Em uma das crônicas que escrevi em homenagem ao
professor, interessante mensagem sobressaiu entre tantas outras, da lavra do
senhor Elmar de Oliveira, pondo em destaque a atual situação de desrespeito pela
qual vem sendo submetido o professor, na sala de aula.
Eis a aludida mensagem, in verbis: “NO MEU
TEMPO, PROFESSORES ERAM COMO SE FOSSEM PAIS FORA DE CASA... PORÉM, VIERAM ‘TEMPOS
MODERNOS’, E OS MESTRES SE TORNARAM, QUANDO NÃO, ALVO DE BALAS, DE PANCADAS.”.
Realmente,
essa é a triste realidade do Brasil, em que, praticamente, entendeu-se que é
normal inverter a ordem da disciplina, onde muitos pivetes acham que podem bater,
agredir ou desmoralizar o professor e o pior é que, depois da violência em sala
de aula, normalmente não acontece absolutamente nada, quando o mestre ainda não
se tornar culpado pelo malfeito do aluno baderneiro.
Esse
terrível estado de coisas conspira contra a dignidade do ensino e da educação brasileiros
e contribui para a banalização da decadência moral do Brasil, diante da gravíssima
indiferença aos maus-tratos contra justamente o profissional que tem a
incumbência original de formar bons e respeitáveis cidadãos.
A
propósito dessa deplorável e inaceitável situação, que caracteriza como
verdadeiro flagelo aos princípios fundamentais da educação, lanço aqui, neste
momento, apelo veemente para que os governos federal, estaduais e municipais,
além de outras medidas que visem proteger a postura do professor, institucionalizem, com urgência urgentíssima, fortes
campanhas publicitárias, com abrangência nacional e visando ao fortalecimento
das estrutura e imagem do desse valioso profissional, no seu trabalho na sala
de aula, de modo que seja enaltecida a sua suprema importância à altura do que
ele realmente representa para a cultura e o saber da sociedade.
Acredito
que pesada campanha publicitária nesse sentido tem o objetivo de resgatar a
dignidade esgarçada do professor, que se encontra em visível nível de muita
penúria e preocupação, à vista do que ele precisa realmente representar de modelo
moral para o desenvolvimento da nação, em termos educacionais e morais, tendo
em conta que a valorização da sua autoridade e do seu prestígio há de
corresponder na mesma intensidade da evolução do ensino e da educação.
É
bem possível que essa maneira de agressividade e incivilidade contra o professor
não tem lugar nem mesmo nas piores republiquetas, porque nelas os estudantes primam
pela veneração àqueles que se dedicam à sublime arte de transmitir conhecimentos
e educar bons cidadãos, que são justamente aqueles que dirigir o país, no
futuro.
Fora
de quaisquer dúvidas, de certa forma, os governantes e os homens públicos são
cúmplices com a balbúrdia que impera impunemente nas escolas do país, onde tem
sido frequentes atos explícitos de desrespeito e agressão aos professores e profissionais
da educação, como um todo, e ninguém levanta a voz, em atitude que levem a
alguma medida capaz de pôr freios aos abusos da juventude que desrespeita até
mesmo seus pais, que pecam pela precária educação de seus filhos, no lar.
Diante
do reconhecimento da brutal deformidade comportamental, é aconselhável que os
governos resolvam encontrar mecanismos para cortar pela raiz esse mal que tende
a se expandir, se não houver iniciativa no sentido de se pôr limites, por meio
de medidas cabíveis de contenção dos abusos contrários aos princípios de
civilidade e da formação de bons cidadãos.
Proponho
a criação, com urgência, de medidas de cunho educativo voltadas para a
conscientização dos alunos, com a inserção de expressivas campanhas publicitárias,
no sentido de se mostrar a necessidade do respeito ao professor e da sua integridade
moral e física, de modo que seja possível a formação da mentalidade dos
discentes quanto à valorização e à intocabilidade dessa figura muito especial
para a vida social, que merece tratamento realmente especial, respeitoso e
diferenciado, à vista da importância e da reverência ao seu trabalho, em benefício
da sociedade e do desenvolvimento do Brasil.
Brasília, em 1° de novembro de 2020
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