A decisão
adotada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, indeferindo, in limine,
sem qualquer análise da parte técnica do órgão, o pedido de investigação sobre
o resultado da votação do segundo turno, da disputa presidencial, demonstra
toda força ditatorial jamais vista nos últimos tempos e expõe poder de extrema
e absoluta tirania, com capacidade para atropelar todos os limites de
tolerância da dignidade dos brasileiros, diante da violação dos princípios
republicanos da transparência e da regularidade dos atos administrativos.
Importa
se observar que o regime democrático impõe que a administração pública seja,
obrigatoriamente, transparente, em ex-vi do disposto no art. 37 da Constituição,
o que implica a imediata explicação sobre as questões e as dúvidas sobre os atos
da sua incumbência.
Ou seja,
à vista das casos questionados pela coligação do presidente do país, o Tribunal
eleitoral tem obrigação de mostrar a licitude deles, mas o presidente do órgão
preferiu indeferir, em menos de 247 horas, tendo por base mero entendimento de que
os fatos alegados não têm nada a ver com possíveis irregularidade apontadas,
quando ele deveria determinar, antes de qualquer medida, que a área técnica
mostrasse a correção dos procedimentos, para afastar qualquer dúvida, quando jamais
deveriam permanecer.
Enquanto isso,
caso o presidente da República e as Forças Armadas aceitarem passivamente essa
situação gravemente afrontosa e desrespeitosa aos comezinhos princípios de
civilidade, não há a menor dúvida de que, neste país, só tem um bando de pessoas
insensatas e irresponsáveis, que não honram os cargos que exercem e perdem por
completo o respeito dos brasileiros.
Um país
que uma pessoa só “casa” e “batiza”, atropelando o regramento
jurídico-constitucional, com decisões absolutos e os demais poderes baixam a
cabeça, aceitando comodamente a mais aviltante afirmativa de autoritarismo
muito acima do que o seu cargo permite e isso só tem uma explicação: falta de
dignidade e de caráter das demais autoridades do país, que se rendem ao sistema,
que vem atuando na contramão dos princípios constitucionais e democráticos.
A sensação
que se tem é que o povo está completamente abandonado, quando uma única pessoa
do Judiciário censura, prende, multa, decide ao arrepio da Constituição e
limita as liberdades individuais, além de dá os rumos aos destinos da nação, a
exemplo de ter a iniciativa de definir o candidato vitorioso nas últimas eleições,
quando evita a transparência do sistema eleitoral.
O ditador
de toga comanda, com punho de aço, o resultado das últimas eleições presidenciais,
que, segundo os questionamentos suscitados junto ao Tribunal eleitoral, houve manipulação
no sistema de votação, para beneficiar o candidato do sistema e não se faz nada
contra ele, à vista das decisões abusivas emanadas por aquela autoridade, que
tem sido soberana, à toda evidência, em total afronta ao regramento jurídico-constitucional.
Esse quadro
de horror, sob o comando de autoridade tirânica, que age com ímpeto draconiano,
sem temor de medida em contrariedade aos atos abusivos e inconstitucionais,
deixa a sociedade despontada e desesperançosa, diante da completa inércia por
parte dos poderes que têm o dever constitucional de agir e coibir abusos, em
especial o Congresso Nacional, o presidente da República, a Procuradoria Geral
da República e as Forças Armadas, a quem se atribuem toda culpa por esse
descalabro da degeneração e da desordem institucional, à vista do predomínio
despótico de parte de um ministro.
Em
princípio, compete ao presidente da República liderar, em nome do povo, o
salvamento do Brasil e dos brasileiros, enquanto ele ainda dispõe dos poderes
constitucionais e legais para editar as medidas saneadoras pertinentes, na
forma da lei, ante o caos que foi instalado praticamente nas raias do Palácio
do Planalto.
Caso contrário,
aceite, senhor presidente, passar para a história como insensato, por ter sucumbido
pelo sistema e não ter tido competência nem dignidade de brasilidade para reação
à altura da desgraça que impera justamente na duração do seu governo.
Enfim, salve
os brasileiros que demonstram brava resistência ante o imperialismo da
injustiça do Judiciário.
Brasília,
em 24 de novembro de 2022
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