Diante de crônica que
analisei mensagem escrita por admirável e assídua seguidora de meus textos, a
mesma pessoa, mui gentilmente, disse do seu sentimento sobre o momento político,
na forma da mensagem a seguir.
“Não sou contra o
que senhor fala amigo, apenas dei minha opinião sobre o caso. ‘Só Deus sabe e
conhece o coração de cada um de nós’. Cada um sabe o que quer, mas nem
todos tem consciência do que tá fazendo. O Senhor está certo e é sabedor da
verdade, eu não entendo nada de política perante o senhor. Só sei que aqui no
Brasil, se uma suprema corte fosse mais rígida ou mais séria, ele não poderia
ser candidato já que os processos estão em Brasília, mas aqui no Brasil tudo
pode e se cria. Já que aconteceu e deu certo, vamos rezar e pedir a Deus dias melhores. Está se aproximando os jogos, esquece essa política que não foi
do seu agrado, vamos falar da copa do Brasil! Adoro esse tempo de jogos.
Desculpe amigo qualquer coisa, meu coração é da paz.”.
Sei
perfeitamente que tudo que a senhora diz e escreve é a síntese da sua verdade, do
seu sentimento sobre os fatos que tão lúcida e sabiamente expõe, sem nenhuma
intenção senão de se manifestar sobre o conteúdo de minhas crônicas, segundo a
sua visão interpretativa, e isso é muito importante, porque faz parte do
processo democrático.
Assim
sendo, penso que não é o caso de desculpas, uma vez que os embates se inserem
no âmbito das liberdades de expressão, em seguimento aos salutares princípios
democráticos, tudo em ambiente de paz, enquanto eu tiver disposição para
escrever e as pessoas interessadas nos textos, que são da natureza que muitos
possam deles discordar e se desgostar ou até mesmo que alguns firam susceptibilidades,
mas nenhum é feito com essa intenção.
Da
minha parte, reitero que não sou sabedor da verdade e não tenciono teorizar nem
doutrinar nada sobre coisa alguma, mesmo porque me considero amador e expectador
sobre os fatos da vida, que os analiso pelo impulso de apenas querer opinar
sobre eles, tendo por base o incontrolável gosto pela literatura, que agradeço
a Deus por ser a única ocupação que me agrada e que Ele me permite que eu
incursione como forma de preencher, de forma providencial, o ócio da
inatividade compulsória, ou seja, a aposentadoria.
Não
é que o resultado da política não tenha sido somente do meu agrado, uma vez que,
em substância, ele desagradou em cheio os interesses do Brasil e de muitos
brasileiros que entendem que não ter o menor cabimento que político que se
envolve em seríssimos casos de corrupção, cujos esquemas criminosos foram
capazes de desviar montanhas de recursos dos cofres públicos, possa merecer a
confiança de um povo para voltar, que aceitem ou não, à cena do crime, assim
consagrado na afirmação do vice de chapa dele, ainda mais para presidir o país
da grandeza do Brasil.
Essa
compreensão de quem acha muito natural a desonestidade na administração pública
não tem como agradar o povo sério e civilizado, por faltar sustentação de
plausibilidade e respaldo nos princípios do bom sendo e da racionalidade,
quando se imagina de que alguém, presidia uma nação como o Brasil, foi
condenado à prisão pela prática de monstruosos crimes de improbidade administrativa,
não conseguiu provar a sua inculpabilidade quantos aos atos denunciados à Justiça,
não assumiu o mínimo desvio de conduta gerencial e, afinal, depois volta
glorificado ao trono de onde foram comandados todos os atos trágicos e danosos
aos interesses do país e dos brasileiros.
É
preciso o povo não ter o mínimo de sentimento, como patriota de sangue com a
marca da brasilidade, em se conformar com o estranho ufanismo de vitorioso, orgulhoso
do seu feito heroico, com o seu apoio à banalização da criminalidade e da
impunidade, poque isso, aceitem ou não, só demonstra falta de amor a si próprio,
por se abrir mão da defesa dos princípios da honestidade, da moralidade e da
dignidade, no que existe mais sagrada da prática democrática, que é o sufrágio
universal, por meio do voto.
Nada
impedia que houvesse o normal regresso do político à vida pública depois das
condenações deles à prisão e ao exercício do cargo presidencial, desde que ele
estivesse em condições de comprovar a sua imaculabilidade na gestão pública,
porque isso é exigência própria e necessária, em termos de lisura constitucional
e legal, dos regimes republicanos e democráticos, em sintonia com a honradez e a
dignidade da nação e do seu povo.
