Segundo informações de famosa jornalista
política do jornal Folha de S. Paulo,
a
delação e a carta escrita pelo ex-ministro da Fazenda de seu governo teriam deixado
o maior político brasileiro abalado "de
forma inédita", segundo avaliação de amigos dele, que sentiram o seu
abatimento, possivelmente em razão de as revelações terem partido de pessoa que
era da sua inteira confiança.
Pessoas
próximas ao ex-presidente disseram que ele sempre dizia que compreendia
delatores como os ex-executivos de empreiteiras, a exemplo dos ex-presidentes da
OAS e da Odebrecht, que estavam presos há muito tempo e teriam como alternativa,
para a liberdade, o "incriminar" perante a Justiça.
Não
obstante, a causa do abatimento foi a fartura e intensidade dos ataques do
ex-ministro, que teriam surpreendido o ex-presidente.
Segundo
avaliação de um amigo do político, o ex-ministro não só "enfiou a faca, mas forçou até o fundo".
Como
se sabe, o ex-ministro, sempre considerado homem forte dos governos do PT, além
de fundador do partido, enviou à presidente da legenda carta na qual oferece
sua desfiliação e faz duríssimo relato pessoal, em tom emotivo, sobre o “acúmulo de eventos de corrupção” que
teria ocorrido nos governos petistas.
Ele
foi capaz de causar verdadeiro “hecatombe”, na descrição de alto dirigente
petista, ao dizer com a maior frieza que viu o político se dissociar do “menino retirante” e “sucumbir ao pior da política”.
Os
supostos pedidos de propinas à Odebrecht foram narrados com riqueza de detalhes,
inclusive como o que aconteceu na biblioteca do Palácio da Alvorada, tendo comparado
o partido a uma “seita” submetida à “autoproclamação do ‘homem mais honesto do país'”
e sugerido que o político tenta transferir a responsabilidade por ilegalidades,
que é dele, à ex-primeira-dama, morta no início do ano.
O
ex-ministro também acusa o PT de punir somente quem ataca o partido e seu líder
máximo e de ignorar denúncias de corrupção.
A
defesa do político disse que o acusador voltou a dizer “mentiras” contra o ex-presidente, com o objetivo de fechar colaboração
à Justiça.
A
presidente do partido respondeu com dureza as acusações ao líder-mor, ao
afirmar que o ex-ministro mente para se livrar da condenação de prisão por
corrupção passiva e lavagem de dinheiro, tendo dito que “Política e moralmente, Palocci já está fora do PT”, ou seja, o
partido não cogita sequer em saber, por meio de investigações, se as acusações feitas
ao homem todo-poderoso são verdadeiras ou não, a confirmar o que afirmou o
ex-ministro que a agremiação ignora as “denúncias
de corrupção”.
Espera-se
que, enfim, toda verdade venha à tona, doa quem doer, puna quem tiver que ser
punido, porque o Brasil merece e precisa ser passado a limpo, sem mais tardar.
Os
brasileiros não podem mais conviver com esse infindável mar de lama que
destruiu não só a economia, mas também a credibilidade do país, que não teve
estrutura capaz e sólida para suportar o imensurável peso do desmazelo e da
desmoralização vindo exatamente da parte do governo que recebeu dos brasileiros
delegação exclusivamente para praticar atos saudáveis e em benefício do
interesse público, mas, ao contrário, receberam em troca a pior surpresa, em
forma da malversação de recursos públicos.
Segundo
o ditado popular, quem não deve, não teme, e o significado de “não dever” e “não
temer” implica justamente a premência da apuração dos fatos suscitados, cujos
resultados devem servir para inocentar aquele que não tenha cometido ilicitude
e punir verdadeiramente quem tenha praticado os atos degenerativos da dignidade
humana, que é se apoderar indevidamente de coisas alheias.
Desde
logo, não se pode fazer juízo de valor sobre a culpa pelos desastres ocorridos
contra os interesses nacionais e muito menos condenar alguém sem absoluta
certeza sobre a materialidade dos fatos denunciados, apenas é importante que os
envolvidos tenham humildade para entender que os casos de corrupção precisam
ser devidamente investigados, na forma do ordenamento jurídico pátrio, de modo
que deva prevalecer a verdade como parâmetro e balizamento das medidas
necessárias ao saneamento dos atos inquinados de irregulares, que não podem
ficar à margem da impunidade. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 29 de setembro de 2017
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