segunda-feira, 29 de maio de 2017

O império dos vândalos

Manifestantes protestaram, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, contra o governo e as reformas em tramitação no Congresso Nacional, em ato marcado pela extrema violência, com destaque para a depredação de prédios ministeriais e de estruturas que compõem o patrimônio dos brasileiros, inclusive incêndios em áreas interna e externas de edifícios públicos.
Em que pese a alarmante dimensão do vandalismo, houve o registro da detenção de somente sete pessoas suspeitas de dano ao patrimônio público, desacato e porte ilegal de arma branca, e de ferimentos em 49 pessoas, entre manifestantes e policiais militares.
Os vândalos invadiram os prédios, depois de quebrarem os vidros, de forma devassadora, e colocaram fogo nas recepções e em tudo que se encontravam à sua frente, danificando completamente as instalações e causando enormes prejuízos ao patrimônio dos brasileiros, que devem ser preservados, em clara demonstração de irracionalidade e incivilidade, mesmo em se tratando de manifestação de protestos, que não pode servir de argumento contra o governo ou as reformas, por não haver conexão entre os fatos ruinosos e repudiáveis.
A Polícia Militar do Distrito Federal registrou que os grupos levavam pedras, armas, paus, estilingues para atirar pedras contra policiais e quebrar vidros, que foram utilizados como instrumentos de agressão contra o patrimônio da União.
Além da quebradeira e da violência contra o patrimônio público, os bárbaros picharam monumentos como a Catedral Metropolitana e o Museu da República, que também ficam à mercê do vandalismo.
O governador do Distrito Federal se manifestou sobre o episódio, afirmando que “a Polícia Militar do Distrito Federal agiu de acordo com o Protocolo Tático Integrado, assinado pelos governos federal e distrital, no mês passado, em que a segurança dos prédios públicos federais ficou sob a responsabilidade da União. Em todas as 151 manifestações nos últimos dois anos, as forças de segurança federal e distrital agiram de maneira integrada e colaborativa. Em todas as ocasiões a Polícia Militar agiu com eficácia e eficiência, demonstrando estar plenamente apta ao regular desempenho de sua missão constitucional. Eventuais excessos serão rigorosamente apurados”.
Enquanto militantes e policiais entravam em confronto na Esplanada, o presidente do país autorizou, por decreto, a convocação das Forças Armadas a patrulharem as ruas do Distrito Federal, que contou com a imediata disponibilização de 1.300 militares das corporações sediadas no Distrito Federal.
A ordem presidencial ensejou atritos políticos no Congresso Nacional, principalmente por parte da oposição, que criticou severamente a medida, evidentemente alheia à responsabilidade governamental de proteger a população e o patrimônio público, à vista da visível impotência dos policiais militares colocados para a contenção da fúria dos baderneiros, integrantes de apoiadores dos partidos oposicionistas, que os apoiaram à disseminação da violência e da destruição.
Não há dúvida que é normal que brasileiros venham a Brasília, com o propósito de protestar, com todo direito, contra a baderna instalada na administração do Brasil, mas, na verdade, como visto, as intenções de muitos deles estavam voltadas, de forma deliberada, para a destruição, a baderna, o vandalismo e a depredação do patrimônio dos próprios brasileiros, em clara demonstração de animalesca selvageria completamente dissonante com os princípios próprios de pessoas civilizadas, ordeiras e democráticas, porque seus atos descambaram para resultados diametralmente contrários às finalidades patrióticas de protesto.
É preciso que os organizadores das manifestações de protestos sejam devidamente responsabilizados, civil e criminalmente, de modo que eles sejam compelidos a promoverem reparação dos causados ao país, por meio do ressarcimento dos valores levantados, por não mais fazer sentido, por não ser justo, que os desordeiros pratiquem quebra-quebra e destruição de bens e prédios públicos e depois ninguém seja obrigado a reparar os danos e estragos causados ao patrimônio nacional.
A demonstração de explícita selvageria não condiz com a índole pacífica e civilizada dos verdadeiros brasileiros, que são cônscios da sua responsabilidade como patriotas que valorizam a integridade da moral e da legalidade.
Com absoluta certeza, nem nas republiquetas de décima categoria esses vândalos, baderneiros de alta periculosidade e verdadeiros antipatrióticos deveriam merecer qualquer forma de complacência, tanto pela precariedade do aparato policial como da oposição, que os apoiam de maneira declarada e incondicional, como a declarar que quanto pior, melhor contra os interesses públicos.
É obrigação primacial do Estado identificar os protestantes agressivos e destruidores, para o fim de puni-los com as penas cabíveis quanto aos crimes por eles cometidos, de modo que a condenação dos bandidos possa contribuir para impor autoridade à ordem pública e para servir de exemplo pedagógico para que fatos semelhantes não voltem a acontecer.
O país que é incapaz de punir o vandalismo mostrado principalmente pelas câmaras de televisão não é digno do mínimo respeito pela opinião pública.
Fica a nítida impressão de que muitos protestantes já planejavam a destruição, em nome do repúdio à bandalheira político-administrativa do país, a Polícia Militar do Distrito Federal não tinha condições operacionais de conter a extrema violência e a oposição apenas placitou a demanda da violência, quando, em nome da democracia, deveria se associar aos que são contra a destruição dos princípios republicano e democrático, como forma de construção da liberdade de pensamento, expressão e individualidade.
Urge que os sistemas de segurança pública sejam capazes de planejar ações necessárias e suficientes para combater, com eficiência e competência, as agressões de baderneiros e vândalos, que, a pretexto de protestos, aproveitam a precariedade do policiamento para depredarem o patrimônio público, em total desmoralização das autoridades incumbidas de proteção da ordem pública e dos bens dos brasileiros. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 29 de maio de 2017

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