sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Inadmissibilidade de partidos corruptos

Diante disso, a sua espontânea disposição de revelar a verdade sobre os fatos, principalmente ilícitos protagonizados por ele e seu sempre venerado chefe, causou significativos terremotos e abalos capazes de desestruturar os pilares do partido, que vinha defendendo, a duras penas, o sentimento de licitude e probidade nas atividades político-administrativas, tanto por parte da agremiação como de seus integrantes, em especial do ex-presidente, que vem há muito tempo sendo bombardeado com constantes acusações de suspeitas da prática de corrupção na vida pública.
          As revelações do ex-ministro, por ele ter desempenhado importantes missões no âmbito do partido e para pessoas da cúpula dele e, ainda, por guardar com ele segredos da maior relevância estratégica, por ter sido pessoa de muita confiança,  soaram como verdadeiro tsunami, em especial porque elas tiveram o condão de preencher lacunas ainda existentes nos levantamentos dos investigadores, visto que as valiosas revelações constantes do seu depoimento se harmonizam com importantes informações prestadas por executivos e donos da Odebrecht sobre o grosso da corrupção protagonizada pelos governos petistas, com destaque para as traquinagem do chefa da organização criminosa, no dizer do procurador-geral da República.
Muitos petistas estranharam que o ex-ministro tenha feito uso de expressão muito forte, ao ter se referido à figura do "pacto de sangue", para ilustrar a relação espúria entre o ex-presidente e a empreiteira Odebrecht, em que pesem suas revelações terem sido bastantes verossímeis com as delações dos executivos dessa empresa. 
Não há dúvida de que as revelações em comento são extremamente devastadoras com relação aos projetos políticos do ex-presidente, que já foi condenado à prisão e responde, como réu, a cinco ações penais na Justiça, porque elas têm o peso da autoridade de quem foi seu fiel escudeiro e executou as mais espinhosas missões do interesse dele, principalmente no que diz respeito ao relacionamento com as empreiteiras, com vistas à obtenção de recursos para as campanhas presidenciais.
As revelações do ex-ministro ainda contribuíram para complementar importantes informações sobre os processos referentes ao sítio em Atibaia, que já tinha robusteza nas provas coligidas, e ao Instituto Lula, com o acréscimo de dados a reforçarem a certeza da ilicitude na aquisição do imóvel questionado.
O depoimento do ex-ministro ganha notável relevância porque ele foi, por todo tempo, o principal negociador de propinas para o partido e o seu principal cacique, mas nada disso foi empecilho para ele confirmar e reconhecer a roubalheira que a agremiação e sua cúpula nunca tiveram a dignidade de  assumir, cujos erros monstruosos demonstram desprezo aos princípios da ética, moralidade, dignidade, honestidade e demais conceitos que devem imperar nas atividades político-administrativas, a exemplo do seu reconhecimento aos fatos que estão registrados na famosa planilha da Odebrecht, onde consta o controle dos repasses de valores para o PT e também para despesas do Instituto Lula, que sempre foram negados pelo partido.
Agora, não se concebe que o partido que se beneficiou e serviu de apoio para alguns integrantes seus receberem recursos fruto de fraudes, a exemplo das propinas oriundas da Petrobras, possa continuar ativo e em plena atividade, quando, ao menos, merecia suspensão provisória, enquanto não fosse decidido pela sua extinção definitiva, que deve ser a única medida cabível por ter servido de abrigo para organização criminosa e recebimento de recursos ilegítimos.
Não há a mínima justificativa para que esse partido ainda continue existindo, diante do seu respaldo a atos extremamente deletérios e prejudiciais aos interesses nacionais, que depõem contra a integridade dos princípios aplicáveis ao funcionamento de partidos políticos, que não podem amparar atividades contrárias à dignidade e à probidade.
No caso do Partido do Trabalhadores, é evidente que ele não tem as mínimas condições legais e morais para existir, porque isso representa péssimo exemplo para as demais agremiações, além de demonstrar a desmoralização dos órgãos e das autoridades incumbidas de zelar pelos bons exemplos de regularidade de funcionamento das instituições políticas.
Convém que os brasileiros, no âmbito do seu dever cívico e patriótico, reflitam e avaliem os reais objetivos defendidos por homens públicos que confessam a ideologia socialista, visto que, por trás do populismo exacerbado, pode esconder algo que nem sempre condiz com a satisfação do interesse público e os princípios da verdade, da dignidade e da probidade, mesmo que eles jurem ser cultores de princípios ético e moral acima de qualquer suspeita, de vez de seus projetos políticos se nivelam, na verdade, a planos pessoais e partidários, nem sempre republicanos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 8 de setembro de 2017
(Com este artigo, eu concluo meu 27º livro)

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