segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Longa demora?

 

Conforme notícia publicada na imprensa, o presidente da República teria reclamado do longo interregno entre a proclamação do resultado da votação e a posse no candidato eleito.

Eis a notícia que corre nas redes sociais: “Jair Bolsonaro (PL) se queixou do tempo que terá de esperar até que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tome posse, no dia 1° de janeiro de 2023. O ex-capitão fez a reclamação a interlocutores que o visitavam, segundo coluna da Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo. O atual chefe do Executivo disse que a lei deveria mudar, permitindo que o novo governante tomasse posse logo após a abertura das urnas. Ele apontou ainda que a longa espera é aflitiva. De acordo com Bolsonaro, o presidente que deixa o cargo já não tem poder algum e suas opiniões são irrelevantes. Portanto, restaria a ele ficar batendo ponto, esperando o tempo passar. Na ocasião do encontro com os interlocutores, o atual chefe do Executivo passou a impressão de que estava chateado e triste por ter perdido o pleito, algo que não esperava.”.

Essa é a notícia que circula na mídia e que não foi nem confirmada nem desmentida pelo governo, embora se trate de informação da maior importância para o povo, que vem se sacrificando nas ruas, em permanente vigília, implorando, nas frentes de quartéis, por socorro por parte de quem tem o dever de atender ao clamor popular ou, na pior das hipóteses, esclarecer o que realmente vem pensando em fazer diante de gravíssima crise político-eleitoral que grassa no país.

Na verdade, tem sido sepulcral o silêncio do presidente do país, acerca desse assunto, depois das eleições, em total contraste com o comportamento dele em situação como essa, em que ele sempre liderou os movimentos de protestos contra os atos anticonstitucionais protagonizados por outros poderes.

No presente momento, seria importante a palavra oficial do presidente do país, diante da crise político-eleitoral que foi instalada depois do fechamento das urnas.

Isso vale dizer que o líder dos conservadores tem o dever de informar ao povo que ele se sente confortável com o apoio popular e vem se esforçando para correspondê-lo, se for o caso, por meio de medidas que estão sendo estudadas, com vistas à busca do necessário saneamento dos questionamentos suscitados sobre o resultado da votação.

Enfim, não se trata de se questionar os meios de comunicação que divulgam os fatos, mas sim a sua verdadeira versão, se eles procedem ou não e isso somente é possível se houver confirmação ou desmentimento da notícia em si, como no presente caso, que não houve manifestação oficial alguma sobre a possível queixa presidencial, uma vez que a transparência é fundamental no governo, em especial quando se trata de momento crucial de crise, em que a sociedade se impacienta, à espera de notícias sobre a verdade dos fatos.

Brasília, em 21 de novembro de 2022  

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