A Venezuela, afundada em terrível crise financeira,
conjuminada com o desabastecimento generalizado, está oferecendo gasolina de
alta qualidade praticamente de graça a seus cidadãos, na tentativa desesperada de
conter as tensões sociais.
O litro da gasolina, sem reajustes há mais de um
ano - período em que a inflação superou 750% -, serve como retrato paradoxal do
colapso do país, visto que, com o valor equivalendo, pasmem, a US$ 0,01, é
possível comprar mais do que um barril do combustível (159 litros), em sua
versão mais barata, a que contém chumbo.
Com o valor pago por um cafezinho, um venezuelano
pode levar para casa cerca de 3.000 litros do combustível, o suficiente para
encher o tanque de um carro de porte médio 60 vezes. Mesmo na versão mais cara
(sem chumbo), uma xícara de café é o suficiente para comprar um pouco mais que
três barris de gasolina. Até para os padrões venezuelanos, a gasolina nunca
teve preços tão baixos.
Um taxista disse que "A inflação é tamanha, e os preços (do combustível) não sobem. Logo não teremos mais como pagar
pela gasolina com dinheiro, apenas com cartão" e que ele gasta o
equivalente a US$ 0,10 por mês para rodar com seu carro abastecido com gasolina
a versão premium (sem chumbo).
O desequilíbrio nos preços é de tal grandeza que
qualquer comparação com valores pagos por itens de consumo simples demonstra
situação surreal.
Com a crescente escassez de produtos de higiene
pessoal, um pacote de fraldas, com 47 unidades, custa o mesmo valor equivalente
a 200 mil litros de combustível, com a versão mais barata.
A situação econômica é tão degradante que o salário
mínimo naquele país é de cerca de 100 mil bolívares, aos quais são acrescidos
outros 130 mil bolívares em uma espécie de tíquete alimentação, cujos valores,
transformados pelo câmbio negro, significava pouco menos do que US$ 15 ou o
valor aproximado de R$ 50,00.
Um mecânico, ao lavar as mãos (sujas de graxa) com
gasolina, disse que "Foi a única
coisa boa que nos sobrou (se referindo à crise econômica)".
O mecânico disse que "Um sabonete chinês pequeno, que nada lava, custa quase 3.000 bolívares
quando você o encontra. Com esse dinheiro, compramos gasolina para toda a vida
aqui.”.
Um economista disse que "Crescemos ouvindo que somos ricos em petróleo, essa cultura da gasolina
barata está entranhada, mas nunca chegamos ao estágio em que estamos agora, em
que ela é virtualmente gratuita. Ainda
assim, se os preços aumentarem, as pessoas vão protestar".
Um ex-diretor da empresa estatal de petróleo da
Venezuela disse que "O governo não
quer mexer com a gasolina, teme que ela seja o estopim para o fim do seu ciclo
como foi para seus opositores. No
fim, quem perde somos nós. Só no ano passado a PDVSA usou quase 30% de sua
produção e gastou cerca de US$ 5,5 bilhões para dar gasolina quase de graça aos
venezuelanos. Isso não faz sentido
quando não temos moeda forte para importar remédios ou comida".
O
preço irrisório da gasolina na Venezuela mostra completa irresponsabilidade do governo,
pela evidência falta de zelo para com o patrimônio do Estado, à vista de ser
possível um centavo de dólar, ou seja, aproximadamente R$ 0,35 comprar 159 litros
de gasolina, não importando a qualidade dela, porque isso não paga sequer a
extração de 1 litro do combustível, ficando claro que o desperdício de esforços
e recursos é gritante, que somente ocorre em país sem governo e sem
responsabilidade pública.
Só
em pensar que aquele país tinha a admiração e o apoio do governo brasileiro afastado,
cujos integrantes do partido a que ele pertencia ainda o simpatizam, conforme
manifestação recente da sua presidente, que teve o respaldo da esquerda
tupiniquim, a qual defendeu a “democracia” venezuelana, ao afirmar que o seu presidente
tem plenas condições de governar aquela nação, pasmem, porque foi eleito
democraticamente, como se a eleição de alguém pudesse permitir que o eleito
recebesse carta branca do povo para praticar toda forma de barbaridade e
insanidade, como vem correndo na Venezuela, que se encontra completamente destroçada
sob o comando de tirano cruel, déspota, violento e desumano, conforme mostram
os fatos publicados na mídia, além de demonstrar completa incompetência, em
termos de administração do país, cuja economia vem sendo gerida de forma
absolutamente pueril e irresponsável, a exemplo da gestão do setor petrolífero,
em que a gasolina é vendida internamente a preço irrisório e insignificante,
para os padrões mundiais.
Causa
perplexidade que, em que pese a evidência do caos instalado na Venezuela, os
simpatizantes da esquerda brasileira seguirem firmes e entusiasmados com o
apoio ao ditador bolivariano, ficando o alerta sobre os terríveis efeitos
daquele desgoverno no país tupiniquim, onde, até pouco tempo corria-se sério
risco da implantação do trágico regime socialista no Brasil, à vista da
execução do único programa executado pelo governo afastado, com predominância
para distribuição de renda, por meio de Bolsa Família, como forma de expandir a
única mentalidade populista própria daquele regime desgraçado, em detrimento
das demais políticas públicas, principalmente das reformas conjuntural e
estrutural do Estado, que são essenciais ao desenvolvimento integrado do país.
Com
a crescente exploração e descoberta de novas fontes de energia, inclusive
limpas, a Venezuela está fadada, em pouco tempo, a se constituir no país mais
pobre do planeta, diante da indiscutível incompetência, ineficiência e
irresponsabilidade de seus governantes, que deram as costas para o sistema
capitalista, quando abraçou o famigerado sistema socialista, que tem todas as
características do atraso, do subdesenvolvimento e da regressão em todos
sentidos, com maior destaque para a economia, os direitos humanos e os princípios
democráticos.
Convém
que os brasileiros, no âmbito do seu dever cívico e patriótico, reajam e fiquem
atentos e despertados para não caírem na tentação do discurso demagógico e
hipócrita do populista tão bem disseminado por interesseiros e aproveitadores, que
não assumem a culpa por suas falhas, exemplo da situação recente, em que se viu
a destruição de empresa robusta economicamente como a Petrobras, em nome da
defesa da absoluta dominação das classes política e social e da perenidade no
poder. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 4 de setembro de 2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário