Vez
por outra, o petista-mor reclama do juiz responsável pela Operação Lava-Jato,
por submetê-lo à condução coercitiva, para seu depoimento à Polícia Federal, ato
que ele chamou de desagradável e desumano, em que pese o mandado pertinente
guardar conformidade com o ordenamento jurídico.
Na
ocasião, a força-tarefa, a par das reclamações do político, esclareceu que, “Depois de 117 mandados de condução
coercitiva determinados, apenas uma das conduções coercitivas determinadas, a
do senhor Luiz Inácio Lula da Silva, houve a manifestação de algumas opiniões
contrárias à legalidade e constitucionalidade dessa medida, bem como de sua
conveniência e oportunidade. Considerando que em outros 116 mandados de
condução coercitiva não houve tal clamor, conclui-se que esses críticos se
insurgem não contra o instituto da condução coercitiva em si, mas sim pela
condução coercitiva de um ex-presidente da República.”.
A
força-tarefa ressaltou que “É preciso,
isto sim, que sejam investigados os fatos indicativos de enriquecimento do
senhor Luiz Inácio Lula da Silva, por despesas pessoais e vantagens
patrimoniais de grande vulto pagas pelas mesmas empreiteiras que foram
beneficiadas com o esquema de formação de cartel e corrupção na Petrobras,
durante os governos presididos por ele e por seu partido, conforme provas
exaustivamente indicadas na representação do Ministério Público Federal”.
A
objetiva posição da força-tarefa somente confirma o princípio constitucional
segundo o qual os brasileiros são iguais perante a lei, em direitos e
obrigações e não é justo que se conceda privilégio a quem quer que seja, mesmo
para ex-presidente da República, porque ele não é excepcionado por lei para ter
tratamento diferenciado e excepcional.
O
belo exemplo de que outros casos similares ao aplicado ao petista, para mais de
centena, não tiveram a ruidosa reação dos simpatizantes, fanatizados e juristas,
reclamando tal procedimento, mas se dignaram, inexplicavelmente, agora, a defender
a imunidade e a impunidade, porque não se justifica que a pessoa que se julga
todo-poderosa deixe de ser investigada sobre a pletora de fatos suspeitos de
irregularidades, envolvendo injustificáveis repasses de recursos e reformas em
imóveis que seriam seus, sob a suspeita de patrimônio oculto, ou são do
usufruto dele, cujos casos pendem de esclarecimentos e de julgamento, para o
fim de se mostrar a verdade, que somente se obtém por meio das investigações,
que não podem ser dificultadas.
No
Estado Democrático de Direito, têm-se como princípios fundamentais a ética,
moralidade, legalidade, honestidade, dignidade, entre tantos, com suprema
importância nos casos de suspeitas de irregularidades, para o fim da
transparência, a se permitir que a verdade seja mostrada à luz solar, como
forma de comprovar que fatos denunciados existiram ou não e que os envolvidos
possam ser inocentados ou condenados, conforme as circunstâncias.
No
caso específico do político, há enorme resistência no sentido de que os casos
rumorosos, embora com robustas evidências, possam ser apurados em obediência ao
primado do ordenamento jurídico pátrio, para o fim de aclará-los em definitivo,
em benefício da verdade.
É
evidente que não se pode fazer prévio juízo de valor sobre fatos que não se tem
conhecimento acerca deles, mas a extremada rejeição do político sobre as
apurações contribui para que as pessoas imaginem que eles sejam verdadeiros,
porque, em caso contrário, o ex-presidente seria o primeiro a exigir as
investigações pretendidas pela competente força-tarefa da Operação Lava-Jato,
que vem realizando excelente trabalho no sentido de mostrar os reais envolvidos
nos podres e nas sujeiras de que trata o petrolão, cujos procedimentos
delituosos dilapidaram o patrimônio dos brasileiros, com astronômico desvio de
recursos da Petrobras, aparelhada, monitorada e gerenciada pelo Palácio do
Planalto, na gestão do PT, que foi o principal beneficiário da roubalheira
protagonizada naquela empresa, segundo as investigações em curso.
Apesar
da visível destruição do patrimônio da estatal estratégica nacional, que clama
por todos os meios de investigações amplas e abrangentes, os principais
envolvidos, além de não reconhecerem as suas culpas, as suas responsabilidades,
ainda se julgam vítimas e perseguidos pela imprensa, pela elite burguesa, pela
força-tarefa da Lava-Jato e por todos aqueles que não comungam da mesma
cartilha petista, sob o argumento de que a pessoa a mais honesta da face da
Terra está sendo julgada de forma injusta, dando a entender que os brasileiros
são verdadeiros imbecis e idiotas que não tivessem condições de avaliar que não
é normal tamanha tragédia contra a nação, para continuar tudo como se nada
tivesse acontecido e os envolvidos pudessem continuar impunes.
Os
brasileiros, atentos ao seu dever cívico e patriótico, precisam se conscientizar
sobre a imperiosa necessidade de varrer das atividades políticas os maus homens
públicos que se envolveram, de forma espúria e inescrupulosa, segundo os resultados dos trabalhos
da Operação Lava-Jato, com as empreiteiras que estão
sendo investigadas pela citada operação, à vista da confirmação do desvio de dinheiro
da petrolífera brasileira, em contrariedade aos princípios da moralidade,
honestidade e dignidade. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 15 de maio de 2017
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