O presidente da Venezuela disse que está disposto a
se tornar ditador para combater a inflação, garantir a manutenção dos preços à
população e chegar à “paz econômica” no país.
Ele declarou que “Chova, troveje ou relampeie, nós vamos obter a paz econômica, a
prosperidade e a estabilidade dos preços. Quero fazer isso de um jeito bom, mas
se tiver que ser do ruim, me tornando um ditador para garantir os preços ao
povo, eu vou fazê-lo”.
O presidente bolivariano sinalizou que o combate à
inflação no país deve ser “objetivo
nacional”, de modo a reunir produtores e distribuidores.
Ele entende que é preciso eliminar “as águas do caos e da especulação dos preços”,
porque a Venezuela precisa de estabilidade, de modelo “ganhar-ganhar”.
O presidente deu a entender que, com as recentes
medidas econômicas adotadas e a criação de novos mecanismos de controle, como
os “fiscais populares”, que têm a
incumbência de denunciar os promotores comerciantes que vendam produtos a
preços superiores aos fixados pelo governo, conseguirá a paz econômica naquele
país.
O anúncio do conjunto das medidas foi feito na Assembleia Nacional Constituinte,
formada exclusivamente por chavistas, que recebeu do presidente projetos de lei
visando à consolidação do “modelo socialista” da Venezuela, na tentativa de sair da
profunda crise que é atribuída,
segundo ele, à responsabilidade do neoliberalismo capitalista, como o
capitalismo tivesse o mínimo de chance em país absolutista, onde o Estado
comanda tudo com mão de ferro.
Na verdade, a principal iniciativa adotada contra a
crise é o estabelecimento de novo sistema com o qual a Comissão de Economia
Constituinte estabelecerá, junto com os setores produtivos, de distribuição e
os consumidores, os preços, entre outros, do leite, do pão, do azeite, do
sabão, do macarrão, do frango.
O que foi denominado de novo impulso ao controle de
preços não chega a ser novidade, porque ele já havia sido implantado no país e
apenas será reforçado, segundo uma das propostas, por fiscais eleitos entre as
organizações comunitárias e quadros da revolução, todos chavistas, que terão o
poder de denunciar ao Ministério Público os comerciantes que venderem
mercadorias acima dos valores estabelecidos pelo governo.
Trata-se de medidas que objetivam exclusivamente, como
modelo próprio de ditaduras, perseguir e prender comerciantes suspeitos de
descumprir os preços estabelecidos pelo governo, que são acusados de ter
aumentado os preços em até “mil por cento”,
para se enriquecerem.
Além disso, o presidente bolivariano os culpa pelo
desabastecimento de alimentos e remédios e pela explosão da inflação no país,
jamais admitindo a sua incompetência administrativa.
Como não é novidade, a Venezuela enfrenta, há três
anos, severa escassez de produtos
alimentícios e isso contribuiu para que fosse formado mercado informal,
que comercializa produtos a preços exorbitantes, sob pena de completa ausência
de produtos básicos para a população, que é obrigada a se submeter às
consequências das precariedades gerenciais do governo.
A situação econômica é absurdamente preocupante, a
ponto de a inflação vir a atingir níveis astronômicos este ano, com previsão do
Fundo Monetário Internacional para algo em torno de 700%.
Chega a ser risível que o presidente bolivariano imagine
se transformar em ditador para combater a crise econômica, quando essa terrível
função ele já vem exercendo de forma perversa e cruel, à vista dos últimos
acontecimentos ocorridos naquele país, a começar pela imposição da estrambótica
Assembleia Constituinte, composta exclusivamente por chavistas, entre os quais a
sua mulher e um filho, em que o mundo estranhou a violência jurídica com a sua
instituição, que anulou a atuação do Poder Legislativo, de maioria
oposicionista, além de ter promovido barbaridade com a forte repressão aos
movimentos contrários ao seu governo, tendo sido contabilizadas muitas mortes,
estimadas para mais de uma centena, tudo a demonstrar, de forma cristalina,
ações próprias de governo ditatorial.
A forma patente de governo ditatorial também já se
apresenta no rigoroso controle de preços, onde os comerciantes são perseguidos
e presos, sob a alegação de abuso na venda de produtos, em clara demonstração
de incompetência quanto ao gerenciamento pertinente ao abastecimento de
alimentos e remédios, cuja situação caótica é simplesmente atribuída ao
neoliberalismo capitalista, quando a sua origem é fruto das desastradas
políticas econômicas do governo, a exemplo da inflação astronômica, que vem
detonando o controle de preços e dificultando diretamente o abastecimento do
mercado, que depende da importação de produtos, mas se depara com a falta de
recursos, tudo sob a exclusiva responsabilidade do governo ditatorial.
Ademais, desde o início do atual governo
ditatorial, sob a orientação do terrível e destruidor regime socialista, as
crises social, moral, política, econômica, administrativa, entre tantas, somente
progrediram em escala astronômica, sob a perversa orientação de presidente de
extrema incapacidade para contorná-las, permitindo que a população seja
submetida à privação e ao sofrimento desumanos.
As grotescas e desastrosas lições protagonizadas
pelo governo da Venezuela, que tem, entre outras difíceis batalhas, luta inglória
contra o abastecimento e o controle de preços, precisam ser muito bem assimiladas
pelos brasileiros, com vistas à avaliação e reflexão sobre os terríveis e cáusticos
efeitos do famigerado sistema socialista ali imperante, tendo como norte o absoluto
desprezo aos direitos humanos e aos princípios democráticos, considerando que
os partidos de esquerda tupiniquins, apesar do visível caos administrativo,
nutrem extrema simpatia pelo desempenho do ditatorial, déspota e desumano
presidente bolivariano.
Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 11 de setembro de 2017
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