sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Insensibilidade?

 

Conforme vídeo postado na internet, vários políticos se pronunciam favoravelmente ao voto impresso, em tempos passados, dando a ideia agora, como forma de tentativa de mostrar que as críticas do último ex-presidente do país eram consideradas normais e a punição referente à inelegibilidade à pessoa dele teria sido injusta.

As mensagens pronunciadas por políticos de diversas tendências ideológicas estão absolutamente em harmonia com o pensamento do ex-presidente do país, que chegou a aprovar medida da sua autoria para a implantação do voto impresso, quando ele ainda estava no exercício do mandato de deputado federal.

Isso é fato indiscutível e também condiz com a ideia dele da implantação do voto impresso e da possibilidade de auditoria das urnas eletrônicas, quando ele esteve à frente do Executivo.

Como presidente da República, bastaria ele ter elaborado projeto legislativo com essa finalidade, evidentemente também formulando justificativas plausíveis, sem necessidade de ficar discutindo coisa alguma, muito menos com quem era contra a essas medidas.

Infelizmente, para a conveniência política pessoal dele, o que foi eleito mesmo foi orquestrada campanha de fortes críticas ao sistema eleitoral brasileiro, jamais vista na história política republicana, estranhamente sem qualquer preocupação com a materialização, por meio de projetos legislativos apropriados.

Essas medidas teriam o condão de substituir todas as infrutíferas críticas ao sistema eleitoral, que tiveram a infeliz contribuição de somente acirrar os ânimos das autoridades da República, cujo resultado foi o mais desastroso possível, que culminou com a derrota do pleito eleitoral dele e, por último, com a inelegibilidade dele, por oito anos.

É preciso ficar claro que essa perda do direito de se candidatar não foi decretada apenas em razão das acirradas críticas justas ao imoral e vergonhoso sistema eleitoral brasileiro, mas sim, em especial, pela reunião do então presidente do país com embaixadores estrangeiros, em recintos da União, justamente para ele denunciar possíveis sujeiras prevalentes no citado sistema eleitoral, sem qualquer prova sobre possíveis fraudes.

Na verdade, a referida reunião feriu a liturgia do cargo presidencial, porque o seu titular precisa primar pela discrição e pelo cuidado com os assuntos de relevância nacional, em absoluto respeito aos salutares princípios da diplomacia exigidos dos verdadeiros estadistas.

Enfim, a sanção inerente à inelegibilidade condiz essencialmente com o conjunto de atividades protagonizadas pelo então presidente brasileiro, que certamente não resultaria em absolutamente nada se não fosse a brutal animosidade dele com o sistema dominante, que ver maldade dele em qualquer ato, não importando as circunstâncias.

A verdade é que a competência, a eficiência e a efetividade administrativas, no governo desse político, cederam lugar para a vaidade pessoal, a insensibilidade, a insensatez e a irracionalidade, que não permitiram a mínima oportunidade para que fosse possível o vicejar da tolerância, da inteligência e da diplomacia próprias da salutar administração do país.

O certo é que o resultado de todo conjunto de desacertos e desvios de conduta presidencial reflete no insucesso de político que é sinônimo de incompetência e de falta de iniciativas, conforme mostram a história política dele, durante todo o seu governo.

Brasília, em 4 de agosto de 2023

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