O presidente da Venezuela disse que os chavistas
são “os judeus do século XXI”, ao denunciar o que ele
considera de “escalada fascista”
contra partidários e familiares de funcionários do governo.
Ele declarou que “Somos os novos judeus do século XXI (…). Não carregamos a estrela de Davi amarela, mas levamos o coração
vermelho da vontade de lutar pela dignidade humana e vamos derrotar os nazistas
do século XXI.”.
O presidente venezuelano se referia aos protestos que
estão ocorrendo naquele país, nas últimas semanas, contra funcionários e
ex-funcionários chavistas e seus familiares no exterior.
Esse tipo de manifestação tem aumentado em meio à
onda de protestos contra o governo dele, que, desde 1º de abril, já foram
registrados 46 mortos, centenas de feridos e incontáveis casos de prisões,
certamente com alto grau de arbitrariedade.
O mandatário bolivariano encarregou sua chanceler
de liderar “uma cruzada (…) nacional e internacional contra o ódio
fascista”.
Ele voltou a acusar a oposição de promover o “terrorismo”, como parte de plano apoiado
pelos Estados Unidos da América, com a finalidade de derrubar seu governo.
Nos últimos tempos, a Venezuela vem atravessando
profundas e graves crises social, moral, política, administrativa e
principalmente econômica, com destaque para a gigantesca e generalizada escassez
de alimentos e remédios, sem contar com a monstruosa e destruidora inflação, estimada
pelo FMI em 720%, para 2017.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas começou
reunião para discutir as crises na Venezuela, em atendimento de solicitação dos
Estados Unidos da América.
Não
é novidade que os venezuelanos estão sendo martirizados pelo colapso econômico
provocado pela má gestão e pela corrupção de seu governo, que manobra contra o
poder Legislativo, por meio do Tribunal Supremo de Justiça, que não reconhece
as medidas aprovadas na esfera do poder Legislativo, fato que contribui para exacerbar
a situação de grave crise, ante a indiscutível interferência na autoridade daquele
importante poder, controlado pela oposição, em clara demonstração de retrocesso
dos princípios democráticos.
A
situação de evidente decadência dos conceitos de civilidade, manifestada pelo
governo da Venezuela, alimentada pelas truculência e incompreensão de
desumanidade, parte justamente do lado do sistema bolivariano mantido pela
Revolução Chavista, fato que não respalda a acusação bastante contraditória de
vitimização anunciada pelo presidente daquele país.
O
mandatário da Venezuela tem a ingenuidade e a irresponsabilidade de comparar os
chavistas de judeus do século XXI, em indiscutível demonstração de imensurável
insanidade, por haver absurda comparação de caso considerado de verdadeiro
holocausto com situação diametralmente inversa, quando os chavistas são os
reais causadores de massacres da humanidade, à luz dos fatos mostrados pela
imprensa mundial.
Não
passam de imensuráveis imaturidade e irracionalidade alguém comparar um bando
de trogloditas, que conseguiram destruir a nação venezuelana com seus atos
desumanos, com o povo judeu, porque isso demonstra extrema falta de bom senso e
de respeito aos judeus honrados e dignos, que foram realmente mártires, além de
total inversão do pensamento humanista de se enxergar a dignidade humana.
Na
verdade, o povo judeu precisa exigir que esse ditador sanguinário se retrate sobre
a sua infeliz comparação e evite fazer ilações absurdas e insanas, com relação
à situação séria, que merece total respeito aos mártires.
Também
não faz o menor sentido, por evidenciar extrema contradição, o presidente
venezuelano afirmar que “... levamos o coração vermelho da vontade de lutar pela dignidade humana.”, quando a prática, nua e crua naquele país, tem demonstrado exatamente a
completa destruição da dignidade humana, em nome da desastrada e nefasta Revolução
Bolivariana.
As nações
civilizadas e evoluídas, em termos humano e democrático, precisam dar ultimato
ao governo ditatorial da Venezuela, no sentido de deixar claro que ele deve valorizar
e respeitar, o mais urgentemente possível, os direitos humanos e os princípios
democráticos, sob pena de haver completo isolamento diplomático de seu país por
parte das demais nações, que reprovam os métodos truculentos e desumanos adotados
naquele país. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 25 de maio de 2017
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