segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Agressão à democracia?

 

Em mensagem postada no Facebook, uma pessoa disse que estava feliz por ter votado no presidente eleito à Presidência da República, tendo explicado que a vitória dele deverá ser aceita por todos, porque o voto em determinado candidato faz parte do processo democrático.

Em mensagem, eu disse que é terrivelmente desolador se falar em democracia para se amparar a eleição de quem não consegue preencher os requisitos de conduta ilibada e idoneidade, na vida pública, que é condição sine qua non para a prática de atividades políticas, em todas às suas formas.

No caso, o governo dele se envolveu em esquemas criminoso de monstruoso desvio de dinheiro e de recebimento de propina, tendo a cumplicidade por parte de antipatriotas para se eleger, que ainda não se envergonham de se esbaldar de felicidade, quando deveriam se sentirem culpados, tristes, acabrunhados, pelo protagonismo da desgraça ao Brasil e aos brasileiros.

É muito degradante que a pessoa não consiga perceber a deformidade moral em ajudar a eleger pessoa implicada na Justiça, por responder a processos penais, para presidir o país, como se isso fosse motivo de orgulho democrático para a nação, quando deveria se envergonhar diante da sua cumplicidade com quem é acusado pelo envolvimento do desvio de recursos públicos.

Pobre Brasil, cujos filhos ficam felizes com a volta ao poder de ex-presidiário, que não conseguiu provar a sua inocência quanto aos casos denunciados à Justiça contra ele, tanto que ele foi condenado à prisão, pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Isso significa dizer que se trata motivo suficiente de incompatibilidade para o exercício de cargo público eletivo, caso muitos eleitores tivessem vergonha na cara e desejassem respeitar os verdadeiros princípios da democracia, da honestidade, da moralidade e da dignidade, na administração pública, porque eles foram instituídos somente para o respaldo de atos legitimados pelas lisura e imaculabilidade, na vida pública.

Diante dessa clara manifestação de apoio a autêntico político que teve seu governo envolvido em atos terríveis de desonestidade, é preciso se lamentar pela compreensão de pessoas de que isso possa se inserir na prática democrática, porque não há a menor possibilidade de que ela possa respaldar a assunção de político em plena decadência moral a qualquer cargo público.

Na verdade, a pessoa teria chegado, ao que tudo indica, à simplista conclusão no sentido de que esqueçam o passado sujo do político, na vida pública, de vez que o povo o aceita da maneira como ele é, com os seus aleijões e as suas deformidades alheios aos princípios republicano e democrático, à vista do resultado das urnas. 

Trata-se, na verdade, da evidenciação do desmemoriamento de pessoas para a aceitação de algo que não encontra justificativa nem muito menos amparo na democracia, que tem como princípio o respaldo a real dignificação dos atos da vida pública.

Brasília, em 14 de novembro de 2022

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