Com
a devida vênia, não se trata de "suprema corte fosse mais rígida ou
mais séria", porque, em todo país, com o mínimo de atributos de
evolução e consciência sobre a realidade da finalidade institucional do Poder
Judiciário, somente ela poderia atuar com seriedade e rigidez, sem sair do
prumo, jamais e em hipótese alguma.
É
exatamente dessa forma o desiderato da sua existência, de decidir e atuar estritamente
sob a égide do regramento do ordenamento jurídico-constitucional.
Vejam-se
só, por exemplo, que a anulação das sentenças condenatórias à prisão do candidato
eleito à presidência da República, proferidas por três instâncias da Justiça,
todas com pronunciamentos unânimes com relação às decisões iniciais, foi
concedida, pasmem, depois de ela ter sido negada por quatro vezes, na mesma
corte suprema e o pior é que o ato foi adotado em demanda que tratava de
assunto diverso desse tema e, ainda muito mais grave, o estupro aos princípios
jurídicos é da autoria de um ministro, cuja decisão foi posteriormente convalidada
pelo pleno da corte, repita-se, sem qualquer base jurídica.
Ou
seja, um único ministro, em processo inadequado e sem base legal alguma,
entende de anular condenações jurídicas validadas por outras instâncias da
Justiça, que é algo simplesmente surreal e totalmente inaceitável em país
minimamente sério e civilizado.
Estupidez
jurídica semelhante nunca havia acontecido na história da humanidade, nem mesmo
nas piores republiquetas, onde nem é muito comum se respeitar os princípios
jurídicos, quando as normas são instituídas e criadas ao sabor do sentimento
ditatorial, para a satisfação de situações casuísticas, na forma como essa ocorrida
exatamente no país tupiniquim, ao alvedrio da estupidez jurídica, à luz da
verdade jurídico-constitucional.
De
qualquer modo, atento aos fatos, independentemente da manobra formalizada
estupidamente pela corte suprema, caberia ao povo avaliar, em última instância,
se político envolvido em casos suspeitos da prática de irregularidades, na
forma de desvios de bilhões de reais dos cofres públicos, sem que tivessem havido
as devidas reparação e punição aos envolvidos, poderia praticar atividades
políticas e exercer cargo público eletivo, sem que ele precisasse, antes,
prestar contas sobre os vários processos penais ainda pendente de julgamento,
na Justiça.
A
questão em debate é indiscutivelmente clara, em que a maioria dos brasileiros votantes
decidiu aderir, em clara cumplicidade, ao sentimento de desonestidade na
administração pública, quando, à luz dos princípios de honradez e da dignidade
de um povo, o correto seria exigir que o político apresentasse o certificado de
ficha limpa, o nada consta, expedido pela Justiça brasileira, para que ele
tivesse condições de comprovar a sua conduta de imaculabilidade na vida
pública, como fazem, normalmente, os verdadeiros homens públicos que respeitam
a dignidade dos eleitores e a grandeza do Brasil.
Na
verdade, eles foram conjuntamente enlameados no mar da desonestidade, conquanto
o sentimento que se tem é que isso jamais poderia ter acontecido, com a implementação
de desgraça de tamanha magnitude contra nação da grandeza do Brasil, de puder
vir a ser presidida por quem tem seríssimas implicações pendentes, para serem
resolvidas pela Justiça, por força de ações penais decorrentes de suspeitas de
gigantescos esquemas criminosos de corrupção ocorridos no seu governo.
Isso
é a maior desonra, em forma de traição à pátria, que seus filhos poderiam ter
protagonizado contra o Brasil, pelo menos na forma do pensamento da outra parte
vencida nas eleições, que discorda que ex-condenado possa exercer cargo público
eletivo, enquanto não limpar seu nome na Justiça.
Por
fim, esclareço que vou continuar escrevendo normalmente como venho fazendo,
independentemente da existência de outros eventos, no Brasil ou no mundo, uma
vez que analiso, no cotidiano, os fatos de interesse da sociedade, em especial
os assuntos que me apetecem, com o propósito de melhor esclarecer sobre o
conteúdo dele, segundo a minha visão.
É
evidente que não tenho intenção de desagradar ninguém, salvo o direito de as
pessoas não gostarem da forma como abordo os assuntos, cuja contundência pode
sim contrariar interesses pessoais, mas tenho procurado não cometer injustiça
nem parcialidade, uma vez que os temas refletem a realidade dos acontecimentos,
cuja repercussão pode ressoar desagradável para muitas pessoas, embora nada seja
feito por encomenda, porque tento respeitar a fidelidade dos assuntos inerentes
aos fatos da vida.
Brasília,
em 14 de novembro de 2022
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