Segundo
artigo revisado por pares e publicado na revista científica Lancet Infectou
Diseases, a vacina contra a Covid-19, fabricada pelo laboratório chinês Sinovac,
é segura e tem capacidade para produzir resposta imune no organismo, em 97% dos
casos, por 28 dias, após a sua aplicação.
Os
resultados são fruto da análise dos ensaios clínicos das fases 1 e 2 conduzidos
na China, nos meses de abril e maio, com 744 voluntários saudáveis de 18 a 59
anos e sem histórico de infecção pelo coronavírus Sars-CoV-2.
Na
última semana, as farmacêuticas Pfizer e Moderna divulgaram resultados
preliminares e animadores mais avançados, compreendendo a fase 3, com base em
análise interina de dados, os quais apresentaram eficácia acima de 90%.
A
boa notícia é que a vacina induziu à produção de anticorpos neutralizantes, que
têm por função justamente impedir a entrada do vírus nas células, sugerindo que
a vacina pode ser eficaz no bloqueio à infecção e não apenas impedir o
desenvolvimento da doença.
Os
pesquisadores disseram que foi observado positivamente que a aplicação de duas
doses com intervalo de 28 dias entre elas foi o melhor procedimento para se
alcançar mais rapidamente a taxa elevada de anticorpos no sangue.
Os
autores afirmaram que, diante da situação de emergência da pandemia, em intervalo
de 14 dias entre as doses já é possível detectar anticorpos no sangue, e essa
experiência pode ser importante opção para a imunização mais rapidamente da
população.
Os
efeitos adversos reportados nas pesquisas foram brandos ou quase nulos, sendo
que o mais comum deles foi a dor no local da injeção, à vista da queixa de
apenas cerca de 35% dos participantes de cada grupo.
Também
não houve a constatação de algum efeito colateral grave que implicasse na
ocorrência de falha na segurança da vacina, o que poderia levar à mudança de
rumos.
Segundo
os pesquisadores, a vacina da farmacêutica Sinovac é produzida a partir de
vírus inativados, cuja ideia é modificar o coronavírus Sars-CoV-2, tornando-o
não infectante.
A
farmacêutica Sinovac esclareceu que, a partir da fase 2, ela usa biorreatores
no fabrico da vacina, que é equipamento como espécie de “fábrica celular”
industrial que utiliza somente o calor, matéria-prima (células ou partes dela)
e movimento para produzir em larga escala células infectadas, cujo procedimento
permite que o vírus seja inativado e incorporado na vacina.
A
empresa esclareceu que a produção de vacina com o vírus total inativado é
semelhante à utilizada para a produção da vacina da raiva, que tem como princípio
a necessidade de grandes testes de segurança, na sua fase 3, exatamente a que
está em curso no Brasil, que tem duração, no mínimo, de seis meses.
Segundo
a empresa, é nessa fase que podem aparecer algumas importantes dúvidas, como o
tempo de duração da proteção contra o vírus, se o imunizante é capaz de impedir
a infecção ou apenas proteger contra o quadro mais severo da doença e se a
vacina induz resposta imune das células T.
A
empresa esclarece que também já deu início a estudo clínico de pessoas com mais
de 60 anos de idade, cujos resultados preliminares apontam para resposta imune
nesse grupo, embora mais baixa do que a observada em indivíduos com idade entre
18 e 59 anos, para cuja faixa etária a vacina também se mostrou segura.
O certo é que, no momento, embora
tenha se investido maciçamente em recursos materiais e pessoais, ainda inexiste
vacina aprovada em definitivo, para uso na população, com a necessária eficácia,
destinada ao combate da Covid-19.
O
fato é que há dezenas de imunizantes em estudos, que estão em testes, inclusive
em humanos, proveniente de diferentes países e com o emprego de tecnologias
distintas e de ponta, na expectativa de que essa terrível pandemia seja
eliminada da face da Terra, o que será, sem dúvida, o maior milagre dado por
Deus.
A
esperança dos brasileiros era a de que a vacina contra o Covid-19 fosse
aplicada logo no início do próximo ano, mas é preferível que ela somente se
torne realidade quando a sua eficácia estiver plenamente comprovada, como forma
de se transmitir completa segurança para a população.
O
importante é que as empresas especializadas e os governos estão investindo pesadamente
na produção da vacina que possa efetivamente imunizar a população e contribuir
para reduzir drasticamente os efeitos desse terrível vírus.
Para
quem já ficou no isolamento social, por longos e quase insuportáveis mais de
oito meses, outros meses a mas de espera é apenas forma de paciência que
compensa esperar por vacina segura e eficaz, para se assegurar bem-estar e
garantia de vida longa e saudável.
Brasília,
em 23 de novembro de 2020
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