segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Direito à crítica

 

Em vídeo que circula na redes sociais, o último ex-presidente do país faz duras críticas não só ao que ele classifica de desgoverno do Brasil, à vista das loucuras e dos desvios elencados por ele, em termos administrativos na gestão pública, mas também de denunciar os abusos de autoridades e as arbitrariedades protagonizadas pelo sistema dominante.

É possível e isso fica muito claro que não adianta ser verdadeiro brasileiro, que não foge à luta, mas apenas com capacidade para discursar, em fortes e incisivas críticas aos abusos e às arbitrariedades, apenas apontando a obviedade dos deploráveis acontecimentos que estão agredindo a honra e a dignidade dos brasileiros, em cristalina evidência do desprezo aos princípios republicanos e democráticos, conforme mostram os fatos do dia a dia.

Isso pode ser considerado importante, apenas, de certa forma, porque mostra que alguém ainda tem coragem para estrebuchar e dizer a verdade sentida na pele, que é o caso dele.

Não obstante, urge que a intelectualidade, a classe pensante e conservadora, venha à tona, para mostrar iniciativas efetivamente capazes para se vislumbrarem algo à altura de contraposição às decisões e aos atos abusivos, arbitrários, desumanos e inconstitucionais, de modo que uma força seja capaz de frear, barrar a volúpia avassaladora contra os princípios civilizatórios.

Como se vê, discurso de cunho meramente de indignação contra as medidas inconstitucionais, como os casos citados no vídeo em apreço, apenas trata da confirmação da incapacidade e da incompetência para cuidar de gravíssima questão humanitária, porque reconhece o peso que têm as decisões da tirania, conquanto nada se contrapõe a elas, em termos de efetividade para combatê-las, o que vale dizer em forma de confirmação da passividade pela parte prejudicada, que sofre as chibatadas e simplesmente não reage, que deveria ser o caso.

O certo é que o sistema dominante tem poderosa manobra de ação que garroteia completamente a fragilidade de suas vítimas, que ainda conseguem demonstrar sentimento próprio de quem apanha e tem apenas o direito de se lamentar, sem qualquer possibilidade de reação contrária e à altura dos abusos e das arbitrariedades, infelizmente.

É preciso que os verdadeiros brasileiros se unam em movimento destinado à busca de alternativas capazes não só do reconhecimento das maldades impingidas ao povo, mas também que tenham condições de vislumbrarem medidas capazes de lutar em defesa da dignidade humana, por meio de medidas práticas e efetivas.

Brasília, em 28 de agosto de 2023

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