O maior político brasileiro da atualidade classificou
de preocupantes as declarações de generais sobre a hipótese de intervenção
militar no Brasil, em razão das crises política e moral.
Reunido com dirigentes petistas, o político disse que
é preciso ficar atento às manifestações dos militares.
Segundo a presidente nacional do PT, o petista
afirmou que "a sociedade civil tem
que tomar as rédeas do processo e garantir a democracia" e que as
Forças Armadas exercem papel constitucional e que confia nelas.
Em discurso, o petista reafirmou que só um
presidente eleito será capaz de debelar a crise.
Ao avaliar o cenário político, ele disse que o PT
voltará ao poder, mas herdará o país em piores condições do que recebeu do seu
antecessor, em 2003.
A preocupação do ex-presidente parece ter fundo de
forte inquietação por parte dele, talvez
em razão de ele se encontrar completamente submergido no mar de lama da
corrupção, objeto do pronunciamento do general, que se insurge exatamente diante
da visível e injustificável demora para se investigar e julgar, em especial os
casos relacionados à classe política que tem foro privilegiado, em razão de
nenhum ter sido ainda julgado pelo Supremo Tribunal Federal, numa demora
absolutamente incompreensível, injustificável e extremamente prejudicial aos
interesses nacionais.
É evidente que nenhum brasileiro, de sã
consciência, é favorável a qualquer forma de intervenção no funcionamento das
instituições da República, porque o próprio nome já diz que se trata de
intromissão de elementos estranhos nas estruturas das instituições republicanas,
certamente por ter deixado de cumprir a sua missão constitucional, permitindo
que a desmoralização fosse potencializada exatamente em razão da sua omissão no
cumprimento do seu dever de atuar conforme a sua incumbência institucional.
O caso do Supremo Tribunal Federal parece se
encaixar perfeitamente na compreensão do general, por não ter tido, depois de
três anos do início da Operação Lava-Jato, condições de julgar nem mesmo um
criminoso de colarinho branco, no caso, os parlamentares, que são usufrutuários
do foro privilegiado, cujos processos se eternizam nos escaninhos daquele órgão
e somente se movimentam quando há prescrição penal, ou seja, quando o
parlamentar envolvido atinge a maioridade da inimputabilidade penal, pela
caducidade do envolvido, quando os autos perdem validade e a ação penal
prescreve, beneficiando o nobre político.
O que o general quis dizer, em português
claríssimo, é que os brasileiros estão calejados de pagar pesados tributos para
sustentar sistema judiciário oneroso, ineficiente, complicado e emperrado e não
suportam mais constatar que esse estado de coisas precisa adquirir dinâmica
completamente incompatível com a realidade atual, de modo que os corruptos
sejam imediatamente julgados e condenados, como forma capaz de mostrar que a
corrupção precisa ser urgentemente combatida com instrumentos e mecanismos
próprios para a moralização da administração do país, que chegou no limite da
tolerância e que se permanecer da completa letargia da atualidade só existe a
alternativa da total esculhambação, com o beneplácito dos brasileiros,
inclusive daqueles que têm um pouco de visão para enxergar que a bandalheira beneficia
em especial a classe política, acomodada em berço esplêndido da impunidade e
ainda aproveitando o poder para aprovar medidas contrárias ao combate à
corrupção.
A bem da verdade, é possível que a preocupação do
general faça todo sentido, por servir de importante alerta para situação da
maior gravidade, que as autoridades incumbidas da sua solução não têm
demonstrado indispensáveis empenho e dedicação à altura da ansiedade dos brasileiros,
quanto à urgência no decisivo e efetivo combate à corrupção, que foi
disseminada robustamente no seio do Parlamento e seus integrantes, ao contrário
do que deveriam fazer, tentam aprovar medidas justamente para punir e retaliar agentes
públicos incumbidos das investigações e do julgamento dos casos inquinados de
irregulares, justamente para que os malfeitos não possam ser apurados e os
culpados não sejam identificados.
Urge que os brasileiros, no âmbito do seu dever
cívico e patriótico, se conscientizem de que há realmente imperiosa necessidade
de se exigir das instituições da República o efetivo cumprimento do seu dever
constitucional e legal, no sentido de agilizar as investigações e o julgamento
dos casos relacionados com a corrupção, como forma de punir os envolvidos com a
dilapidação de recursos públicos, inclusive os afastando dos cargos públicos,
como forma da consecução da tão ansiada moralização da administração do país. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 24 de setembro de 2017
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