O jornal Folha
de S. Paulo publicou a seguinte matéria: "A desigualdade de renda no Brasil não caiu entre 2001 e 2015 e
permanece em níveis 'chocantes', de acordo com um estudo feito pelo World
Wealth and Income Database, instituto de pesquisa codirigido pelo economista
Thomas Piketty, conhecido por seus estudos sobre desigualdade com a obra 'O
Capital no Século 21'".
Os
elementos e os estudos que servem de parâmetros para a avaliação da economia
indicam que os mais ricos ficaram ainda mais ricos no governo que se vangloria
de ser o "pai dos pobres", ou seja, os 10% mais ricos da população
aumentaram sua fatia na renda nacional de 54% para 55%, enquanto os 50% mais
pobres ampliaram sua participação de 11% para 12% no período, conforme
reportagem de duas jornalistas.
Os
estudos mostram que o crescimento econômico do período foi até notável, só que
61% se destinaram a 10% dos mais ricos, restando apenas 18% para a metade mais
pobre. Isso se justifica pela elevação dos juros, que sempre beneficiou os mais
afortunados, restando aos mais pobres a distribuição de renda, por meio do
Bolsa Família, evidentemente em valores menos representativos.
Como
era do interesse do governo populista de então, a propaganda oficial aproveito
o momento para alardear os fatos, como o que teria sido enorme façanha, em
termos de avanço social, ao pôr em destaque a queda da desigualdade social, que
era tida por realidade reconhecida até por organismos internacionais, embora
sem apresentar quaisquer parâmetros plausíveis de comprovação, apenas a avidez
de satisfazer a vaidade do governo com viés extremamente populista, que tinha
interesse em mostrar resultados socioeconômicos favoráveis a respaldar a
perenidade no poder.
Na
época dos fatos, todos aceitaram o anúncio da queda da desigualdade social sem
o menor questionamento, em clara evidência da falta de interesse em se
perquirir se haveria algum fundamento que isso pudesse ter sido verdade.
Na
verdade, era do interesse do governo que a queda da desigualdade fosse
propagada aos quatro cantos, como forma de disseminar a proeza dele e a mostrar
que algo inédito estava acontecendo, visto que os governos anteriores jamais
tinham conseguido tamanha proeza.
Acontece
que tudo não passou de verdadeiro engodo, porque os pobres não saíram do estado
de miserabilidade e serviram de vítima das políticas segregadoras e geradoras
de continuada desigualdade social, porém esse fato serviu para alimentar
informações indispensáveis ao continuado aumento do prestígio do ex-presidente,
que era enaltecido pelos mais pobres, como até hoje tem sido reverenciado como
tal, diante do fato de que a renda deles teria realmente aumentado, mas bem
menos do que a dos ricos.
Para
governo com viés populista não se sabe o que era pior, se enriquecer os mais
ricos ou enganar os mais pobres, mas tudo isso aconteceu na gestão petista,
cuja máquina de propaganda e publicidade somente disseminava e enaltecia aquilo
que lhe fosse conveniente e a queda da desigualdade social se harmonizava
perfeitamente com os projetos políticos de absoluta dominação da classe pobre,
que certamente haveria os dividendos para o partido do governante, em forma de
votos e em quantidade bastante generosa.
O
discurso da igualdade social é um dos mais perversos e perniciosos, se não
houver melhoria da renda, do emprego e da produção, porque o pobre não precisa
da eterna assistência do Estado, sob a forma de Bolsa Família, na tentativa de acabar
com a desigualdade social, mas sim de emprego e oportunidade de trabalhar e
produzir, como forma de dignificação do ser humano.
Governo
competente e capaz precisa entender que o desenvolvimento integrado do país,
por meio do aumento da geração de riqueza, é forma indispensável para erradicar
a desigualdade social.
Quando
os discursos são propagados à exaustão, em forma de enaltecer qualidades
inexistentes e falaciosas, com exploração ao extremo de que as desigualdades sociais
tinham se estreitado ao máximo, tudo não passava de fantasia e mentira que
pareciam muito mais venda de verdade inexistente.
Chega-se
à conclusão que forma de enganar, em especial os pobres, com finalidade
visivelmente escusas, é a principal arte de governos medíocres, populistas e
corruptos, pena que funciona enquanto ele consegue se tornar isso invisível,
conquanto a história ensina que inclusão social eficiente e eficaz se faz com
educação fundamental de qualidade, incentivo ao trabalho, pesquisas,
empreendedorismo, menos impostos, mais planejamento e políticas públicas de
investimentos voltadas para prioridades sociais. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 15 de setembro de 2017
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