De repente, surgiu a
notícia de que cientistas brasileiros iriam testar, em 500 pacientes, medicamento,
quase sem efeitos colaterais, com eficácia de 94% em células infectadas pelo
novo coronavírus, com resultado, no máximo, em um mês.
A informação foi
divulgada no dia 15 de abril de 2020, pelo ministro de Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações, cuja medida, ao que tudo indicava, não passou do que foi
chamado de “estelionato emocional”.
Toda
essa euforia aconteceu ainda no início da pandemia do coronavírus, quando eu
disse que estava começando a acreditar, piamente, que realmente Deus é
exclusivamente brasileiro, quando foi anunciada a pesquisa milagrosa contra a
Covid-19, por parte do governo, que se reuniu com o ministro da Ciência e
Tecnologia, para tão espetacular operação do milagre brasileiro, diante do surgimento
do nada de vacina que seria verdadeira salvação do Brasil e quiçá do mundo, que
foi subjugado pela força da pandeia, com a tragédia de quantidade insuportável
de mortes.
Naquela
época, as ideias de vacinas ainda se engatinhavam ao meio da tragédia que se
abatia sobre a população absolutamente incrédula e desacreditada de tudo,
principalmente do governo, atolado até a raiz, no lamaçal da incompetência, que
criava crise atrás de crise, para dificultar e atrasar a execução das políticas
de combate ao coronavírus.
Tem
um famoso adágio popular que diz exatamente que, de onde menos se espera, é que
realmente não vem nada que preste, mas ficava a esperança, naquele momento,
que, finalmente, o Brasil pudesse despontar como o salvador do mundo.
Torci,
rezando a Deus que, daquela feita, em animado anúncio, de onde menos se esperava
pudesse surgir a salvação da humanidade, que vinha envolta de despreparo sobre
o surgimento da pandemia, sem qualquer esperança de notícia alvissareira senão para
se viver o resto da vida dentro de casa, notadamente quem já estava na idade
"melhor da vida", que só pensava no aparecimento de vacina com
poderes para o sossego da humanidade.
Ou
seja, todo mundo só pensava em fugir do vírus e se proteger das suas ameaças,
ante o poder gigantesco de contaminação.
Naquela
época, se imaginava, com absoluta certeza, que, se a notícia em referência se
confirmasse, o atual presidente da República teria assegurada a reeleito dele,
com a vantagem de que ele passaria para a história como o político que pôs a
nocaute o vírus mais poderoso e atrevido já aparecido à face da Terra, que
desafiou os presidentes mais poderosos do mundo, mais teria se apequenado e
sumido diante do presidente tupiniquim.
O
tempo passou e o povo ficou esperando pela vacina anunciada pelo governo, na
vontade de declarar, finalmente, que Deus é brasileiro, com a confirmação do
milagre do século, por meio da descoberta e da efetivação da vacina brasileira.
Os
brasileiros ficaram e continuam na maior expectativa, sempre na esperança de
puder comemorar o milagre da vacina tupiniquim.
O certo é que a vacina brasileira nunca saiu do papel e a reeleição do presidente do país também não aconteceu, como se querendo dizer que um fato teria acarretado o surgimento do outro.
Da
minha parte, não via a hora de finalmente escrever a minha crônica mais caprichada,
especial e importante, com o pomposo título que já até havia criado, qual seja:
"SIM, REALMENTE DEUS É BRASILEIRO!", depois da descoberta que ficou
apenas no anúncio e ninguém mais voltou a falar sobre tão relevante assunto
para a humanidade.
Brasília,
em 20 de novembro de 2022
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