O texto
abaixo vem circulando nas redes sociais, cuja intenção parece não ser mera
coincidência, diante do momento político que vem atravessando o Brasil, quando homem
público sem a menor condição moral, em termos de qualidades e imaculabilidades políticas,
acaba de ser eleito para o relevante cargo de presidente da República, para o
qual se exige do ocupante os melhores predicativos de moralidade, dignidade e
honestidade, entre outros, como verdadeiro modelo de gestor público correto perante
os seus comandados.
Não
obstante, ao contrário disso, ele se tornou o símbolo da desonestidade do
administrador público, por responder a vários processos penais, na Justiça, sob
a acusação de graves suspeitas de ter se beneficiado de recursos públicos, por
meio do recebimento de propinas, conforme as investigações levadas a efeito e
os julgamentos judiciais, que são conhecidos da opinião pública, dada a sua relevância
quanto aos danos causados à sociedade.
Esses fatos
são notoriamente incompatíveis tanto com a prática de atividades políticas como
com o exercício de cargo público eletivo, diante da impossibilidade do
indispensável atendimento, por parte do candidato eleito, aos requisitos da
conduta ilibada e da idoneidade, na vida pública, em que pese o entendimento de
eleitores, segundo o qual seja normal e aceitável a predominância da
desonestidade na administração pública brasileira, a despeito da obrigatoriedade
da observância aos princípios republicano e democrático, na administração do
Brasil.
Na
verdade, a configuração de constrangimento faz o Brasil, necessariamente, se
voltar para o longínquo e atrasadíssimo século XV, onde o escrachado desleixo
perante os princípios da moralidade e da honestidade, na administração pública,
já campeava celeremente e era assinalado e decantado, em textos claros e objetivos,
condenando com a necessária veemência que realmente se fazia notar, por parte
das pessoas honradas e dignas já naquela época, a administração pública apenas
se engatinhava.
Ao
contrário disso, se passaram muitos séculos e a história mostra que o homem
moderno declara, com plena convicção, nas urnas, que realmente não conseguiu aprender
foi coisa alguma sobre a grandeza dos princípios da moralidade, da dignidade,
da honestidade, entre outros, sobre a imperiosa obrigatoriedade da observância
da integridade na vida pública, quando da escolha dos governantes, em que os
bons princípios, na forma do bom senso e da racionalidade, aconselham que
somente os homens públicos imaculados devem exercer cargos públicos, em
proveito dos princípios republicano e democrático, que existem exatamente para
serem respeitados e jamais menosprezados, como foram nestas eleições.
Eis o magnífico
texto referido na inicial: “Um povo que aceita passivamente a corrupção e os
corruptos, não merece a liberdade. Merece a escravidão. Um país cujas leis são
lenientes e beneficiam bandidos, não tem vocação para a liberdade. Seu povo é
escravo por natureza. Um povo cujas instituições, públicas e privadas, estão em
boa parte corrompidas, não tem futuro. Só passado. Uma nação, onde a suposta
sociedade civil organizada não mexe uma palha se não houver a possibilidade de
lucros, não é capaz de legar nada a seus filhos, a não ser dias sombrios. Uma
pátria, onde receber dinheiro mal havido a qualquer título é algo normal, não é
uma pátria, pois nesse lugar não há patriotismo, apenas interesses e
aparências. Um país onde os poucos que se esforçam para fazer prevalecer os
valores morais, como honestidade, ética, honra, são sufocados e massacrados, já
caiu no abismo há muito tempo. Uma sociedade onde muitos homens e mulheres
estão satisfeitos com as sórdidas distrações, em transe profundo, não merece
subsistir. Só tenho compaixão daqueles bravos, que se revoltam com esse estado
de coisas. Àqueles que consideram normal essa calamidade, não tenho nenhum
sentimento. Como é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão!". De
o Príncipe (Nicolau Maquiavel, 1469 a 1527).
Enfim, a
importante lição de seriedade, dignidade e honestidade que se exige da
sociedade, do político, do governante e do estado ainda não foi assimilada e aprendida,
pelo menos, no Brasil, em que muitas pessoas ainda precisam voltar às aulas,
para repetirem, em reiteração, as aulas sobre o que existe do mais nobre no
homem, que é o respeito aos princípios, entre outros, os da moralidade, da honestidade
e da integridade, como forma de valorização de si mesmo e da sociedade, em
termos de civilidade.
Não há a
menor dúvida de que a liberdade de um povo, em termos políticos, só depende
dele mesmo, quando o seu voto tem o melhor aproveitamento na escolha da pessoa certa para
o lugar certo, o que, diante disso, certamente, não se pode admitir que
político que responde a processos sob suspeita de prática de improbidade
administrativa possa se harmonizar com a ocupação do principal cargo brasileiro.
Isso é
robusta prova de leniência com a criminalidade, quando o povo tem o dever de
exigir as mãos limpas, a ficha ilibada, o nome imaculado do político, sem nada
pendente de julgamento na Justiça, para eleger seu representante político, mas
não o fez, como foi visto na última eleição, quando homem público em total decadência
moral se elege ao principal cargo do país.
Enfim, a
história vem prestando importantes lições ao homem, como nesse caso, em que o
sentimento de honestidade e moralidade dele não evoluiu coisíssima alguma, ao
longo dos séculos, quando a sua compreensão acerca da evolução moral continua
estagnada ou até mesmo depauperada, a se imaginar que a sua natural evolução,
desde aqueles tempos idos, jamais se permitiria se eleger político condenado à
prisão, pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro,
para exercer o cargo de presidente da República, porque isso acentua, de forma
cristalina, a regressão do próprio homem.
Assim,
esperam-se que o homem se conscientize sobre a necessidade da sua purificação,
em termos políticos, de modo que os cargos públicos somente sejam ocupados por
quem preencher os requisitos de conduta ilibada e idoneidade, na vida pública,
porque isso é apenas o óbvio do homem moderno.
Brasília, em 5 de novembro de
2022
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