Em crônica da minha lavra, eu
analisei o comportamento de jornalista que foi penalizada pela Justiça
brasileira, onde ele demonstrou o extremo da irritação, nos seus comentários, quando
eu disse que não precisava tanta agressividade, porque os casos são distintos e
não justificativa tanto descontrole emocional.
Uma pessoa entendeu de contestar o meu texto,
ao afirmar, verbis: “Amigo, não lhe tiramos a razão quando se refere
ao descontrole e palavrões utilizados pelo competente jornalista Allan dos
Santos, o qual você também elogia. Ocorre que temos que reconhecer o lado cruel
da sua trajetória, que por perseguição política esse jovem está afastado por
cerca de três anos do seu País, e principalmente de sua família, sem o
privilégio de ver seus filhos crescerem, então, há sim motivos de sobra para se
ter revolta e até mesmo um descontrole grande emocional. Assim como você, abomino
palavrões, mas entendo que julgá-lo não é a melhor atitude a se tomar,
visto que por detrás desse comportamento dele há uma alma com muita dor,
ou dor familiar. Minha sugestão é que rezemos por ele e família, pois ainda
guardo a lembrança da esposa grávida de oito meses, e a Polícia ostensivamente
armada invadir a casa do casal. Fácil só é para quem está de fora assistindo
tudo!”.
Em resposta, eu disse que as
maldades, injustiças e crueldades são visíveis contra o jornalista, mas nada
disso justifica perder o controle emocional e psicológico que não serve nem se
aproveita para o caso específico dele, porque um erro não justifica que a
pessoa possa xingar nem esculhambar e ainda se exceder, na compreensão de que
ele foi punido injustamente e precisa ser relevado, na compreensão de que ele é
um coitadinho, uma vítima do perverso e desgraçado sistema.
Isso até pode ser fato, mas isso
não tem absolutamente nada a ver com o trabalho profissional dele, que precisa
seguir na linha do equilíbrio e da racionalidade, totalmente desvinculado da
situação pessoal, na Justiça, que realmente é lamentável e sobre isso não resta
a menor dúvida.
É lamentável que muitas pessoas
se deixem envolver por emoção e sentimentalismo e terminam misturando os fatos,
mesmo que eles sejam indiscutivelmente distintos e assim precisam ser
considerados.
A verdade sobre o terrível erro
da Justiça e o sofrimento do jornalista são fatos inegáveis e indiscutíveis,
que precisam ser compreendidos independentemente da vida profissional,
exatamente porque eles não podem se confundir, segundo penso.
Ou seja, o jornalista não pode se
valer da análise de fatos do dia a dia para justificar algo acontecido com ele,
na Justiça, salvo se ele queira aproveitá-los exclusivamente nos processos em
julgamento.
Infelizmente, a tendência das
pessoas de bom coração é exatamente analisar os fatos segundo a sua índole de
magnanimidade, na melhor forma possível da compensação, como se quem é
infernizado por atos de crueldade possa ter o direito de fazer o que bem
quiser, que é compreendido, em razão do seu martírio.
Convém que os fatos sejam
tratados de per si e avaliados independentemente, principalmente quando eles
não guardam nenhuma vinculação, como são os casos do jornalista, em que a sua
situação na Justiça é uma coisa e suas atividades profissionais são outras
completamente diferentes, motivo pelo qual ele assim precisa tratá-los, para o
próprio bem dele.
Brasília, em 4 de agosto de 2023
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