segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Porte de arma de fogo

 

Em vídeo que circula nas redes sociais, o presidente do país teve a indelicadeza de qualificar de covardes as pessoas que compram e portam armas de fogo, por ele entender, conforme deixou bem claro, que quem compra arma é bandido.

À toda evidência, na qualidade da principal autoridade do país, não é de bom tom que o mandatário se manifeste sobre assunto inerente à segurança pública com tanto ódio e sentimento de extremo desrespeito à dignidade das pessoas de boa índole que certamente são, não merecendo ser insultadas de maneira depreciativa pelo fato comprarem armas para a proteção pessoal e do seu patrimônio, quando isso é dever do Estado.

É mais do que sabido que as armas são adquiridas legalmente, i.e., em estrita obediência aos ditames legais, não tendo absolutamente nada relacionado com a bandidagem, mas sim com a necessidade de proteção  pessoal, tendo por essência a preocupação com a defesa contra a criminalidade, que se expande Brasil afora, sem as necessárias políticas de combate à bandidagem, por parte do governo.

A declaração do presidente do país apenas confirma a perseguição às pessoas de bem, que têm pleno direito de se protegerem com os mecanismos ao seu alcance, que são as armas de fogo, uma vez que o governo não oferece integral proteção à sociedade contra as investidas da bandidagem.

Ou seja, talvez o presidente do país tivesse alguma razão ao fazer acusação extremamente exagerada e infeliz como essa caso o governo tivesse política de segurança pública eficiente e capaz de oferecer total proteção à população.

Infelizmente, o atual quadro preocupante sobre a falta das plenas segurança e proteção à sociedade se recomendaria o aconselhamento, por parte do governo, ao contrário, que as pessoas fossem incentivadas a investirem na sua proteção, inclusive com o merecimento da facilidade para a aquisição de armas de fogo, como forma de garantir a defesa pessoal e do seu patrimônio.

O presidente do país precisa saber que a segurança pública é obrigação do Estado, com sede na Constituição, no sentido de garantir proteção à população e ao seu patrimônio, mas, em razão de deficiência no sistema, é importante que a sociedade possa se defender, porque isso é direito como princípio de sobrevivência humanitária.

Enfim, diante da notória precariedade da segurança pública, que muito facilita a ação de bandidos e quadrilhas do crime organizado, com poder para preocupar e ameaçar a paz da sociedade, que precisa ter alternativa senão de se proteger com o uso de arma individual, convém que o Estado proporcione plenas condições para que as pessoas possam portar armas de fogo, como forma de legítima defesa da vida e do patrimônio.

Brasília, em 28 de agosto de 2023

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