segunda-feira, 7 de novembro de 2022

A humildade do presidente?

 

Em vídeo que circula nas redes sociais, o presidente da República diz, com bastante emoção, que ninguém governa sozinho e que são importantes a opinião e o apoio da população, como forma de segurança das decisões por ele adotadas.

Esse discurso, em tom de ponderação, com bastante equilíbrio e arraigado sentimento de humildade, se aproxima daquele tão ansiado pelos brasileiros sensíveis e sensatos, porque a linha de pensamento contido nele tange o padrão do estadista de verdade, que pensa no nós dos brasileiros, na forças da união de todos, de esforços e na unicidade dos propósitos, tendo por objetivo a construção de um Brasil unificado para todos os brasileiros.

É pena que o presidente do país tivesse tido único momento de lucidez, exatamente para a gravação de pronunciamento que deveria ter sido a tônica e o farol da sua vida pública, mas o lampejo do mandatário ficou apenas concentrado em único vídeo esparso, que foi anuviado por tantos momentos de desvarios, em defesa de ideias absolutamente à margem da beleza desse seu discurso.

Repita-se, que esse discurso foi pronunciado uma única vez, como se ele tivesse o privilégio de se incorporar, por obra e graça do Espírito Santo, por apenas esse momento de que não tem nada de especial, porque teria sido apenas o normal de ser estadista com os atributos do cargo, com o pensamento conduzido por sentimentos de sensibilidade e racionalidade de quem pensa no conjunto de povo e da pátria, porque é exatamente daquela maneira que ele deveria ter se conduzido na gestão pública, como fazem os verdadeiros estadistas.

A diferença do discurso ficou plasmada com muito mais força nas demais atitudes do presidente do país, que conseguiu amealhar verdadeiro histórico de rejeição à sua pessoa, porque foi precisamente assim que ele quis ficar marcado nos anais do Brasil, como o mandatário viril, imbroxável, que não leva desaforo para casa, como se isso fosse modelo de homem público, quando é precisamente o inverso, tendo o agrado apenas de seus seguidores, mas o estadista precisa e deve, ao contrário disso, ser sempre e permanentemente simpático para com os brasileiros.

Enfim, fica a certeza de que, à luz desse discurso, o presidente do país sabia perfeitamente como agir e se comportar com civilidade, em estrita harmonia com os bons e saudáveis princípios e condutas de cidadania, mas preferiu seguir segundo o seu alvedrio, na contramão do verdadeiro estadista, conforme mostram os fatos da vida.

Na verdade, o outro lado do discurso do presidente da República teve maior peso e foi, certamente, o fiel da balança no resultado das urnas, que o avaliaram como sendo pior do que o seu adversário, que ostenta o símbolo da desonestidade brasileira.

Em conclusão, tem-se que o estadista não pode ser representado por meros discursos, ditados ao sabor de momentos, mas sim por atos e decisões afirmativos, sempre em consonância com os princípios de lealdade aos princípios republicano e democrático e em estrita satisfatoriedade das necessidades da sociedade.

          Brasília, em 7 de novembro de 2022

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