Aproveitando a divulgação de pesquisa Datafolha,
versando sobre as intenções de voto com vistas à corrida ao Palácio do
Planalto, ainda em 2018, o Partido dos Trabalhadores logo imaginou bela estratégia
para consolidar a candidatura de seu líder-mor, por ter sido o nome mais
apontado pelos entrevistados, na pesquisa espontânea, por 16% dos eleitores de
172 cidades.
Ao mesmo tempo, o partido pretende explorar a baixa
popularidade do presidente da República para mostrar a conveniência da volta de
seu cacique à Presidência.
Também em outra pesquisa foi apontado que o
desempenho do presidente do país é considerado ruim ou péssimo por 61% dos
eleitores, tendo a taxa de aprovação de apenas 9%, que é menor que a avaliação da
ex-presidente, por ocasião do seu impeachment, que atingiu 13%.
O partido também quer explorar outro importante índice
da pesquisa, que diz respeito ao apoio dos entrevistados a novas eleições
diretas, dando conta de que, segundo a Datafolha, 85% de 2.781 pessoas ouvidas
são favoráveis à realização de novos pleitos eleitorais.
De acordo com a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, o PT também deve
concentrar esforços com vistas à antecipação de eleição, como forma de
aproveitar o momento que a popularidade de seu líder se mantém pouco afetada, a
despeito das delações dos executivos da Odebrecht e das investigações da
Operação Lava-Jato, ao contrário do que ocorre com a imagem de importantes
opositores dele, que se esfarelaram, depois das denúncias.
É muito curiosa a forma de desfaçatez como o
partido ignora e não quer perceber a tragédia que os fatos pertinentes às denúncias
sobre roubalheiras, principalmente na Petrobras, que são objeto de múltiplas investigações,
representam de malignidade, perniciosidade e malefício para os interesses do
país, à vista das mais graves crises que desaguaram como complicador no
desempenho da economia e na credibilidade da nação, com terrível reflexo no
processo produtivo, no emprego e nos investimentos público e privado, a despeito
do surpreendente apoio de 16% de brasileiros entrevistados, que se dizem favoráveis
à vota de quem contribuiu efetivamente, como personagem principal, segundo os
investigadores, para esse estado de absoluta desgraça.
Ao
invés de tentar explorar o momento, segundo a agremiação, favorável ao
líder-mor, com a sinalização de apoio por parte de alguns fiéis militantes, que
ainda não se deram conta da gravidade dos fatos malignos impregnados na
alarmante corrupção, e a baixa popularidade do presidente da República, os
estrategistas do partido que arrasou e destroçou o país poderiam se empolgar e
mostrar, com provas juridicamente válidas, que as enxurradas de acusações sobre
as práticas de atos irregulares são inverídicas e que os envolvidos não tiveram
nenhuma participação nesse mar pútrido que envergonha toda nação, do lado digno
e honrado.
Não
tem o menor cabimento que o tsunami de acusações e denúncias sobre desvios de
dinheiro da Petrobras, objeto de investigações pela Operação Lava-Jato, não
mereça os devidos esclarecimentos à população sobre toda imundície consistente
no desvio de recursos públicos para fins absolutamente irregulares e
prejudiciais aos interesses dos brasileiros.
Onde
estão esses espíritos de moralidade e dignidade, por se pretender aproveitar o
momento especial para explorar a ingenuidade, a incredulidade, a imbecilidade
de alguns brasileiros, que ainda votariam, na preferência de 16%, em quem não
consegue se dispor a dizer à nação que não vai mais tratar de fazer política
enquanto não tiver o seu nome, a sua honra, a sua dignidade completamente
recuperados, mediante a comprovação, onde for necessário, da sua
inculpabilidade sobre a avalanche de acusações sobre a prática de atos irregulares
na vida pública?
A
comprovação da verdade sobre os fatos nada mais é do que a devida prestação de
contas aos 84% dos brasileiros indignados, que não votariam no político alvo de
investigações e estão esperando que os fatos imundos e vexaminosos denunciados sejam
devidamente justificados e esclarecidos, para o bem não somente dele, mas, principalmente,
dos destinos de uma nação enxovalhada pela montanha de fatos indignos e
absolutamente contrários aos princípios da administração pública, notadamente
no que se referem à ética, moralidade, legalidade, dignidade, probidade,
transparência, entre tantos que devem ser fielmente observados, em se tratando
de gestão pública. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 1º de maio de 2017
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