quinta-feira, 11 de maio de 2017

Amnésia moral?

O marqueteiro do PT, que fez o diabo, em termos de criação de fatos inverídicos, para destruir os opositores da petista e viabilizar a reeleição dela, confirmou que a ex-presidente realmente tinha conhecimento sobre o uso de caixa 2 em suas duas campanhas eleitorais para a Presidência da República.
É a versão confirmada pelo publicitário, em depoimento sigiloso à Justiça Eleitoral, conforme reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.
 O publicitário também revelou que a ex-presidente não tinha conhecimento sobre os detalhes acerca dos pagamentos, mas se sentia “chantageada” por parte do ex-presidente da Odebrecht, que era o responsável pelo grosso do financiamento ilegal das campanhas presidenciais ocorridas em 2010 e 2014.
Ele disse que ela sabia, à luz da confissão de que “Infelizmente porque, ao me dar confiança de tratar esse assunto, isso reforçou uma espécie de amnésia moral, que envolve todos os políticos brasileiros. Isso aumentou um sentimento de impunidade”.
Ao que tudo indica, o esquecimento citado pelo então marqueteiro do PT teria impedido que a ex-presidente deixasse de fazer qualquer tipo de pressão para barrar o acordo internacional entre autoridades do Ministério Público do Brasil e da Suíça, em que pese ela ter sido alertada de que a sua situação poderia se complicar. 
Segundo o então marqueteiro, nem mesmo as referidas chantagens do ex-presidente da Odebrecht fizeram-na mudar de ideia.
O ministro-relator do processo de cassação da chapa da ex-presidente e do atual presidente avaliou a confissão do marqueteiro como fato novo, com poder de complicá-la no julgamento sobre abuso de poder político e econômico nas últimas eleições.
O simples fato de a ex-presidente negar que sabia dos pagamentos ao seu marqueteiro, pela Odebrecht, por meio de caixa 2, é o mesmo que dizer que ela reconhece que a assertiva é verdadeira, porque isso se harmoniza com a ideologia de seu partido, ou seja, quando diz não é porque significa afirmar o contrário, conforme têm mostrado os fatos normalmente revelando a verdade.
A própria versão constante da reportagem confirma que ela sabia de tudo, quando concorda que o marqueteiro trate do negócio, ela está a par da situação espúria, ou seja: “... ao me dar confiança de tratar esse assunto, isso reforçou uma espécie de amnésia moral, que envolve todos os políticos brasileiros. Isso aumentou um sentimento de impunidade”.
Não bastassem as atrocidades protagonizadas pelo marqueteiro contratado regiamente para regar a campanha da reeleição com muitas mentiras e outras tantas inverdades, que foram capazes de desmoralizar os comezinhos princípios da dignidade, ainda vem à tona esse vergonhoso quadro de ilegitimidade com o abusivo emprego do poder econômico, irrigado por meio de propina oriunda dos cofres públicos, o que macula de morte o pleito eleitora e o torna ilegítimo.  
O político, como homem público, inclusive o brasileiro, tem o dever moral de assumir responsabilidade por seus atos na vida pública, porque essa é sua obrigação compromissada na campanha eleitoral de ser fiel aos princípios da integridade moral.
Urge que os brasileiros se conscientizem sobre a necessidade de se eliminar da vida pública os maus políticos que, além de não reconhecerem seus erros no exercício de cargos públicos, somente enxergam seus interesses, em detrimento das causas nacionais, como forma de aperfeiçoamento das atividades político-administrativas. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 11 de maio de 2017

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