A
ex-presidente da República petista disse que seu antecessor não pode ser
excluído da corrida eleitoral para 2018, tendo manifestado seu apoio a ele, a
par de ressaltar a importância da preservação da democracia no país.
Ela afirmou
que, embora os meios de comunicação dediquem boa parte de seu espaço para
"destruir a biografia de Lula",
as pesquisas indicam que ele é o candidato mais votado para as eleições 2018.
De fato, as pesquisas
mostram que o petista lidera a preferência dos entrevistados, para a corrida
presidencial do próximo ano, em que pese ele ser alvo de investigações na
Operação Lava-Jato e ainda enfrentar cinco processos na Justiça, por crimes
graves de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa,
obstrução à Justiça e tráfico de influência.
A também
defendeu a necessidade de reforma no sistema político-eleitoral e destacou que
a democracia é "o único caminho"
para o país.
A petista
concluiu afirmando que "O Brasil só
ganhou quando foi democrático e só perdeu quando não foi. Para nós a democracia
é o lado certo da história".
Parece haver enorme equívoco de interpretação por
parte da petista, com relação aos fatos relacionados à candidatura
presidencial, que ainda será no próximo ano e, enquanto não chegar o momento
legalmente previsto, o ex-presidente precisa limpar o nome dele das múltiplas
denúncias sobre possível participação em casos ilícitos, praticados na vida
pública, que são absolutamente incompatíveis com o exercício do relevante cargo
de presidente da República, à luz das exigências de idoneidade e de conduta
ilibada, que são atributos contrárias aos crimes supracitados, pelos quais ele
responde na Justiça, na qualidade de réu.
À toda evidência, nada impede que o ex-presidente
seja candidato ao Palácio do Planalto, ao contrário das levianas e apressadas
conclusões da petista, que fala em manobra para destruir a biografia dele, mas
é preciso que ele, primeiro, cuide de se desvencilhar dos processos que
responde na Justiça e esclareça os fatos sob suspeita de irregulares que pesam
seus ombros, para que tenha reais condições de representar o povo.
Não parece razoável que alguém, pelo menos isso não
acontece nos países sérios, civilizados e evoluídos democraticamente, pretenda
comandar um país com grandeza do povo brasileiro, sem que preencha os
requisitos de honorabilidade, dignidade, com o credencial próprio de ficha
limpa, além de livre de quaisquer acusação de ilicitude, porque isso não condiz
com a índole do homem público, que não pode sequer ser suspeito de participação
em ato ilegítimo, haja vista que o zelo e a administração do patrimônio dos brasileiros
exigem que o seu responsável esteja acima de qualquer suspeita, não podendo
estar respondendo a questionamentos na Justiça.
É preciso se entender, sob o prisma dos princípios
democráticos, que a exclusão da corrida eleitoral vai depender das condições de
ilegitimidade apresentadas pelos candidatos, porque há de se convir que devem
prevalecer, nos pleitos eleitorais, os conceitos do bom senso e da
razoabilidade, não ficando bem para uma
nação que alguém pretenda ser presidente da República estando com pendências na
Justiça, uma vez que isso conspira contra os princípios da moralidade,
legalidade e dignidade ínsitos do relevante cargo.
Também comete grave injustiça quem acusa os meios de
comunicação de dedicar espaço para destruir a vida de homem público, que, na
verdade, tem sido alvo de acusações e de denúncias pertinentes à prática de
atos irregulares, sendo o próprio responsável pelo fornecimento de ricos
elementos que municiam o noticiário policial sobre fatos nada republicanos,
diante do seu envolvendo em casos escabrosos, segundo o seu conteúdo,
normalmente fazendo menção a casos absolutamente incompatíveis com o exercício
de cargos públicos e os princípios da ética, moralidade, legalidade, dignidade
e outros que são indispensáveis às salutares práticas na administração pública.
Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 5 de abril de 2017
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