Um
funcionário dos correios da Pensilvânia admitiu ter forjado a denúncia sobre suposta
fraude nas eleições presidenciais dos Estados Unidos da América, de acordo com informação
prestada pelo jornal Washington Post.
A
aludida acusação falsa foi uma das várias alegações sem provas usadas pelo candidato
republicano derrotado, para respaldar a sua negação de admitir a derrota nas
urnas para o democrata.
O
funcionário dos correios havia denunciado o sistema fraudulento, alegando que o
chefe do sistema postal do condado de Erie, na Pensilvânia, teria supostamente instruído funcionários a adulterar as datas das
cédulas enviadas por correio.
Não
obstante, as autoridades eleitorais da Pensilvânia disseram que o funcionário retirou as declarações, sob a admissão de que ele as havia forjado e as denunciou.
O
chefe do serviço postal de Erie disse que o funcionário "foi várias
vezes advertido, recentemente".
A
denúncia falsa em referência teria sido uma de muitas que estão sendo usada pelo
candidato republicano derrotado como argumento para disputa judicial, na
Pensilvânia.
Impende
se ressaltar que outro jornal também americano, o The New York Times, publicou
reportagem mostrando que autoridades dos 50
estados americanos declararam que não foi encontrado nenhum indício de fraude
eleitoral, como alegado pelos republicanos.
Em
princípio, o candidato republicano derrotado vem suspeitando, com maior
intensidade das cédulas enviadas pelos correios, sob a alegação de ter havido
nesse procedimento muitas fraudes e, por via de consequência, o prejudicado.
Convém
se observar que a votação por correio é legalmente permitida na Pensilvânia,
desde que as cédulas fossem postadas até a data da eleição, em 3 do fluente mês.
A
contagem desses votos ajudou na vitória do democrata e contribuiu para levar o
candidato republicano à loucura, que continua completamente desnorteado, tendo
conseguido perder o senso de civilidade e perdido o respeito aos princípios democráticos.
A
demora na contagem dos votos por correio levou ao que a imprensa americana denominou
de “miragem vermelha”, em que a vantagem inicial do republicano foi sendo revertida
ao longo da apuração.
O
referido fenômeno foi constatado nos estados da Pensilvânia, do Michigan, do
Wisconsin e da Geórgia, precisamente alguns dos locais onde o atual presidente
ainda tenta contestar judicialmente os resultados, por entender que houve
fraude na eleição.
Ao
que tudo indica, o presidente americano pode perfeitamente exercer o direito de
questionar, sob a ótica do jus sperniand, na tentativa de reverter o
resultado das urnas, mas a sua enorme dificuldade parece ser exatamente a falta
de elementos probantes e, quando finalmente aparece, logo é desmentido, por ser
fruto de declaração forjada, que não se sustenta nos tribunais, exatamente
porque a contraprova levaria fatalmente ao desmascaramento do denunciante,
fazendo com que o presidente americano fosse ridicularizado.
É
bem possível que esse fato possa contribuir para alertar o presidente derrotado
de que nem todas as denúncias são verdadeiras e as que prosperarem certamente
serão descartadas no curso das investigações à vista de somente haver suspeita
de fraude nos estados onde ele foi derrotado, na vã presunção de que, nos
estados onde ele foi vitorioso somente houve regularidade e normalidade nas
urnas, o que não deixa de ser muito estranho, diante da incoerência.
Na
verdade, é muito provável que, em muitos casos, as denúncias sobre fraudes
eleitorais até possam se confirmar nos tribunais, mas não ao ponto de haver reversão
do resultado das urnas, porque elas refletem grande vantagem do candidato
democrata sobre o seu opositor.
Convém
se atentar, a propósito, para o fato de que os cinquenta estados americanos
tenham atestado total ausência de fraudes nas eleições, o que vale a ilação de
que as irregularidades apontadas pelos republicanos não poderiam ser tão
alarmantes assim, a ponto de não terem sido percebidas pelos comitês responsáveis
pelas apurações, conforme a afirmação unânime deles, publicada pelo jornal The
New York Times, em reportagem especial que diz que autoridades dos estados americanos declararam que desconhecem indício
de fraude eleitoral.
O
resumo da ópera, nesse caso, fica cada vez mais distante de ser conhecido, exatamente
porque as autoridades, responsáveis diretamente pelas eleições e apuração dos votos,
atestaram que não foi identificado nenhum indício, quanto mais comprovação, de
fraude no processo eleitoral, em contraponto à parte de quem não participou desse métier, que alega a
existência de irregulares graves, a ponto de questionar os resultados do pleito,
sem apresentar provas, e não reconhecer a vitória do democrata.
Brasília,
em 13 de novembro de 2020
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