É com muita alegria que concluo mais um livro, que representa a minha sexagésima
quarta obra literária e se junta à minha já extraordinária coleção de livros, cujo
acontecimento constitui motivo mui especial para o acréscimo de saudáveis energias
que alimentam minhas fontes criativas e inspiradoras, uma vez que careço delas para
dar continuidade às maravilhosas atividades de escrever textos sobre os importantes
fatos da vida.
Dando continuidade ao prazeroso sentimento de homenagear especiais personalidades
ou entidades, com a modéstia dedicatória de meus livros, ante a relevância de
pessoas, fatos ou instituições queridos e de prestígio, em razão do seu importante
legado, tenho satisfação de resgatar a lembrança de um ilustre conterrâneo da
querida Uiraúna, Paraíba, que faz parte da história da cidade, como pessoa excepcional,
de grande generosidade, e que amava viver plenamente cercado da família e dos
amigos.
Refiro-me a Manoel Molico, que merece ser homenageada por mim, em gesto
meramente simbólico, à vista das honrarias da sua grandeza, como pessoa que tinha
o dom inato de mostrar às pessoas que a felicidade nasce e se desenvolver em
nossos corações, tendo apenas o cuidado de regar diariamente com carinhosas pitadas
de amor e isso ele fez com muita sabedoria.
A fotografia da capa do livro é de uma interessante árvore morta, que se
mantém em pé, pelo visto, apenas para sustentar uma casa de João de Barro, a mostrar
um pouco da encantadora beleza do cerrado de Brasília, Distrito Federal.
Transcrevo, a seguir, a dedicatória que faço com muita
alegria no coração, em homenagem ao saudoso Manoel Molico, pessoa que merece a
admiração do povo de Uiraúna, cujo livro se engrandece com esse meu gesto de
carinho.
“DEDICATÓRIA
Tenho
a alegria de dedicar este livro ao conterrâneo Manoel Molico (in memoriam), que
o conheci como pioneiro bodegueiro de Uiraúna, que era respeitado por ser
exemplo de honestidade, dignidade e responsabilidade perante a comunidade.
Lembro-me
muito bem do perfil desse nobre uiraunense, porque ele morava bem próximo da casa de meus pais e
nosso convívio era de vizinho-família, em que o contato era permanente e
inevitável, como pessoa maravilhosa e amiga, que dispensava atenção às pessoas
em reciprocidade da sua bondade de bom cristão.
Em
falar em cristão, meu homenageado era exemplo de católico com puros sentimentos
de arraigada devoção ao Sagrado Coração de Jesus, sendo integrante da
congregação que levada esse nome e participava ativamente das atividades
religiosas da igreja.
O
comércio dele era voltado para a venda a granel de cereais, como arroz, feijão,
milho, farinha, açúcar etc., com especialização em frutas, como banana, manga e
todas as demais frutas que eram colhidas na região, tudo vendido a preços
populares.
Manoel
Molico fazia parte da elite dos comerciantes de Uiraúna, sendo respeitado por
sua integridade e honradez como cidadão cônscio dos seus deveres cívicos e de
cidadania, sendo, por isso, autêntico
modelo de pessoa que era lição do bom uiraunense, em todos os sentidos, tendo o
merecimento do respeito e da admiração de seus conterrâneos.
Esse
cidadão se tornou pessoa folclórica de Uiraúna, em época em que a cidade era extremamente
pacata e tranquila, mas, vez por outra, o nobre Manoel Molico resolvia
movimentar a cidade, juntando bastante gente para presenciar um dos espetáculos
que somente ele conseguia protagonizar com tamanho sucesso.
Refiro-me
ao momento especial em que ele se decidia se afogar e se suicidar, logo nas
águas do açude, que ficava aos fundos da casa dele, depois que ele tomava umas
e outras e ficava de porre.
Pois
bem, depois de perder o sentido da racionalidade, ele ficava dizendo, aos
gritos, que ia se suicidar, por meio de afogamento nas águas do açude, que
podia ser atravessado de margem a margem com volume de água que mal cobria os
pés, sendo impossível sequer afogar uma galinha, quanto mais uma pessoa.
Isso
pouco importava, porque ele adentrava, aos gritos, nas águas, dizendo que ia se
afogar e morrer e o pessoal o acompanhava muito além da metade das águas rasas
do açude, que eram absolutamente incapazes de realizar o sonho dele, que
terminava voltando para casa, depois do efeito do álcool.
Tudo
isso era muito engraçado, porque ele sabia perfeitamente que somente divertia
as pessoas, com as pantomimas muito bem encenadas por ele.
Saudades
do bom amigo Manoel Molico, que tinha o coração sustentado por gestos de pura ingenuidade,
que a todos cativava com a sua áurea de bondade.
O
bonachão Manoel Molico era daquelas pessoas que inspiravam somente gestos de
carinho e admiração, que transmitia amabilidade e ternura aos seus semelhantes
e, por isso, ele gozava da admiração dos uiraunenses.
É
com o coração abençoado por Deus, por ter me lembrado agora desse ilustre uiraunense,
que marcou presença no seio da sociedade da minha infância, uma vez que ele se
destacava em simplicidade e bondade, por força do seu enorme amor à família e aos
amigos.
É
com alegria que o homenageio com a dedicatória deste livro, em razão de eu
compreender que aquela figura bastante carismática e bondosa pode sim ter contribuído
de alguma forma na minha vida, porque tudo que vinha dele era motivo de bons
exemplos, diante da sua índole de pessoa que só fazia o bem ao próximo.
É com carinho que dedico esse singelo
preito de gratidão a Manoel Molico, diante da certeza de que a experiência de o
ter conhecido foi muito importante, por ele ter sido sempre modelo do bom
cristão, que acolhia a todos como verdadeiros irmãos.
Agradeço imensamente a Manoel Molico, por ter convivido
com pessoa realmente excepcional, que soube viver com a generosidade do bom cristão,
com muito amor ao próximo.”.
Brasília, em 23 de novembro de 2022
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