Logo após o Supremo Tribunal
Federal ter decido pelo afastamento do senador tucano mineiro do Senado Federal
e ainda impor-lhe a recolhimento noturno na sua residência, o político disse,
em tom de surpresa, que estava "chocado"
com as medidas.
Em
conversa com aliados e amigos, o senador disse que "Nem nos meus piores pesadelos eu poderia imaginar uma situação dessas".
Enquanto
isso, um grupo de senadores tucanos se reuniu para analisar a decisão do
Supremo, tendo concluído que o assunto será submetido ao plenário do Senado,
com vistas ao aval ao resultado do julgamento em tela, à vista da possível
inconstitucionalidade das aludidas medidas.
Senadores
tucanos entendem que a situação exige atitude diferente da adotada pelo Senado e
pelo PSDB, em maio, quando o Supremo decidiu afastar o senador do mandato e
nada foi adotado em relação ao fato.
Há
o entendimento, entre os tucanos, de que o julgamento de agora é mais
contundente do que o anterior, por ter sido adotado por colegiada do Supremo, que
ainda teve a acréscimo da determinação de restrição de liberdade do senador, o
que, em tese, representa ordem de prisão.
Senadores
tucanos esperam que o Senado reverta a decisão do Supremo, ante a postura dos
senadores, inclusive da oposição, que discordam da posição do Judiciário, com
críticas pela possível afronta ao comando constitucional, que não prevê medida
nesse sentido.
Em
que pese a demonstração de otimismo, os tucanos acreditam que o caso ainda deve
levar algum tempo para ter novos desdobramentos, uma vez que o Senado somente
pode examiná-lo quando for comunicado da decisão do Supremo, acompanhada do
teor do relatório do ministro condutor do voto vencedor do decisum.
Embora
os tucanos defendam que o Senado se posicione sobre a situação do senador
tucano, eles esclarecem que o caso dele não se trata de reação em sua defesa, mas
sim o seu discurso tem base reação em decisão judicial que ameaça a solidez da Constituição,
ou seja, carece de fundamento jurídico-constitucional para a sua adoção.
Um
senador tucano disse que "O Supremo
extrapolou a interpretação da Constituição. É uma teratologia patente o que se
fez ontem. Aplicou-se sanções que não estão previstas".
O
referido senador disse ter conversado com o parlamentar mineiro, que disse
estar "perplexo" com a
situação, "Mas ele mantém a
serenidade e a confiança na Justiça, nas instituições e mantém, sobretudo, sua
crença no texto Constitucional".
O
presidente do Senado disse que "A
Constituição é bastante clara em relação a mandatos eletivos de deputados e
senadores. A Constituição determina o que deve ser feito. Não é o presidente do
Senado que toma a iniciativa. Não é o presidente do Congresso que toma a
decisão. A Constituição não prevê
afastamento de parlamentares de mandato.”. Com informações da Folhapress.
Se
o senador mineiro não tivesse se prostituído por míseros dois milhões de reais
e ainda envolvido no imbróglio a irmã e um primo, que fez o ridículo papel ao aparecer
com aquela mala horrível, cheia de dinheiro sujo, ele não precisaria passar pelo
que ele chama de pesadelo, pois estaria livre dessa terrível situação e com a
honra limpa e intacta, imune às flechadas da Justiça, que realmente são
doloridas e incômodas.
A
situação é realmente traumática, principalmente por envolver homem público com
a melhor história política recente, que, por muito pouco, quase subiria a rampa
do Palácio do Planalto como presidente do país, mas, em seguida, teve a
infelicidade e a indignidade de se vender pela bagatela de dois milhões de
reais, cujo valor parece muito pouco para ele passar a ser eterno refém da sua
fraqueza moral, de difícil recuperação diante da opinião pública, que foi traída
por quem havia conquistado a confiança de muitos brasileiros.
A
lição do senador tucano mineiro é muito ilustrativa como exemplo de que o crime
não compensa, servindo como modelo para os homens públicos inescrupulosos pensarem
melhor antes de se prostituírem em busca de dinheiro fácil, em troca do tráfico
de influência propiciado pelo poder, ficando evidente que o desvio de conduta,
como o ocorrido com o mencionado parlamentar, pode levar à completa destruição
moral e à total perda de credibilidade, com grande possibilidade de não
conseguir nunca mais se eleger a cargo público eletivo, diante da sua incontestável fraqueza moral. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 27 de setembro de 2017
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