quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Publicação do meu 64º livro

É com muita alegria que concluo mais um livro, que representa a minha sexagésima quarta obra literária e se junta à minha já extraordinária coleção de livros, cujo acontecimento constitui motivo mui especial para o acréscimo de saudáveis energias que alimentam minhas fontes criativas e inspiradoras, uma vez que careço delas para dar continuidade às maravilhosas atividades de escrever textos sobre os importantes fatos da vida.

Dando continuidade ao prazeroso sentimento de homenagear especiais personalidades ou entidades, com a modéstia dedicatória de meus livros, ante a relevância de pessoas, fatos ou instituições queridos e de prestígio, em razão do seu importante legado, tenho satisfação de resgatar a lembrança de um ilustre conterrâneo da querida Uiraúna, Paraíba, que faz parte da história da cidade, como pessoa excepcional, de grande generosidade, e que amava viver plenamente cercado da família e dos amigos.

Refiro-me a Manoel Molico, que merece ser homenageada por mim, em gesto meramente simbólico, à vista das honrarias da sua grandeza, como pessoa que tinha o dom inato de mostrar às pessoas que a felicidade nasce e se desenvolver em nossos corações, tendo apenas o cuidado de regar diariamente com carinhosas pitadas de amor e isso ele fez com muita sabedoria.

A fotografia da capa do livro é de uma interessante árvore morta, que se mantém em pé, pelo visto, apenas para sustentar uma casa de João de Barro, a mostrar um pouco da encantadora beleza do cerrado de Brasília, Distrito Federal.  

Transcrevo, a seguir, a dedicatória que faço com muita alegria no coração, em homenagem ao saudoso Manoel Molico, pessoa que merece a admiração do povo de Uiraúna, cujo livro se engrandece com esse meu gesto de carinho.

                                               “DEDICATÓRIA

Tenho a alegria de dedicar este livro ao conterrâneo Manoel Molico (in memoriam), que o conheci como pioneiro bodegueiro de Uiraúna, que era respeitado por ser exemplo de honestidade, dignidade e responsabilidade perante a comunidade.

Lembro-me muito bem do perfil desse nobre uiraunense, porque  ele morava bem próximo da casa de meus pais e nosso convívio era de vizinho-família, em que o contato era permanente e inevitável, como pessoa maravilhosa e amiga, que dispensava atenção às pessoas em reciprocidade da sua bondade de bom cristão.

Em falar em cristão, meu homenageado era exemplo de católico com puros sentimentos de arraigada devoção ao Sagrado Coração de Jesus, sendo integrante da congregação que levada esse nome e participava ativamente das atividades religiosas da igreja.

O comércio dele era voltado para a venda a granel de cereais, como arroz, feijão, milho, farinha, açúcar etc., com especialização em frutas, como banana, manga e todas as demais frutas que eram colhidas na região, tudo vendido a preços populares.

Manoel Molico fazia parte da elite dos comerciantes de Uiraúna, sendo respeitado por sua integridade e honradez como cidadão cônscio dos seus deveres cívicos e de cidadania, sendo, por isso,  autêntico modelo de pessoa que era lição do bom uiraunense, em todos os sentidos, tendo o merecimento do respeito e da admiração de seus conterrâneos.

Esse cidadão se tornou pessoa folclórica de Uiraúna, em época em que a cidade era extremamente pacata e tranquila, mas, vez por outra, o nobre Manoel Molico resolvia movimentar a cidade, juntando bastante gente para presenciar um dos espetáculos que somente ele conseguia protagonizar com tamanho sucesso.

Refiro-me ao momento especial em que ele se decidia se afogar e se suicidar, logo nas águas do açude, que ficava aos fundos da casa dele, depois que ele tomava umas e outras e ficava de porre.

Pois bem, depois de perder o sentido da racionalidade, ele ficava dizendo, aos gritos, que ia se suicidar, por meio de afogamento nas águas do açude, que podia ser atravessado de margem a margem com volume de água que mal cobria os pés, sendo impossível sequer afogar uma galinha, quanto mais uma pessoa.

Isso pouco importava, porque ele adentrava, aos gritos, nas águas, dizendo que ia se afogar e morrer e o pessoal o acompanhava muito além da metade das águas rasas do açude, que eram absolutamente incapazes de realizar o sonho dele, que terminava voltando para casa, depois do efeito do álcool.

Tudo isso era muito engraçado, porque ele sabia perfeitamente que somente divertia as pessoas, com as pantomimas muito bem encenadas por ele.

Saudades do bom amigo Manoel Molico, que tinha o coração sustentado por gestos de pura ingenuidade, que a todos cativava com a sua áurea de bondade.

O bonachão Manoel Molico era daquelas pessoas que inspiravam somente gestos de carinho e admiração, que transmitia amabilidade e ternura aos seus semelhantes e, por isso, ele gozava da admiração dos uiraunenses.

É com o coração abençoado por Deus, por ter me lembrado agora desse ilustre uiraunense, que marcou presença no seio da sociedade da minha infância, uma vez que ele se destacava em simplicidade e bondade, por força do seu enorme amor à família e aos amigos.

É com alegria que o homenageio com a dedicatória deste livro, em razão de eu compreender que aquela figura bastante carismática e bondosa pode sim ter contribuído de alguma forma na minha vida, porque tudo que vinha dele era motivo de bons exemplos, diante da sua índole de pessoa que só fazia o bem ao próximo.

É com carinho que dedico esse singelo preito de gratidão a Manoel Molico, diante da certeza de que a experiência de o ter conhecido foi muito importante, por ele ter sido sempre modelo do bom cristão, que acolhia a todos como verdadeiros irmãos.

Agradeço imensamente a Manoel Molico, por ter convivido com pessoa realmente excepcional, que soube viver com a generosidade do bom cristão, com muito amor ao próximo.”.

          Brasília, em 23 de novembro de 2022 

Nenhum comentário:

Postar um comentário