Diante disso, a sua
espontânea disposição de revelar a verdade sobre os fatos, principalmente ilícitos
protagonizados por ele e seu sempre venerado chefe, causou significativos
terremotos e abalos capazes de desestruturar os pilares do partido, que vinha
defendendo, a duras penas, o sentimento de licitude e probidade nas atividades
político-administrativas, tanto por parte da agremiação como de seus
integrantes, em especial do ex-presidente, que vem há muito tempo sendo bombardeado
com constantes acusações de suspeitas da prática de corrupção na vida pública.
As revelações do ex-ministro, por ele ter
desempenhado importantes missões no âmbito do partido e para pessoas da cúpula
dele e, ainda, por guardar com ele segredos da maior relevância estratégica,
por ter sido pessoa de muita confiança, soaram
como verdadeiro tsunami, em especial porque elas tiveram o condão de preencher
lacunas ainda existentes nos levantamentos dos investigadores, visto que as valiosas
revelações constantes do seu depoimento se harmonizam com importantes informações
prestadas por executivos e donos da Odebrecht sobre o grosso da corrupção protagonizada
pelos governos petistas, com destaque para as traquinagem do chefa da
organização criminosa, no dizer do procurador-geral da República.
Muitos petistas estranharam
que o ex-ministro tenha feito uso de expressão muito forte, ao ter se referido
à figura do "pacto de sangue",
para ilustrar a relação espúria entre o ex-presidente e a empreiteira Odebrecht,
em que pesem suas revelações terem sido bastantes verossímeis com as delações
dos executivos dessa empresa.
Não há dúvida de que as
revelações em comento são extremamente devastadoras com relação aos projetos políticos
do ex-presidente, que já foi condenado à prisão e responde, como réu, a cinco
ações penais na Justiça, porque elas têm o peso da autoridade de quem foi seu
fiel escudeiro e executou as mais espinhosas missões do interesse dele,
principalmente no que diz respeito ao relacionamento com as empreiteiras, com
vistas à obtenção de recursos para as campanhas presidenciais.
As revelações do
ex-ministro ainda contribuíram para complementar importantes informações sobre os
processos referentes ao sítio em Atibaia, que já tinha robusteza nas provas
coligidas, e ao Instituto Lula, com o acréscimo de dados a reforçarem a certeza
da ilicitude na aquisição do imóvel questionado.
O depoimento do
ex-ministro ganha notável relevância porque ele foi, por todo tempo, o
principal negociador de propinas para o partido e o seu principal cacique, mas
nada disso foi empecilho para ele confirmar e reconhecer a roubalheira que a agremiação
e sua cúpula nunca tiveram a dignidade de assumir, cujos erros monstruosos demonstram desprezo
aos princípios da ética, moralidade, dignidade, honestidade e demais conceitos
que devem imperar nas atividades político-administrativas, a exemplo do seu reconhecimento
aos fatos que estão registrados na famosa planilha da Odebrecht, onde consta o controle
dos repasses de valores para o PT e também para despesas do Instituto Lula, que
sempre foram negados pelo partido.
Agora, não se concebe
que o partido que se beneficiou e serviu de apoio para alguns integrantes seus
receberem recursos fruto de fraudes, a exemplo das propinas oriundas da
Petrobras, possa continuar ativo e em plena atividade, quando, ao menos,
merecia suspensão provisória, enquanto não fosse decidido pela sua extinção
definitiva, que deve ser a única medida cabível por ter servido de abrigo para organização
criminosa e recebimento de recursos ilegítimos.
Não há a mínima
justificativa para que esse partido ainda continue existindo, diante do seu respaldo
a atos extremamente deletérios e prejudiciais aos interesses nacionais, que
depõem contra a integridade dos princípios aplicáveis ao funcionamento de
partidos políticos, que não podem amparar atividades contrárias à dignidade e à
probidade.
No caso do Partido do
Trabalhadores, é evidente que ele não tem as mínimas condições legais e morais
para existir, porque isso representa péssimo exemplo para as demais
agremiações, além de demonstrar a desmoralização dos órgãos e das autoridades
incumbidas de zelar pelos bons exemplos de regularidade de funcionamento das
instituições políticas.
Convém que os brasileiros,
no âmbito do seu dever cívico e patriótico, reflitam e avaliem os reais
objetivos defendidos por homens públicos que confessam a ideologia socialista,
visto que, por trás do populismo exacerbado, pode esconder algo que nem sempre
condiz com a satisfação do interesse público e os princípios da verdade, da
dignidade e da probidade, mesmo que eles jurem ser cultores de princípios ético
e moral acima de qualquer suspeita, de vez de seus projetos políticos se
nivelam, na verdade, a planos pessoais e partidários, nem sempre republicanos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 8 de setembro de 2017
(Com este artigo, eu concluo meu 27º livro)
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