terça-feira, 16 de maio de 2017

Arrogância, provocação...

Segundo notícia publicada na revista VEJA, a avaliação mais otimista dos devotos sobre o depoimento do petista ao juiz responsável pela Lava-Jato, contrasta com a opinião de amigos dele, inclusive advogados.
Nesse cenário, o desempenho do petista, sob a ótica de muitos admiradores, foi considerado desastroso, não especificamente pela atribuição de responsabilidades à sua ex-esposa que, segundo esses amigos, ela realmente mandava e desmandava mesmo.
Na opinião deles, o problema principal foi realmente a performance dos advogados de defesa, notadamente do mais afoito, que se mostrou “Arrogante, provocador, confrontador da posição do juiz.”.
Ainda na opinião dos “chegados”, o político deveria, com urgência, trocar de defensor, sob pena de ter no referido advogado, na prática, um auxiliar da acusação.
À toda evidência, o advogado procurou fazer, com clareza, o jogo do juiz e do Ministério Público, com sua soberba e arrogância, a todo momento se achando e intervindo, querendo confronto gratuito que só agravou o caso, em desfavor de seu cliente.
No geral, a maneira como o citado advogado vem desempenhando o trabalho de defesa mostra exatamente o seu perigoso estilo camicase, ou se tornará um herói de vez, se salvar o petista da degola, ou passará para a história como o grande vilão, se perder a causa.
O risco é muito grande, porque ele montou sua trincheira contra experiente juiz, que já mostrou que sabe desmontar, com maestria, as bombas jogadas sobre seu terreno.
Certamente que o resultado desse embate é imprevisível, mas o advogado do petista tem enorme chance de ser vencido, diante do seu arroubo, conforme consta acima, de "Arrogante, provocador, confrontador da posição do juiz", possivelmente com propósito de desestabilizá-lo e desmoralizá-lo diante da opinião pública.
Diz o ditado que todo povo tem o governo que merece e, em apologia a isso, pode-se dizer que, no caso, o cliente tem o advogado que merece, ao defendê-lo com o mesmo entusiasmo dele, mesmo que os resultados tenham sido mais desastrosos do que se poderiam esperar de um causídico mais equilibrado, ponderado e menos afoito, que imagina, como o cliente, que os praticantes dos erros, se existentes, são senão aqueles que chegaram à conclusão que um homem público honesto, probo e digno deveria responder por crimes inexistentes, fictícios e inverossímeis.
Todo trabalho do advogado dá a entender que a Justiça está na contramão da história, caso venha a condenar um homem honrado, por crime inexistente, principalmente com relação ao tríplex, que, de direito, não pertence a ele, ante a falta de documento tratando da propriedade do imóvel, mas, de fato, pode ser dele, sob a forma de ocultação de patrimônio, que a teoria defendida pelo Ministério Público.
Resta, enfim, se esclarecer a real finalidade da reforma do triplex, a despeito da existências das provas substanciais, como depoimentos, afirmando que o imóvel pertence ao político, das tratativas para a efetivação das reformas no imóvel, das melhorias realizadas a pedido da família do político e de tudo o mais que consta dos autos, dando conta insofismável de que as reformas, no grau de requinte e sofisticação, tudo com dinheiro contabilizado na conta do partido, controlada e endossada pelo ex-tesoureiro da agremiação, jamais teriam sido realizadas pela empresa se não houvesse motivos relevantes, envolvendo interesses mais que justificáveis, como afirmado pelo ex-presidente da OAS, em forma de favores prestados pelo tráfico de influência.
Os especialistas entendem que não é de bom tom que o advogado tente aparecer na audiência, chamando a atenção de todos e ainda sem ser autorizado para falar ou intervir, dando a ideia de que ele tenciona realmente peitar o juiz, fato este que pode significar desnecessária provocação a ensejar que o magistrado possa carregar um pouco mais de tinta no momento do seu veredicto, podendo contribuir para prejudicar a situação de seu cliente. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 16 de maio de 2017

Nenhum comentário:

Postar um comentário