali, não haverá
mais alteração quanto ao desenlace da eleição americana.
Em
que pese praticamente já se ter o desfecho das apurações o republicano não
conseguiu reverter, como se vê, nenhum resultado que ele alegara ter havido
fraude, dando a entender que, na Justiça, a acusação sobre irregularidade carece,
sobretudo, da comprovação dos fatos alegados.
Não
obstante, ao que tudo indica, a confirmação dos resultados é o mesmo que se dizer
que o republicano não consegui provar as suspeitas de fraude.
Entrementes, o presidente americano insiste em não
reconhecer a derrota para o democrata e se esforça para recorrer à Justiça, mas
é bem provável que as possíveis provas dele não são tão robustas para convencer
os julgadores, que não impugnaram, até agora, os resultados das eleições em
nenhum estado.
O
presidente republicano reclama de supostas fraudes na apuração de alguns
estados em que perdeu, mas, até agora, ele tem encontrado senão a afirmação das
autoridades incumbidas da eleição e das apurações, que garantem a inexistência
de irregularidade na contagem dos votos.
O
certo é que, em 5 de novembro, a agência de notícias Associated Press já havia
declarado o democrata vitorioso no Arizona, mas outros veículos da imprensa, como
o canal de televisão CNN e o jornal The New York Times, se mantinham
cautelosos, considerando que a disputa ainda estava em aberto, até há pouco, quando reconheceram a
vitória do democrata.
Convém
que se ressalte que a projeção do resultado feita por estatísticos a serviço de
institutos e meios de comunicação, como acaba de ser feita, não se trata de ato
oficial, mas, por tradição, ela passa a ser aceita pela sociedade americana, em
eleições presidenciais, precisamente em atenção à história democrática e político-eleitoral
daquele país.
Diante
dos fatos, em que o candidato republicano cantava a sua vitória nos tribunais e
ainda menosprezava os resultados das urnas, consagrados pela vontade de mudança
dos americanos, como se ele contasse com os melhores trunfos e provas consistentes
para reverter fácil, fácil, o tempo mostra que ele se se vem se reduzindo a mera
pessoa fanfarrona e precipitada, por não ter conseguido qualquer êxito, até o momento.
É
extremamente deplorável que a autoridade do presidente da primeira potência
mundial se digne a protagonizar situação tão vexatória que nenhum mandatário de
republiqueta se atreveria a encenar peça bufa como essa, sob pena de temer ser
ridicularizado pelo mundo civilizado.
O
candidato republicano dá verdadeira lição ao mundo de como não deve se
comportar o estadista concorrente a cargo público, por menor que ele seja, quanto
mais no caso dele, que se trata do principal da esfera terrestre, de quem se
espera o mínimo de racionalidade e sensatez.
É
preciso que o homem público possa conhecer e receber o resultado das urnas com
as mesmas dignidade e nobreza, tanto no caso de vitorioso como de perdedor, porque
é exatamente assim que deve agir quem exerce cargo público eletivo.
Convém,
em atenção aos princípios da civilidade e da cidadania, que é imperioso que
sejam respeitadas as regras do jogo democrático, que tem como prevalência a
vontade soberana do povo, que, nos Estados Unidos da América, disse, com muita
clareza, que a Casa Branca precisava ser ocupada por alguém que respeite os
direitos humanos, tenha sensibilidade para as questões mundiais e compreenda
que a globalização é processo que impõem conversação, tolerância e contribuição
sobre os assuntos relacionados com o desenvolvimento integral e compartilhado
do planeta.
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