Diante de crônica que comentei o resultado da eleição, um cidadão entendeu de se manifestar nos seguintes termos: “60 milhões de pessoas iguais a nós escolheram um candidato. Não seria prudente respeitar a regra estabelecida? Quem já caminhou bem na vida, teve a oportunidade de imaginar-se com toda a verdade do mundo, para depois constatar que não tinha nenhuma! Minha reverência.”.
Em
resposta à indagação em apreço, eu digo que sim, é prudente e civilizado se
respeitar a regra estabelecida e disso não se discute.
Não
obstante, é lícito também, porque faz parte das regras democráticas, ter-se o
direito de se puder questionar, diante as potenciais evidências, que as escolha
do candidato não corresponde aos sentimentos de imaculabilidade necessários
para a governança do Brasil, país de reconhecida grandeza cultural e de muita dignidade
do seu povo.
Nas
circunstâncias, o Brasil não merece ser presidido, salvo pela vontade de 60
milhões de eleitores, por alguém que é ficha suja, por ter se envolvido em
esquemas criminosos de corrupção, que é algo indigno e degradante, sob o prisma
da moralidade, cujos fatos delituosos assombraram o mundo civilizado, além dos
brasileiros honrados.
Toda
a monstruosidade da roubalheira a cofres públicos, devidamente confirmada por
meio de investigações policiais e atestada por julgamentos da Justiça, não foi
assumida pelo candidato eleito, que era presidente do país à época, que
reconheceu a corrupção apenas pelo fato de ter havido delação das pessoas,
dando a entender que, por conta exclusiva dele, nada de escandaloso aconteceu
no governo dele e, sobre isso, os 60 milhões de eleitores estão plenamente de acordo
com ele, que ainda exigem respeito por eles terem eleito um corrupto para presidir
o Brasil.
Convém
somente se pedir respeito, na vida púbica, para os atos revestidos de legitimidade,
o que não é o caso de se eleger corrupto para governar o Brasil, embora não
haja decisão nesse sentido, mas existem fartos atos suspeitos de irregulares,
inclusive aqueles que respaldaram as condenações à prisão dele, que foram
anuladas, não por exame de mérito dos atos inquinados de irregulares, que
continuam existindo normalmente e isso o incapacita para a prática de
atividades político-administrativas, segundo os princípios republicano e democrático.
Ou
seja, todo desvio de dinheiro público ocorreu precisamente no governo dele,
sendo ele o principal pivô de todos os escândalos contra a administração
pública, mas ele sempre foi incapaz de assumir as responsabilidades pelas
irregularidades, bem assim de prestar as devidas contas à Justiça e à sociedade,
acerca das mais cruéis indignidades contra o dinheiro dos contribuintes.
Infelizmente,
mesmo que toda essa repugnante roubalheira tenha sido do conhecimento de "60
milhões de pessoas iguais a nós", pasmem, esses brasileiros resolveram
simplesmente ignorar o mar da sujeira, que representou a pior lama pútrida que
jamais havia submergida no lindo e puro solo brasileiro, para apoiar justamente
o principal político responsável por tudo de malévolo à gestão pública, segundo
os fatos atestados pela Justiça.
Tanto
isso é verdade que ele foi julgado e condenado à prisão, pela prática dos
crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, justamente por ter sido
incapaz de provar a inocência dele, razão pela qual ele foi obrigado a cumprir pena,
encarcerado, o que demonstra, com a maior evidência do mundo, salvo para 60
milhões de eleitores, que político com esses atributos tão nefastos não tenha condições
morais à altura para presidir o Brasil.
Fora
de dúvidas, o Brasil não merece, sob o rigoroso sentimento de dignidade e
honestidade, que pessoa sem qualificação político-administrativa, conforme
mostram os fatos, possa representar uma nação de povo honrado e abençoado por Deus,
cujo pensamento de honradez sempre teve o entendimento diferente desses 60
milhões de brasileiros, que acham normal que a desonestidade reine e impere na
pobre e desprotegida República tupiniquim.
O
mais grave de toda essa demonstração do esgarçamento e do menosprezo aos
salutares princípios da moralidade, da honestidade e da dignidade, na
administração pública, é ver o apelo implorando por prudência e respeito à
regra estabelecida.
A
propósito, ao que se sabe, a única regra estabelecida, para se presidir o
Brasil, à luz dos bons princípios, é que a pessoa tenha condições ético-morais
suficientemente capaz para comprovar conduta ilibada e idoneidade, em forma de
imaculabilidade na gestão do patrimônio dos brasileiros, que é algo inviável por
parte do candidato eleito por "60 milhões de pessoas iguais a nós",
que não tiveram o indispensável cuidado para exigir dele a apresentação da
ficha limpa, na forma do atestado do nada consta.
Por
cento, ele simplesmente ia alegar que é inocente, a despeito da existência de vários
processos penais em tramitação na Justiça, aguardando julgamento de atos irregulares,
denunciados contra ele, sob suspeitas do envolvimento dele com a prática de
atos de corrupção.
A
toda evidência, somente no Brasil, nas pessoas de 60 milhões, se consegue eleger
presidente da República nessas precárias condições de visível imoralidade e
desconfiança gerencial do dinheiro público, à vista da sua condenação à prisão.
Ou
seja, trata-se de ex-condenado pela Justiça, por motivos de corrupção que ainda
pendem de prestação de contas por parte dele, cujos danos ao erário são mais do
que suficientes para que ele tivesse sido eliminado da vida pública, uma vez que
isso, perante as pessoas honradas e dignas, tem o condão de representar obra de
traição ao Brasil e ao povo.
Diante
dos fatos investigados e julgados, o bom senso e a razoabilidade aconselham que
não tem o menor cabimento que o candidato eleito seja, ao contrário do que merece,
entronado e elevado ao principal trono da República.
Enfim,
a eleição de corrupto, assim reconhecido pela Justiça, para presidir o Brasil,
por força e obra de 60 milhões de eleitores, contrariando os sublimes princípios
da moralidade, da honestidade e da dignidade, na administração pública,
constitui fato inusitado e surreal, na compreensão de que isso jamais aconteceria
nas piores republiquetas, que, ao menos, reconhecem as reais importância e significado
do regramento ínsito nas condutas republicana e democrática.
Diante
dessas divagações, que são incontestáveis, à luz dos fatos havidos, investigados
e julgados, que mostram o que realmente aconteceu de desastroso na vida
pública, envolvendo o candidato eleito, fica a indagação de ordem moral e de
responsabilidade cidadã, em termos de princípios verdadeiramente republicano e
democrático, se há realmente motivos plausíveis, para se respeitar a soberana
decisão adotada por "60 milhões de pessoas iguais a nós”?
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