No
depoimento prestado ao juiz responsável pela Operação Lava-Jato, o petista
disse, em tom demagógico, que, antes dessa devassadora operação, já tinha
decidido em não disputar mais eleições, mas o avanço das investigações
contribuiu para ele mudar de ideia.
Não
obstante, ele menospreza a importância, em termos morais, das cinco ações
penais que responde na Justiça, versando sobre acusações de graves crimes, como
corrupção passiva (16 vezes), lavagem de dinheiro (211 vezes), organização
criminosa, obstrução à Justiça e tráfico de influência (4 vezes).
Caso
ele seja condenado em segunda instância, segundo prescreve a lei penal e
eleitoral, a sua candidatura fica automaticamente inviabilizada, ou seja, ele
não poderá disputar o páreo presidencial.
Mesmo
diante dos reverses, com tantas denúncias sendo apreciadas na Justiça, já
respondendo como réu, ele disse: “Depois
de tudo o que está acontecendo, estou dizendo em alto e bom som que vou querer
ser candidato à Presidência da República, outra vez”.
A
citada afirmação foi dita a propósito de indagação feita pelo juiz da Lava-Jato, se era verdade que ele teria afirmado, ao final da condução coercitiva, de que
foi alvo, que conquistaria novo mandato e se lembraria de cada agente envolvido
naquela ação.
Mesmo
embaraçado, o político responde: “Não sei
se disse que me lembraria de todos eles. Sinceramente. Também não sei se disse
que seria eleito em 2018.”.
Entrementes,
o juiz aproveitava o ensejo para listar iniciativas do ex-presidente que
poderiam soar como tentativas de intimidação de autoridades envolvidas nas investigações
do petrolão.
O
juiz fez alusão às ações de indenização contra delegados e procuradores, além
de uma ação criminal ajuizada contra ele próprio, que foi considerada
improcedente, tendo mencionado ainda o discurso onde o político ameaçou prender,
caso eleito presidente, aqueles que “mentiram”
sobre ele, numa referência direta às denúncias de corrupção.
Questionado
sobre essa ameaça, o petista disse que apenas teria usado força de expressão.
Em seguida, saiu-se com provocação ao juiz, com quem está empatado
tecnicamente, segundo o Datafolha, nas simulações sobre o segundo turno da
próxima sucessão presidencial, tendo dito que “No dia em que o senhor for candidato, vai ter muita força de expressão
no palanque”.
No
calor mais intenso do depoimento, quando o interrogatório se aproximava de
discussões com tentativas de destruições mútuas, o político disparou petardo
certeiro em direção ao juiz, sem citá-lo nominalmente, mas dizendo textualmente
que “Tenho uma mágoa profunda do vazamento
das minhas conversas com a minha mulher”.
Como
é sabido, a divulgação das aludidas conversas contribuiu, de forma decisiva,
para acelerar o processo de impeachment da então presidente.
O
juiz perguntou o que o petista queria dizer com aquilo e respondeu “que o tempo se encarregará de reescrever a
história.”, dando a entender, com a maior clareza, que as ameaças de prisão
aos integrantes da força-tarefa da Lava-Jato são para valer e seu possível
retorno ao Palácio do Planalto, entre outras medidas de caráter extremamente
pessoal e egoística, será de concretizar o seu plano diabólico de retaliação e
de revanche, conforme ele deixa isso indiscutivelmente cristalino.
Não
obstante, a gigantesca montanha de acusações e denúncias objeto das delações
vindas de executivos de quase todas as empreiteiras, além das investigações de
que tratam a Operação Lava-Jato conspiram fortemente contra às suas aspirações
presidenciais, tendo em vista que os fatos vindos à lume são mais que
suficientes para que o povo saiba realmente o que aconteceu de desastroso
contra o interesse público, proveniente dos esquemas criminosos de corrupção
implantada justamente no governo de quem pretende retornar à Presidência da
República, agora com os medíocres propósitos de retaliação e revanche.
É
claro que a Justiça vai tratar de aplicar punição adequada ao político, mas a
mais significativa condenação para ele será expressiva derrota no pleito
eleitoral de 2018, quando o povo há de mostrar que foi acordado dessa absurda
letargia, ao perceber que demagogia e hipocrisia têm limite e não aceita mais
ser comandado por governo de extremo populismo, apenas envolto em promessas
falsas e falaciosas que já demonstraram a sua plena ineficiência
político-administrativa, que conseguiu levar o Brasil ao estrondoso recorde de desemprego
de 14 milhões de trabalhadores, a par das piores crises da história brasileira,
com enorme recessão econômica e descrédito do governo.
Não
há dúvida de que a volta do político ao governo poderá significar verdadeiro
caos social, político, econômico e administrativo, diante da confirmação do retrógrado
populismo/socialista, incapaz de produzir reformas das estruturas do Estado, a
exemplo dos governos petistas do passado recente, de triste memória, à vista da
estagnação generalizada que contribuiu para potencializar o subdesenvolvimento
das conjuntura e estrutura do país.
Não
somente a Justiça, com base nas poderosas investigações da Operação Lava-Jato,
mas também o povo, com a força do sufrágio universal, saberão discernir o real
estrago da roubalheira perpetrada nos cofres da Petrobras, justamente no
governo que se beneficiou com o desvio de recursos, ensejando senão a
condenação à prisão dos envolvidos e ao ressarcimento dos valores correspondentes aos prejuízos causados ao
patrimônio dos brasileiros. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 17 de maio de 2017
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