Uma senhora aposentada sai às ruas de São Paulo,
com barraca montada e megafone na mão, tendo por propósito pegar assinaturas de
transeuntes, para a implementação do seu sonho de conseguir o retorno ao
Palácio do Planalto da presidente afastada.
O seu esforço tem sido no sentido de obter adesões
ao abaixo-assinado que pede ao Supremo Tribunal Federal a anulação do
impeachment da ex-presidente petista.
Além dessa senhora, há outras pessoas empenhadas na
volta da ex-presidente à Presidência, a exemplo de grupos como o Movimento
Nacional pela Anulação do Impeachment, este integrado por aproximadamente 14
mil seguidores no Facebook, que pedem assinaturas “pró-Dilma”.
Por enquanto, já foram contabilizadas apenas 25 mil
assinaturas, bem longe de 1,5 milhão necessárias na Câmara dos Deputados, para validar
projeto de iniciativa popular nessa Casa, que não encontra paralelo de mecanismo
com relação ao Supremo.
A militante petista disse que acredita que a sua
atitude "É mais um gesto simbólico,
para pressionar os ministros (do Supremo). Mas o número ainda vai crescer. Tem muita gente coletando e mandando.".
Um professor se aproxima dela e lhe entrega um
envelope com 350 nomes e ela, como que agradecendo, festeja com pulinhos e diz:
"A gente sente que não é uma luta solitária.
Não perco o pique. A volta da Dilma é a única forma de reinstalar a democracia.".
A petista disse que "Eu poderia estar viajando o mundo. Mas estou na rua porque acho que a Dilma foi injustiçada.".
A militante disse que só não ousou pedir assinaturas
aos vizinhos de seu prédio, que fica em área nobre da capital, "Mas de funcionários consegui.".
Na sua persistência, a ativista política já
conseguiu a assinatura do ex-presidente da República petista e de outras
lideranças do PT, tendo sido recebida pela própria ex-presidente, que agradeceu
pela iniciativa, mas, por "óbvio que
não assinou. Ela é muito democrata,
né?".
Por vislumbrar pouquíssimas chances de êxito, em
termo de peso e influência, numa eventual anulação do impeachment, o próprio PT
evitou, até o momento, entrar com empenho na mobilização iniciada pela petista,
que já moveu ação ao Supremo, por meio de advogados, com essa finalidade.
Ela explicou que militantes do partido agora
defendem outra causa, conforme explica: "Eu gritava 'volta, Dilma' e eles diziam: a pauta é outra. É 'fora,
Temer', é 'diretas já'. Tem muito antidilmismo dentro do PT.".
A militante disse que, em que pese ter feito da
coleta uma missão, não tem interesse em atrair protagonismo, mas entende que a
sua mania de liderança despertou ciumeira no movimento e hoje se declara
independente, ou seja, praticamente luta sozinha, evidentemente por causa que nem
ela acredita em êxito.
Chega a ser risível a forma como a militante se
dedica ao seu trabalho, tendo como objetivo, como ela disse, que “A volta da Dilma é a única forma de
reinstalar a democracia.", como se esta somente existisse na gestão
petista, em completo despreza, porte dela, à avaliação ao que é de suma
importância para a nação, no que se refere à absurda, prejudicial e deletéria forma
da administração do país, que foi verdadeiro desastre para os interesses dos
brasileiros, que passaram por enormes dificuldades, no embalo das crises
social, econômica, política, administrativa e das precariedades do descrédito
da governabilidade, que se encaminhava para o completo caos e ainda vem com
essa história de reinstalar a democracia?
O
esforço da solitária petista é o retrato fiel de que a ex-presidente deixou
pouquíssimos simpatizantes desejosos no seu retorno ao cargo que foi ocupado,
mesmo com muito esforço, com o extremo da incompetência e da ineficiência,
principalmente no que diz respeito aos aspectos da economia, que nunca esteve
em mãos tão despreparadas para contornar dificuldades, que se intensificam à
medida que se tentavam novas experiências, quando as atrapalhadas se
potencializavam, demonstrando pouca habilidade intelectual, limitação e incapacidade
para o exercício do principal cargo da República.
Os
fatos mostram que os marqueteiros da campanha eleitoral da petista conseguiram
vender a imagem de pessoa com competência, mas ela se revelou completamente incompatível
com as condições necessárias à condução dos destinos da nação com as
potencialidades do Brasil, dando a impressão de que houve realmente manipulação
de parcela significativa dos brasileiros, que votou nela com base nas mentiras
disseminadas de que a economia se encontrava às mil maravilhas, quando os rombos
das contas públicas já eram astronômicos.
No
Estado Democrático de Direito, é compreensível que as pessoas, de forma
democrática, possam exercer seus direitos políticos e defender seu pensamento
ideológico, mas convém que seu esforço não sirva para afetar os interesses
nacionais, como no caso em comento, em que a militante luta pelo retorno de
ex-presidente que se tornou símbolo maior dos rombos orçamentários, da recessão
econômica e de todas as perversidades que isso acarreta, além de nada ter feito
para impedir a corrupção monstruosa que tragou a saúde econômico-financeira da
Petrobras, tudo em extremo detrimento dos interesses nacionais, dando a
entender que, quanto pior, melhor para quem tem pensamento e ideologia políticos
que somente enxerga interesses pessoais e partidários, em prejuízo das causas
nacionais e do resto dos brasileiros. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 5 de setembro de 2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário