O maior político brasileiro da atualidade afirmou,
em discurso que fez no périplo que vem sendo realizado no Nordeste, que, com o
aumento da pobreza, o roubo de celular "virou uma indústria" e que essa é também a causa do aumento do
número de homicídios em Pernambuco, Estado que é responsável por 50% da alta
dos assassinatos no Brasil.
Naquele Estado, as estatísticas dão conta de que, até
julho último, foram registrados 3.323 crimes contra a vida, bem superior aos casos
acontecidos em todo ano de 2016.
O político indagou: "Por que aumentou o homicídio (em Pernambuco)? Porque aumenta a pobreza. É uma coisa que está intimamente ligada. O
cidadão (já) teve acesso a um bem
material, a uma casa, a emprego, e de repente o cara perde tudo. Virou uma
indústria de roubar celular. Para que que roubar celular? Para vender, para ganhar um dinheirinho".
O político afirmou ainda que a absurda violência em
Pernambuco "é causada pela
desesperança. Não tem nada que possa motivar mais um ser humano do que
acreditar, sonhar, com alguma coisa boa, que amanhã, ou depois de amanhã, vai
ser melhor. Quando não vislumbra esse mundo melhor, ele cai no desespero".
É muito importante que a pobreza e os desempregados,
os personagens envolvidos no aumento da criminalidade e que são aqueles que têm
expressiva quantidade de votos, tenham consciência no sentido de se lembrar quem
foi mesmo o governo que conseguiu conduzir o país ao abismo, às trevas da
recessão econômica, da inflação de dois dígitos, dos juros nas alturas, do
desemprego elevadíssimo, da desindustrialização, da potencialização da
corrupção na Petrobras, da violência generalizada, da péssima prestação dos
serviços públicos, da falta de investimentos público e privado, além das
mazelas representadas pelas dificuldades causadas à população, como o aumento
da criminalidade, que o político enaltece como se não tivesse nada com isso.
É muito estranho que o político reconheça, com o
maior conhecimento de causa, que há gigantesco aumento da pobreza no país, mas
como é tão difícil se colocar na consciência de alguém que essa situação
dramática surgiu justamente no governo que foi defenestrado em decorrência da incompetência
administrativa quanto dos rombos nas contas públicas, com o enquadramento da
então mandatária do país no crime de responsabilidade fiscal, o que significa
dizer que o governo de então gastava além do dinheiro arrecadado pelo Tesouro e
comprometia o superávit orçamentário e os investimentos em melhorias para a
população.
Como o país se encontrava em recessão econômica,
estando nas trevas da má gestão, não conseguia arrecadar porque os orçamentos
públicos foram à bancarrota, com enormes dificuldades consistentes com inflação
altíssima, juros nas alturas, dívida pública galopante, desemprego
ultrapassando à casa dos treze milhões de pessoas, falta de recursos para
investimentos em obras públicas, péssima prestação dos serviços públicos e toda espécie de precariedade na
gestão pública, enfim, a constatação de quadro desolador e desanimador que
contribuiu para agigantar a pobreza que governo nenhum, por mais competente que
seja, consegue sequer minorar, diante da situação catastrófica a estrangular as
melhores expectativas de mudanças.
Causa enorme perplexidade se verificar que os fatos
pertinentes à degeneração causada pelos governos incompetentes, omissos e irresponsáveis
são realidade cristalina e incontestável, mas a desfaçatez impede que os verdadeiros
culpados assumam seus graves erros prejudiciais aos brasileiros, preferindo insinuar
que não têm nada com as desgraças havidas e ainda responsabilizar quem se
encontra no governo, como se este não tivesse recebido a herança maldita, tão
prejudicial à classe da pobreza.
Os
brasileiros precisam, por dever de justiça, em respeito à verdade, reconhecer
que o alarmante quadro da violência pode ter sido sim como consequência das
trapalhadas das políticas adotadas pelo governo afastado, que cometeu, entre
outros, o desastre de conceder isenção fiscal, de forma atabalhoada e irresponsável,
que contribuiu, em escala significativamente imprudente, para a drástica
redução da arrecadação e o rombo nas contas públicas, causando todas as
dificuldades e desorganizações na administração do país, inclusive o exagerado
e incontrolável quadro de criminalidade, que tem maior peso justamente sobre a
classe pobre, potencializado pela falta de emprego, fato que pode levá-la, em
última análise, a recorrer à violência. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 4 de setembro de 2017
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